O prazer da pesquisa para mim
Fazer pesquisa, para mim, é um prazer. Sempre quis "ser uma cientista, uma pesquisadora".
Desde criança, ficava empolgada quando a professoras solicitavam algum "trabalho" de pesquisa sobre qualquer tema. Sempre foi um prazer me dedicar às atividades de consultar os livros, as enciclopédias, os jornais, as revistas, entrevistar pessoas, observar fatos. Sinto esse entusiasmo pelo conhecimento, pela descoberta, pela exploração de um tema, pela busca de informações, pela associação de dados. E além disso, sinto satisfação em redigir, descrever, organizar minhas próprias análises, meus achados e minhas conclusões.
Na Literatura, sou fã dos contos e romances policiais, que comumente envolvem investigações com intenso uso da inteligência por parte dos detetives para organizar as ideias e desvendar os mistérios. Para mim, inúmeros aspectos da vida são mistérios fascinantes de se tentar desvendar. Seja o funcionamento do cérebro, do corpo, das máquinas, de colônias de animais, de filosofias diferentes, de outros idiomas, de regras esportivas, de formas de governo, de obras literárias, da psique humana, de sistemas de computação,... tudo isso me encanta e me leva a querer saber mais.
Quando passei a estudar Administração, a pesquisa nessa área mostrou abranger uma ampla variedade de possibilidades. Tanto que, no mundo do trabalho, praticamente todas as situações vivenciadas, especialmente situações debatidas (polêmicas) entre os colegas, pareceram compor um vasto universo de pesquisa. Assim, passei a ver minha própria atividade profissional como um laboratório de observação, pesquisa e experiência científica. E isso se revelou uma descoberta (empolgante!) de uma 'nova camada de significado' da minha própria vida. Como diria Karl Weick, teórico de organizações, a "produção de sentido" que as pessoas realizam sobre suas atividades cotidianas (e de fato, sobre tudo), é o que mostra essa 'nova camada de significado'.
Nesse sentido, é empolgante poder realizar pesquisas sobre temas da área de administração, observando seu desenvolvimento 'in loco', e poder organizar minhas análises e conclusões em artigos científicos dessa área. (Ainda melhor é quando estas pesquisas podem ser úteis para outrem, o que percebo quando os artigos são citados em outros trabalhos!). Assim, realizo as atividades de que já gostava quando criança, e além disso, organizo minha própria 'produção de sentido' sobre as atividades do meu trabalho.
Lembro que, na infância, sempre quis "ser uma cientista, uma pesquisadora", "ser analista de sistemas" e "trabalhar em um banco". :) De fato, trabalho em um banco, no cargo de Analista de Sistemas. :) E com todas as possibilidades de pesquisa e 'produção de sentido' proporcionadas pelo tema da gestão de empresas, ainda mais aliado às circunstâncias do desenvolvimento de sistemas, posso dizer que me sinto uma verdadeira cientista, uma pesquisadora! :)
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MALANOVICZ, Aline Vieira. "O prazer da pesquisa". Porto Alegre, 8 jun. 2013. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/4331651