POSSÍVEL COLHEITA

Anos de exercício da criação literária deram ao texto algum estilo e formato. Estou sempre à busca do novo, da rarefação do ego do autor, através da despersonalização dos diálogos, pra que o leitor obtenha uma “janela” para viver o conteúdo, e possa se “apossar” do texto. Trabalho, tanto na prosa quanto no verso, à busca do texto curto e limpo, com razoável sugestão e ele atinge, por vezes, alguma transcendência... Somente depois de tantos anos, me apercebo de algumas melhoras na escolha do conteúdo temático e na apresentação estética do produto literário. Continuo à busca do ferramental (dentro de mim) que, por certo, lavrará a terra até o florir da semente. Todavia, florir mesmo – em reprodução – somente depois do retorno ao pó, na possível colheita...

– Do livro A URGÊNCIA ESSENCIAL, 2013.

http://www.recantodasletras.com.br/entrevistas/4089066