Ei, Sol! Vá Embora! – A Menina e o Sol
     O português, perfeito. A indignação, compreensível. A concisão espartana, presente.
     Já clássica, em sua poesia, a aversão ("avesso" rs) ao sol... Seguem sugestões via
e-mail.
 
  
 
                  Ela Teve um Ótimo Professor -> XLVI
    Quando concluir "Ela teve um ótimo professor", envie-o para mim, pois quero salvá-lo nos Meus Documentos para analisá-lo por completo. Já o li quase todo. Continue impiedosa com seus personagens - ou melhor, seja mais que impiedosa, cruel. Inspire-se em Fiodor Dostoiévsky, o gênio das Rússias.
 
  
 
                                   Ele é Poesia
     Um dos poucos poemas seus em que ela admite sua fragilidade e procura abrigo sob outras asas.
Cf. “Vestida pelo seu corpo” e “Escreva em meu dorso”.

 
  
 
                            Em Flor
           
Entre o pensamento e a natureza,
          terra em douradas curvas,
          tempo de cortejo.

          Conservo,
          sempre à solta,
          a minha alma romântica,
          em tecido de sonho morno.

         Nas veias,
         o sangue,
         perseverando na mesma
         trajetória,
         campo de cultivados espinhos.

         À beira da pele,
         célula,
         inútil patrimônio
         que já se fez outono.

         Ah! Quase dissolvida pela vida,
         sou ainda fúria!
         Ponte para a loucura,
         na posição de me desfolhar em flor.
 

       Observações:
"tempo de cortejo" - propicia uma impressão de cortejo fúnebre, tão ao gosto da poetisa.  Original.

"em tecido de sonho morno" – “de sonho morno” dá uma dimensão de tecido espiritual, feérico, pano (estampa) celeste; e "sonho morno" é uma sinestesia - ou algo mais, que não diviso agora, nem talvez nunca. Uma expressão onírica, navegante por dentro, barco desgarrado.
 
"inútil patrimônio / que já se fez outono" - aposto, aliás belíssimo, cativante em sua tristeza anunciada.
 
"(Sou) Ponte para a loucura" - metáfora.
 
"na posição de me desfolhar em flor" - verso tão simples quão enigmático, guerreiro ante o combate final.
 
  
 

                             Em um Não-tempo
    Versos ao desamparo.  Nenhum milagre à vista, entretanto.
    Alma que, atingida brutalmente pelas coisas e o tempo, protesta por escrito.
  Originalidade. Exposição íntima. Confissões indisfarçáveis. E porque construído com metáforas - símbolos feitos linguagem - o poema se alçou acima dos destroços do seu espírito, da sua manhã horrenda, e permanece iluminando as suas, as nossas misérias.  Porque delírio escrito, nos incomoda tanto.
 

  
 
Enquanto a pena suga minha essência e a vomita na folha
Bonito e sentido poema. 
  
 

 
                             Ensaio de Ser Pássaro
   Definição de artista como missionário da palavra poética, com todas as suas implicações (restrições) com a vida e as pessoas.
 

  
 
                  Entre o Tear, preparando a Ceia
   Indo à Wikipédia, aprendi que "dreamcatcher" se traduz como "O Apanhador de Sonhos", e é o título de um romance de Stephen King (2003), que virou até filme.
   Esse trabalho da Lady se acha repleto de símbolos e imagens. Contudo não só isto, o que tão pouco diria: repleto de símbolos, imagens, metáforas e alegorias A SEREM DESVENDADAS conforme as sucessivas releituras - deliciosas, aliás.
Há falhas estilísticas? - Sim.
 

  
 
                           Escreva em meu dorso
   Balada desesperada por proteção, afeto, tranquilidade, dirigida ao amado. Rara ocasião em que a poetisa revela seus medos e terrores, apelando por piedade.
  

 
 
                       Eu Sobrevivo ao Mau Tempo
    Reli-o com entusiasmo. Seguem algumas sugestões:
           
"Eu sobrevivo ao mau tempo e
           ao ninho confuso em minhas veias"

 
    Aí, o verso “ao ninho confuso em minhas veias” ficou confuso mesmo, graças ao uso inadequado, ilógico, antiestético do fragmento “ao ninho confuso”.
 
                                       @#@
 
Observa-se a repetição do adjetivo “inútil”, podendo-se substituí-lo com sucesso por outro.
 
                                       @#@
 
E em

         “é o meu verso,
          a flor noturna (...)”

 
entendo “meu verso” como sujeito de “a flor noturna nos intervalos da minha vida” (objeto direto).  E como não pode haver vírgula entre sujeito e objeto, sugiro que corrija o detalhe.
 
                                         @#@
 
E em

        “Perto à janela”
 
você possui duas opções: “Perto da janela” e “Próximo à janela”.  Isto porque o advérbio de lugar “perto” não admite a preposição “a”.
 
                                      @#@
 
E em

      “quase Deus,
       que Tem nas mãos (...)”

 
esse “T” de “tem” é minúsculo, pois o Deus já se acha suficientemente explicitado.
  
 
 

              Flor em seu Delírio de Ser Primeira

- Ah! Lá vem você, Ceifeiro!
- No amor, sempre com as suas crenças! - ele responde.
- Preferível a mudez dos pensamentos?
- Ora! - ele solta um riso à beira da foice. - O amor deixa os pensamentos escuros!
- Tal qual a cova em sua lâmina? Duvido!
- A lâmina? Depois... Sobre o seu peito existe uma bem mais afiada!
- A morte é para ti o único caminho! Ah, Sombra! Tão pálido é o seu sorriso! Chora a desilusão porque nunca amou!
- Conserva na sua alma esse delírio! Feito um anjo que dorme ao brincar de céu em suas asas!
- Ah, Sombra! Vejo que a vida nem de longe lhe sorriu! Diga-me o que deseja!
- Não há gozo maior do que cultivar o meu jardim!
- E a sua foice vaga pela terra até que só restem raízes? Imita no campo a sua imagem!
- Ora! E a sua alma não te constrói na mesma rota da minha foice?
- Tens toda razão! Talvez ela valse em ciranda até que não sobre mais nada! À flor noturna da minha alma, um brinde!
- Sim! Flor em seu delírio de ser primeira! - respondeu ele em seu sorriso desabrochando em trevas: - Salut!
 

OBS da Lady: O Ceifeiro neste poema não é o Poeta Ceifeiro, mas um personagem criado apenas para esta escrita.
  

"Conserva na tua alma esse delírio! Feito um anjo que dorme ao brincar de céu em suas asas!"


  Este enunciado contém um conselho aplicável a diversas situações e pessoas.
 
  
 

                   Flor em seus Passos

         Ei, depressa!
         Minha alma é o meu subúrbio!
         Meus ossos estalam pela chegada do tempo.
         Mas, e daí?
Vamos valsar em homenagem às células que se degeneram,
vamos celebrar toda esta nossa inexperiência e finitude!

         Ei, depressa!
         Antes que a música acabe!
         Venha, me faça morar em seus passos,
         no calor que exala do seu corpo.
         Ah, seus olhos me fitam com
         extrema precisão!

         Ei, depressa!
         o chão está nú para escrevermos a nossa
         história!
         Pratique o seu tato em minhas formas,
         quero caber em seu abraço,
         fazer parte da rua enorme em seu sorriso,
         nos criaremos nesse ritmo,
         estrangeiros desaprendendo o mundo!

  
Eis, num poema bem realizado, a valsa grandiosa das palavras...
 
  
 

                          Hades e a Flor Noturna
    Sem tempo de comparar textos, de descobrir o nível de intertextualidade entre o texto ladyano com o homérico ou o virgiliano, limito-me a expressar meu encanto com essa versão do mito, da história dos símbolos que nos envolvem e impulsionam para atos de vida. A Lady pode, também, ter transcrito o mito de algum livro de História da Mitologia Grega, transformando-os em versos de valor. Pode. Não sei.
Ficou lindo o trabalho dela.
 
  
 

                          Indo contra a Maré!
    Texto mesclado de poesia e realidade, se posso assim dizer. Os dois primeiros parágrafos se apresentam alegóricos, metafóricos (poesia). O terceiro introduz, no segundo período, a realidade, seca e cotidiana, onde se trata de negócios e trabalho. Os três restantes parágrafos se compõem de opiniões pessoais, alguma filosofia de vida e a revelação de uma diretriz, uma posição da autora a respeito do mundo e das coisas.
     Ficou difícil separar o joio do trigo, porém há no texto um vigor, uma mensagem de luta - em suma, muito mais trigo que joio. E é trigo dos bons.
 
  
 

                         Insana, Transborda
Este poema retrata um rosto chorando. 
     
"Poesia escrita sobre a face." (= as lágrimas)
     
"Correnteza!
       O amor flui
       em centelhas"
(= lágrimas cintilantes)
 
   
"Quebra-se a razão!" - O sangue pulsa quente, afogueando as faces. A pessoa não resiste mais e chora, chora, abandonando o recato, a vergonha, o pudor.
 
     
"Amor marinheiro!" (= lágrimas salgadas)
     
"À margem dos olhos,
      transborda!"

 
  
 

                                Kalevala Alma!
      O título (Kalevala alma!) eu o interpreto como "alma épica", "alma de aventuras", "espírito heroico nacional".  Soltando-se porém das amarras do clássico poema finlandês, a poetisa se lança à imensidão verde e azul. 
   Ainda que independente, a expressão poética da autora mantém liames, conotações com a epopeia "Kalevala", quando solicita que cantemos "o lado obscuro da alma", numa "prece à procura dos estilhaçados sonhos", em errante "vibração mágica", numa "busca inconsciente".

 
 

                           Lágrima é Maresia
     Cinco definições bastantes do termo alma. Pungentes como um réquiem. Dolorosas como lamentos no cativeiro. Afetuosas em sua descomunal brandura.
Todas as lágrimas do mundo se sentem orgulhosas deste poema, que respeita todos os limites, transpondo-os elegantemente. Leveza transcendental.
Impressionantes, purificadores versos! Um devaneio profundo, um sentimento de meditação nos envolve, após lê-los...
 
  
 

                                              Limbo
     O poema nos inquieta, nos desacomoda, nos permite uma nova visão da alma e sua interação com a arte, a vida, o ser e a sociedade. Suscita implicações que clareiam nosso inconsciente, esse limbo pavoroso e fascinante.
     Ouso imaginar que, muito mais que a felicidade, o que nos impulsiona a dizer e fazer algo é a angústia, a revolta, o medo da solidão, da desaprovação social.
  
 
 

                                   Lua Negra
     O jovem Alexander (ver comentário logo abaixo) conseguiu captar a sua grandeza oculta, grandeza dispersa em dores e alegrias, temores e ousadias, iras e euforias, blasfêmias e aleluias perante a vida. Seu barco poético foi enfim visto - ao longe, mas visto - por alguém (ele), que se debruçou na amurada das suas palavras-lenços. A homenagem dele, uma interpretação lírica repleta de justas lisonjas, por certo a tocou profundamente...
 
                      Lua Negra (Alexander Herzog)
     Jovem Alexander: você conseguiu captar a grandeza oculta da poetisa Lady Laura, grandeza multifacetada em dores e alegrias, temores e ousadias, blasfêmias e aleluias perante a vida. Seu barco poético foi enfim visto - ao longe, mas visto - por alguém (você) que se debruçou na amurada das palavras-lenços da moça. Sua homenagem, uma interpretação lírica repleta de justas lisonjas, certamente a tocou profundamente.
(Jô)
 
 
  

                                        Lúcifer
    Quatro pequenas estrofes, resultado surpreendente, no que toca à Filosofia, à Religião, à Moral, à trajetória do Homem sobre a Terra pleno de medos e esperanças. Tais as motivações que me fizeram expulsar essas ponderações iniciais, essas opiniões súbitas em mim despertas.
  
 
 

                             Mas é quase Outono
    Neste poema, e em "O que não é alma, denomino muro", por exemplo, a autora revela sua apreensão, seu temor do imponderável destino, quando continua o diálogo (a rigor, monólogo) com a sua alma, deixando à mostra seus maiores medos: viver mediocremente, envelhecer e morrer. 
     Dores de todos focadas nestas duas elegias.
 
    O tormento da poetisa é tanto, que ela procura democratizar o seu grito íntimo, invectivando a alma, a alma, a alma, isto é, a plena e dolorosa consciência das coisas. O termo alma aparece oito vezes, em tão pequeno trabalho.
 
"Minha alma corvo" e "Minha alma-jasmim", outras duas elegias que contêm uma canção ao nada, uma súplica à alma, revelam, de forma brutal, inequívoca, a presciência do fim, da fugacidade inapelável do tempo sobre nossas existências tão breves.
 
  
 

                                          Me Beija
    Veja-se o alcance da palavra artística: a poetisa, querendo reter ou conquistar alguém, usa argumentos folheados a ouro; como esse ouro do discurso lírico é tentacular, abrangente, captou nossas alegrias, ânsias e saudades.
   Quanto mais se desnuda a poetisa, expondo-se dolorosamente, mais nos cativa e emociona.
  
 
 

               Medusa e a Poesia – Terra de Ninguém
   Da Mitologia emergem figuras que ornam, que acrescentam mais sentido à arte da Lady.
 
  
 

                        Mensageiro das Cicatrizes
     A coerência nasce e cresce do aparente amontoado de versos esparsos, negando assim, no plano verbal, a impressão de caos. E caos que fosse, a poetisa o elevaria à condição de clareza, remanejando lexemas da superfície do texto. Mas assim, unindo ponta a ponta (verso a verso, locução a locução), ficou atraente a mensagem.
 
  
 

                Meu Céu é Tempestade – poesia resposta
    Salvo engano, a polissemia, a plurissignificação, a conotação máxima residem poderosamente neste poema. A mensagem, inédita, nos desprende de nós, e ficamos à mercê do ritmo imponderável dos seus versos.
 
  
 

           Meu Corpo é Casa de Enlouquecidas Paredes!
    Por duas vezes de forma direta (além das várias de forma indireta) a autora faz a ligação corpo/tempo. Na segunda estrofe:

       "Nele,
        portas se abrem para o tempo"

 
e na quarta:

       "Corpo,
        conjunto de horas,
        terra onde o tempo se desenvolve"

 

     Este poema levita num elevado estado de tensão espiritual, fazendo-se seguir, passo a passo, por galas do estilo louváveis, embasadas por construções verbais de grande poder inventivo.
     A autora se sentou à mesa e rabiscou o seu texto já refém de angústias, dúvidas, indagações que, bem maiores que ela, a esmagavam, e sua saída foi escrever.  Depois talvez chorou, tremeu - humana que é.  Mas se acalmou enfim.
   Os grandes questionamentos do ser humano (vida/morte, corpo/alma, ser/não ser, estar/não estar, sonhar/realizar etc.) aí se contradizem, naturalmente. 
     A autora se posiciona através de definições, algumas de amplo e profundo alcance metafísico e filosófico.
 
 


                             Minha Alma, Babilônia!
     Das mil leituras que ainda farei deste texto, esta é a oitava.
  Lascívia viva, este poema é uma avalanche de sentimentos composta de palavras puríssimas, que nos arrastam em desespero irreprimível pelos becos, salões, corpos quentes, em síncopes trágicas, em gemidos torturantes, tudo sob a noite seca e a lua trêmula. 
    O poema transcende o erotismo para se projetar como fábula grávida de símbolos, mitos e alegorias subjacentes e reinantes em nós.  Texto que pulsa milenarmente. Ancestralidade latente.  Antenas da onticalidade.  Infinita felicidade.
  O trabalho da autora com a linguagem, polissemizando-a com surpreendente vitalidade, intensificou a dinâmica sentimental dos interlocutores.
    E eis-nos envoltos com: fantasia e desilusão, mistério e revelação, essência e aparências, discurso e liritude, desprezo e piedade, confissões frágeis, sonho sem posse, máscaras sem face, céu e solo, abismo em alegria, destino entre estrelas...
    Enfim: temor, tremor, instinto, defesa, medo, atração mística, capitulação feliz - a fascinante trajetória dos homens.
  Assistimos aí uma alma se entregando, em prece singular, à vida, aos instintos, aos sentimentos mais desvairados porque em liberdade.
  Poema tênue, palpitante, delicado, inventivo, desolador, consolador, surpreendente, alado, sub-animal, humano, angélico.  A ficção que convence como ficção, porque verossímil ao nosso espírito.
   E que a aflitiva solidão da autora, incorporada em definitivo pela sua arte esplêndida, continue a nos presentear com mais obras-quase-primas como essa.      
 
       
"Ai, palavras, ai, palavras 
        Que estranha potência a vossa!"
(*)
     Com a luz destes versos cecilianos, alumio a noite tensa e densa dessa Babilônia íntima, e passo rumo à universalidade.
      Nunca serei o mesmo após este poema. 
_______
(*)
“Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles.

 
  
 
     Minha Alma é uma Menina em Ciranda pelo Mundo
    Voo real. Liberdade verbal. Sentimentos em abraço. Alma humilde e encantada. Lirismo concentrado. Alegria sem amarras. Barco feliz, sem o menor cais.
 
  
 

                 Minha Alma Jamais Será um Muro
     ...Corvos que ela procura cativar, domesticar, educar, mas que são o recanto obscuro e indomável de sua alma.
"um mundo em plena infância": vez por outra a Lady recorre às fadas e gnomos da puerícia, da meninice, saudosa e ledamente. Mais racionais, cristalinos e diamânticos são, porém, os implacáveis versos:
         
  "O meu peito
            é o porvir da minha lápide."

  
 
 

                               Minha Alma Leitora
    Já lida (quatro vezes) toda a sua obra, creio que encontrei a melhor definição de alma em:
           
"Alma,
           ave aflita
           no cais do corpo".

 
Ressalte-se que cataloguei 202 definições de alma oriundas dos seus poemas.
       
 
 

                           Minha Alma Selvagem
      Vários vocábulos como selvagem, loba, cavalo, lago, pelo eriçado, galope e bicho formam a superfície do texto, precisando a sua coesão e, por conseguinte, a sua coerência.  E propiciando, evidentemente, a ideia de mata densa, floresta, onde se movem e agem seus personagens, cujos instintos irrefreáveis predominam sobre toda e qualquer civilização. 
    Além dessas duas características – coesão e coerência - inerentes a qualquer texto que se preze, tem-se aí o impulso lírico da autora, que produziu uma peça literária de valor.
    Há elipse (omissão de um termo subentendido pelo contexto) em "De ser levada pela vida", ficando assim, caso a expressássemos:
      "De tanto ser levada pela vida".
 
    E "ao concluir a sede" reflete uma bela e nova maneira de dizer que já bebeu o suficiente, já se encontra saciada.

 
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 09/08/2013
Reeditado em 29/08/2013
Código do texto: T4427326
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