PAULO ROBERTO CECCHETTI - Nasceu em 09 de dezembro de 1948, na Rua Manoel Lazari, bairro de São Lourenço, Niterói, RJ. 4° filho de Adalberto Cecchetti e de Cybele Santos Cecchetti. Aprendeu a ler e escrever no Externato Menino Jesus. Completou o primário no Colégio Marília Mattoso, admissão no Curso Alzira Bittencourt, ginasial e científico (1° e 2° anos) no Centro Educa-cional de Niterói e 3° ano do científico no Colégio Batista de Niterói. Ingressou na UFF-Universidade Federal Fluminense para cursar Letras (incompleto) vindo a se formar em Administração de Empresas pela FACEN-Faculdade do Centro Educacional de Niterói.

É publicitário, poeta, letrista, editor e curador; é membro da Academia Nite-roiense de Letras/ANL (ocupa a cadeira 48 pertencente à Américo de Castro) e da Associação Niteroiense de Escritores/ANE.

Cecchetti é persona incansável na luta pela qualidade da cultura em Niterói. Ex-assessor de Comunicação da ANL (gestão 2007/2008), promoveu em 2007 a reforma interna da academia, com o apoio da C.Ribeiro Construções e Empre-endimentos Ltda, do engenheiro Cláudio Ribeiro, sem qualquer ônus para esta tradicional instituição cultural.

Autor de dezessete livros publicados, com destaque para: "Outonoite" e "Como antigamente" (poesias); "Cardumes" e Quintal" (haicais); "Meu gato de nome Mário" (poesias ilustradas), aquarelas do saudoso artista plástico Miguel Coelho; e "Haicais Onomásticos", capa do artista plástico Rafael Vicente. Os livros "Sete vidas em haicai" com ilustrações do artista plástico Brevense e "Eróticas", hai-cais ilustrados com bico-de-pena de Miguel Coelho, são os trabalhos publicados recentemente.

Paulo Roberto Cecchetti, em 2008, idealizou e coordena o projeto ‘Escritores ao ar Livro’, reunindo inúmeros escritores de Niterói, promovendo aos domingos, na praça Getúlio Vargas, em Icaraí, a boa literatura existente nesta "Cidade Sor-riso" (título este atribuído ao inesquecível compositor e poeta Gomes Filho). É coordenador do folheto ‘Resenha da Tenda’ e do projeto ‘Estante Comunitária’, divulgando escritores da cidade em pontos como cafés, academia de ginástica, consultório médico e atelier.

Como editor, produziu inúmeros livros, destaque para: "Rapsódia para Sanfona", "Ressurreição do Soneto" e "Ping-pong - haicais versus trovas", de Sávio Soares de Sousa; "Alma e Raiz", de Gilda Uzeda; "D’além-mar ao porto seguro", de Gentil Moreira de Sousa; "Poemas Intactos", de Márcia Luz Pixel; "Vovó conta umas histórias", de Maria José S. Rossi e "Miguel Coelho - magia do traço", desenhos em bico-de-pena do saudoso artista plástico Miguel Coelho.

Como curador, Cecchetti realizou em 2002 as exposições "Pimentel noventa anos", releitura das obras de Luís Antônio Pimentel, na Câmara Municipal de Niterói, e "Suite Cinza", de Miguel Coelho, no Museu do Ingá.

Em 2003 as exposições coletivas "Da Natureza Feminina: uma homenagem a Hilda Campofiorito", no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno e "Niterói, ontem hoje sempre", no Campo das Artes, ambas em Icaraí.

Em 2006 a exposição "Miguel Coelho: 50 anos de pintura", no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.

Em 2008, as exposições "Japão-Brasil-100 Anos / Do sol nascente ao calor tropical", no MIX Empório Casa & Café, em Icaraí, com palestra do mestre Luís Antônio Pimentel, desenhos de Miguel Coelho e haicais de Cecchetti.

Em 2009 realizou, em comemoração aos 436 anos da cidade de Niterói, as exposições "Niterói: um novo olhar fotográfico", do fotógrafo Sylvio Relvas e "Niterói: um mar de aquarelas", do artista plástico Fernando Brevense, na Cultura Inglesa-Icaraí.

Em 2010, promoveu as exposições ‘Iluminura’, de Jo Grassini e Impressões’, de Gilda Uzeda, na Cultura Inglesa-Icaraí, Niterói.

Em 2011, realizou as exposições "Por Elas", de David Queiroz e "O mar conta sua história", de Veronica Accetta, na Cultura Inglesa-Icaraí; e mais três exposições na Biblioteca Pública de Niterói/BPN: "Luminar", de Olga Brahim; "Água Corrente", de Angela Caldas e "Transposição", de Pedro Coelho; "Si-nuosas", de Nelly Fabiano; fechando o ano com a exposição coletiva, na Cultura Inglesa-Icaraí, denominada "Nikitikitikeru", em homenagem aos 438 anos de Niterói.

Em 2012 reapresentou a exposição "Luminar", de Olga Brahim, no Shopping 211-Icaraí; produziu as exposições "Atelier Jo Grassini - Coletiva 2012" , no So-lar do Jambeiro e "Múltiplas visões",de Jo Grassini, no CCPCM-Centro Cultural Paschoal Carlos Magno; e "Luís Antônio Pimentel - 100 anos em foco", de Luís Antônio Pimentel; "Caminhos urbanos", de Carolina Volpi; "Caboclas", de Angela Caldas e "Dentro de mim há mulheres", de Julia Aumuller, todas as quatro últimas no Solar do Jambeiro.

Em 2013 realizou as exposições "Mosaicos fotográficos", de Rainer Thrum, no CCPCM-Centro Cultural Paschoal Carlos Magno; ‘Sentimento Único’, de Julia Aumuller e ‘Cadê Miguel, Mario?’, na Glia - cultura, aprendizagem e saúde.

Como letrista conquistou, nas décadas de 70 e 80, inúmeros festivais de música nas cidades de Friburgo, Cachoeira de Macacu, Bom Jardim e Niterói, tendo como parceiros os compositores Danilo Braga, Tereza Mello e José de Souza Soares. Atualmente possui doze novas músicas com Luiz de Castro (Lula), com destaque para "Negra solidão", "Meu abrigo", "Chuva forte" e "Luz da manhã"; e com Lula Basto, seu mais recente parceiro, compôs diversos sambas.

Contatos: e-mail: prcecchetti@ig.com.br / site: www.prcecchetti.com / blog: cecchettipr.wordpress.com / cel.: (021) 99928659
ENTREVISTA DE PAULO ROBERTO CECCHETTI PARA BELVEDERE BRUNO / Julho 2013

Belvedere Bruno - Tendo iniciado muito cedo suas atividades culturais, que diferença observa entre aquele período e a nossa atualidade?

P.R.Cecchetti - Pouca coisa mudou. Quando comecei a escrever e publicar livros e/ou em jornais minhas poesias, lá pelos idos de 1970, a problemática era sempre: - como conseguir capital para imprimir livros, para bancar as edições dos jornais alternativos, enfim, para conquistar um espaço difícil de se almejar naquela ocasião. Hoje, pouca coisa mudou...

BB- Quais foram suas maiores conquistas durante esses anos?

PRC - Publiquei 17 livros; abri a agência TRAÇO & PHOTO Publicidade; fundei "O CAIS em revista" (publicação cultural na região oceânica de Niterói); participei de coletâneas nacional e internacional; fiz inúmeras exposições como curador para promover artistas plásticos; como editor fiz livros para escritores da cidade; e idealizei e coloquei em prática o projeto cultural "Escritores ao ar Livro", já em seu 5º ano... ufa! (risos).

BB- Qual o período mais rico que vivenciou em termos culturais?

PRC - Considero alguns inesquecíveis! Quando publiquei os livros "Cardumes"/haicais (na década de oitenta) e "Meu gato de nome Mario"/poesias ilustradas, em 2005, uma parceria com o saudoso artista plástico Miguel Coelho. E as exposições "Miguel Coelho: 50 anos de pintura" e "Luís Antônio Pimentel - 100 anos em foco".

BB- Quais as maiores dificuldades que enfrentou?

PRC - Conseguir patrocínio para a realização dos meus projetos culturais. Mas, como sou persistente, superei essas dificuldades convencendo as empresas que valeria a pena investir em cultura de qualidade.

BB- Vivendo em Niterói, em termos comparativos, como vê a cidade e o Rio de Janeiro?

PRC - Somos vizinhas fervilhantes... (risos)

BB- Atuando em diversas áreas culturais, onde se sente mais realizado?

PRC - Tudo que eu faço procuro imprimir uma dedicação integral, absoluta, incansável, para ter todo e qualquer projeto bem sucedido. Ultimamente curto a montagem e o vernissage de uma exposição com artistas da nossa cidade.

BB- Tem algum projeto que ainda não conseguiu viabilizar?

PRC - Sim. Ter um espaço cultural para realizar lançamentos de livros, palestras, exposições... mas isso demanda capital altíssimo. Mas como sagitariano, não desisto deste sonho!

BB- Que proposta teria a fazer aos atuais responsáveis pela cultura em nossa cidade?

PRC - Nesta gestão cultural, gostaria de ver concretizado a criação de um espaço que abrigasse todas as instituições culturais de Niterói, para se ter um calendário único das inúmeras atividades que essas instituições apresentam.

BB- Há na cidade divisões que prejudicam o avanço cultural? Falta coesão no movimento?

PRC - Talvez pela ausência desse espaço agregador.

BB- Deixe uma mensagem aos leitores e, se possível, finalize com um haicai onomástico.

PRC - Precisamos perseverar! Precisamos unir forças vindas de todas as fontes e formas de cultura. Juntos somos mais! Neste momento de união e fé, deixo este haicai onomástico feito para o Papa Francisco que acaba de nos visitar: "Peregrinos juntos (5) / numa algazarra da fé (7) / saudavam Francisco.(5)"