Fim de Namoro (papo com minha psicologa)
Psicologa:
-oi, vamos relembrar um pouco do passado?
Eu:
-Tem muita coisa que, francamente, cá entre nós, não valem à pena lembrar.
Psicologa:
-quer conversar?
Eu:
-Sabe aquela escorregada que você precisa dar pra aprender a levantar?
Psicologa:
-sei
Eu:
-Então... Eu escorreguei.
Psicologa:
-porque do escorregão Laudynha?
Eu:
-Eu me preocupava demais com uma pessoa, e ele estava longe de merecer qualquer tipo de afeto por mim.
Psicologa:
-porque ele não merecia seu afeto?
Eu:
-Eu precisei dele ao meu lado, mas ele... ele não veio, ele me deixou
Psicologa:
-e vc ficou mal por ele ter te deixado?
Eu:
- "Admito que doeu, que me sufocou. Admito que eu não sabia pra onde correr. Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou. Mas também admito me fez olhar pra frente e entender que tudo nessa vida tem uma razão, e que se você se machuca muito, começa a não doer mais tanto.
Psicologa:
-Mas o porque dele ter te deixado?
Eu:
-o começo de tudo foi uma conversa no celular, dai eu respondi; É no nosso encontro, cara a cara, olho a olho, que as coisas vão se definir.
Psicologa:
-e se definiram como?
Eu:
-no fim do relacionamento.
Psicologa:
-isso tem quanto tempo?
Eu:
-alguns dias apenas.
Psicologa:
-vc não acha que poderia dar certo?
Eu:
- Podia ter dado certo entre a gente, mas não deu. Infelizmente.
Psicologa:
-vc esta cheia de lembranças neh?
Eu:
-Às vezes acho que não vou esquecer. Mas está passando. Vai passar.
Psicologa:
-o motivo do fim o que teria sido exatamente?
Eu:
-nossa... muitas coisas. Mentiras, Traição.
Psicologa:
-e recaídas? Vc não teve nenhuma?
Eu:
- Eu já não sei quantas vezes eu disse que não voltaria atrás e voltei. Mas dessa vez é diferente, foi diferente, dessa vez foi definitiva.
Psicologa:
-e como vc encara essa situação Laudynha?
Eu:
- “Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi. ”
Psicologa:
-Certo. Quando vcs estavam juntos, até que ponto vc estava disposta a chegar por ele?
Eu:
-Eu enfrentaria o mundo com uma mão, se ele segurasse a outra.
Psicologa:
-quando vc descobriu a traição e as mentiras como ficou?
Eu:
-"Quis morrer, mas engoli pra continuar vivendo.
Psicologa:
-Mas a decisão do fim do relacionamento teria sido de quem?
Eu:
-minha, pois nao conseguia mais tantas mentiras e pouco amor da parte dele.
Psicologa:
-ele disse alguma coisa com a decisão do fim do namoro?
Eu:
-perguntou se eu ficaria bem.
Psicologa:
-E vc respondeu o que?
Eu:
-estou viva e, sinto muito, “vou continuar."
Psicologa:
-ele veio atrás de vc depois do fim?
Eu:
-sim, diversas vezes que cheguei a perder as contas.
Psicologa:
-e o que ele disse quando te procurou?
Eu:
-disse que eu deveria poder ler a mente dele. Dai eu veria o quanto ele me amava.
Psicologa:
-E o que vc respondeu?
Eu:
-me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar.
Psicologa:
-dai ele foi embora?
Eu:
-não. depois ele me disse: "Eu queria que em um dia qualquer, você chegasse de fininho, me abraçasse apertado e dissesse: Senti sua falta."
Psicologa:
-nossa... depois dessa declaração de amor o que vc falou?
Eu:
- Se não brilha mais, não insista. Lâmpada queimada não se arruma. Se troca por outra.
Psicologa:
-vc nao acha que exagerou nas palavras com o Homem que vc ama?
Eu:
- Sou eu sozinha quem carrega todo esse peso nas costas, isso ninguém percebe, ninguém valoriza.
Psicologa:
- então foi definitivamente um ponto final?
Eu:
-Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos... e vou... dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.
Psicologa:
-vc se sente como psicologicamente?
Eu:
- "...tenho me sentido legal. Mas é um legal tão merecido, batalhado..."
Psicologa:
-Quando vc se lembra dele o que passa em sua cabeça Laudynha?
Eu:
- Uma lembrança boa dele, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros."
Psicologa:
-e vc lembra dele regularmente apesar de tudo que ele te fez?
Eu :
-Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Mas lembro sim.
Psicologa:
-e se vcs voltassem não daria certo?
Eu:
-Antes mesmo de nascer, Deus sabe quem vai te fazer feliz para sempre. E ele não pode ser essa pessoa já que me fez tanto mal.
Psicologa:
-certo, mas vc precisa seguir.
Eu:
-" Tenho medo de já ter perdido muito tempo. Tenho medo que seja cada vez mais difícil. Tenho medo de endurecer, de me fechar.”
Psicologa:
-ter perdido muito tempo? vc é jovem ainda, vá em frente e siga, procure alguém.
Eu:
-estou conhecendo uma pessoa, combinamos em alguns aspectos
Psicologa:
-vc acha que esse novo lance vai dar certo?
Eu:
- Eu nem sei o que é dar certo.
Psicologa:
-vcs estão juntos?
Eu:
-não. Eu estava só começando a entrar num estado de amor por Ele. Mas não me permiti, não me permiti.
Psicologa:
-então vc vai desistir? Não vai tentar novamente? vc tem o direito de ser feliz.
Eu:
-antes É preciso acabar com esse medo de ser tocada lá no fundo. Ou talvez seja preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso." Ainda não sei ao certo.
Psicologa:
-Então vc vai tentar?
Eu:
- Sim... Como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara.