ENTREVISTA COM JANDUÍ SILVA

1. OLÁ JANDUÍ COMO VOCÊ COMEÇOU A ESCREVER?

R- Aos dezessete anos. Sonhava em ser uma escritora famosa e reconhecida.

Famosa de viajar pelo mundo levando minha literatura, reconhecida ao ponto

de editar livros por Editoras boas e não ter que andar tanto buscando

espaço.

Descobri meu dom quando uma vizinha pediu que escrevesse um conto para

apresentação na escola, sentei e fiz na mesma hora. Ela levou o conto, foi

escolhido pela professora como o melhor da sala. Foi exposto no mural como o

melhor conto, porque passava uma boa mensagem. Daí em diante comecei a pegar

meus antigos rascunhos e escrevi sem parar.

2. QUAL SEU MAIOR SONHO NESSA CARREIRA?

R- Ter meus livros lidos e comentados. Passar minhas mensagens que são falar

da importância da amizade, lealdade, falar do amor, mostrando exemplos em

que o amor salvou, modificou e transformou pessoas infelizes em seres

felizes e satisfeitos.

3. TEM ALGO QUE NÃO GOSTA DE LER NEM POR DECRETO?

R- Gosto pouco de política e economia.

4. QUAIS SÃO SEUS PROJETOS FUTUROS?

R- Editar meu livro “ O capoeirista da rua K”. Participar de concursos, o

maior número que puder, no sentido de ganhar algum, para publicar meus

livros de forma independente, como venho fazendo, mas sem as dificuldades

que venho enfrentando.

5. VOCÊ PLANEJA SE INSERTAR EM ALGUM NOVO GÊNERO LITERÁRIO QUE NÃO TENHA

TANTA EXPERIÊNCIA?

R- Poesias, teatro. Tudo de novo me é permitido aprender.

6. ENTRE 7 DIAS DE CÃO E SEU LIVRO ATUAL O QUE MAIS MUDOU? E QUAL É O MELHOR

NA SUA CONCEPÇÃO?

R- Amadureci e aprendi muito, desde o 7 dias de cão. De um ano para cá

aprendi a pegar um texto e conseguir deixar no ponto de edição. Revisão não

sei fazer. Mas a cada leitura que faço consigo deixar o texto gostoso de

ler.

7. VOCÊ ACHA QUE ESSE LIVRO ATUAL É UM DIVISOR DE ÁGUA EM SUA CARREIRA?

R- Sim. Por que o tema é muito interessante, bem escrito, fala de amor e do

Amadeu um ser que veio ao mundo para ajudar seu semelhante.

8. COMO SERÁ SEU PRÓXIMO LANÇAMENTO? E JÁ TEM TÍTULO?

R- Sim. O capoeirista da rua K. Estória de um justiceiro... Um rapaz que tem

seus valores modificados pela sociedade, torna-se um vingador, mas no

entanto é cheio de sentimento de justiça, carrega culpa.. Um personagem todo

desenhado num livro de quase 300 páginas.

9. VOCÊ LEMBRA DE ALGUM TRECHO DE SUA OBRA QUE MARCASSE MAIS ALGUM MOMENTO

DE SUA VIDA QUE FOI PARA O PAPEL MESMO QUE INDIRETAMENTE E QUE VOCÊ SEGUE

COMO UM EXEMPLO?

R- Sempre acontece isso, quando um amigo me enternece, escrevo sobre

amizade. Quando uma situação modifica de hora para outra pela ação do amor,

escrevo sobre isso. Muitas vezes, tento me colocar na posição da pessoa que

tem um problema e escrevo sobre o tema... O livro do cachorro foi assim,

queria falar por eles que não podem falar, coloquei todos os leitores no

lugar do cachorro. O livro MEU MUNDO COLORIDO que conta a estória de uma

menina cega, que opera e começa a ver, verso os dois lados, das pessoas que

não enxergam e da maravilha que é poder enxergar, este livro coloca pessoas

que reclamam da vida demais, a pensar e rever seus valores.

10. HOJE QUAL SUA MAIOR DIFICULDADE NA CARREIRA?

R- Pagar minhas publicações. Por que vendo de forma direta. Visito

Estabelecimentos de ensino com o meu Projeto O ESCRITOR NA ESCOLA, tentando

que eles adotem livros meus e de escritores iniciantes, mas isso nunca

aconteceu, não tive livro adotado por Escola.

11. SEU TEMPO É DIVIDIDO COM OUTRA OCUPAÇÃO OU INTEGRALMENTE É LITERATURA?

R- Trabalho em prestação de serviço e uso todo o meu tempo livre para vender

livros.

12. VOCÊ PENSA EM EXPOR SUAS IDÉIAS NUM LIVRO MAIS SENTIMENTAL E

AUTOBIOGRÁFICO ALGUM DIA?

R- Minha própria trajetória já da para compor uma estória. Sim tenho planos

de algum dia fazer isso. Já comecei com um livro que conto o abandono de meu

marido, fui casada 23 anos e ele abandonou o lar. Chamado ABANDONO, já esta

pronto.

QUAL SUA ROTINA DE INSPIRAÇÃO LITERÁRIA?

13. EM MÉDIA VOCÊ ACHA QUE UM BOM LIVRO LEVA QUANTO TEMPO PARA SER ESCRITO E

EDITADO E QUAL A FUNÇÃO DA EXPERIÊNCIA DO ESCRITOR NESSE PROCESSO DIMINUI OU

AUMENTA ESTE TEMPO?

R- Tem dias que escrevo muito... Dias que nem quero chegar perto do

computador. Como meus livros já estão prontos, sempre pego para dar uma

melhorada. Um livro pode ser feito em até um dia, um infantil, agora para

ajustar deixar no jeito leva tempo.

A experiência do escritor, não aumenta nem diminui o tempo, o fator

principal ter idéias. Coisas interessantes para escrever. Pode sair textos

todos os dias, mais livro interessante não. Escrever bem diferente de

escrever coisas boas. Em resumo tem escritores que escrevem muito mas

juntando tudo, sobram poucas coisas boas. Costumo pegar trechos de livros de

contos meus e transformá-los em outros livros.

Caso de um livro que escrevi e depois de muitos anos decidi que o personagem

principal deveria ser negro, para que eu falasse do tema, negritude.

14. JANDUÍ NÓS SABEMOS QUE VOCÊ TEM UM DOM PARA CONTAR ESTÓRIAS NÃO SERIA

MAIS CONFORTÁVEL SE VOCÊ ESCREVESSE TEATRO EM VEZ DE CONTO JÁ QUE O CONTO É

UM POUCO MAIS COMPLEXO, POIS NUMA PEÇA A AÇÃO BEM TRABALHADA É MUITO MAIS

DESENVOLVIDA E ABSORVIDA PELO PÚBLICO E ÀS VEZES NUM LIVRO O LEITOR SOMENTE

TEM A MENTE PARA OBSERVAR E FALTARIA UM POUCO MAIS DE ABSORÇÃO NESTE ÂMBITO

EM RELAÇÃO A ALGUNS LEITORES VOCÊ ACHA ISSO UM OBSTÁCULO OU APENAS UMA

MANEIRA DE SE DESENVOLVER COMO ESCRITORA?

R- Tinha que escolher um caminho decidi ser romancista e escrever também

para criança, um livro infantil custa caro para ilustrar, resolvi começar

pelos contos e romance. Escrevi uma peça de teatro adaptação de Meu mundo

colorido, da menina cega. Ma é difícil você arriscar em caminhos que não

percorreu, mas é um desafio que encararia.

15. JANDUÍ VOCÊ CRIARIA UM NOVO ESTILO DE LINGÜAGEM METAFÍSICO AOS SEUS

LIVROS PARA CRIAR UMA POLÊMICA OU PREFERIRIA CASO QUISESSE POLEMIZAR

TRATARIA DE UM TEMA MAIS REAL, OU APENAS FARIA UMA CRÍTICA, SEI LÁ, COMO

VOCÊ POLEMIZARIA ALGO EM ALGUMA OBRA E QUAL ASSUNTO SERIA O PANO DE FUNDO?

R- Minha polemica principal é a vergonhosa maneira como é tratado o escritor

iniciante mesmo sendo bom. Como não existindo o dinheiro da respectiva

edição o escritor não tem reconhecimento. Tendo o valor da edição e sendo

bom o texto, funciona, ser bom e não ter o valor, condena a levar anos sem

editar.

JANDUÍ SOU SEU FÃ PORQUE VOCÊ ESCREVE CONTOS TÃO EXTENSOS SEM PERDER O TEOR

DA HISTÓRIA VOCÊ ACHA QUE SERIA UMA BOA ROTEIRISTA NO CINEMA?

- Sim. Gosto de mexer com muitos personagens. Caráter, personalidade, modos

de comportamento e problemas pessoais de cada personagem. Roteiros longos me

interessam.

16. JANDUÍ VOCÊ SE ESTIVESSE NO DIVÃ DO DEUS DA LITERATURA O QUE PEDIRIA?

R – Mais respeito e reconhecimento ao autor iniciante. E que não existisse

tanta proteção para os aclamados e que muitas vezes na sua escrita nem tem

tanto valor.

17. E O QUE VOCÊ FALARIA PARA ELE?

R- Pra continuar me dando o dom de escrever. E essa força que tenho para

lutar.

18. PARA FECHAR SE RESUMA EM UM PARÁGRAFO COMO ESCRITORA E PESSOA.

R- Realista, positiva, embora sonhadora, mas sonho com o real, pé no chão...

e uma pessoa que crê no amor como forma de modificar pessoas, situações e

a vida por pior que esteja.

Edemilson Reis
Enviado por Edemilson Reis em 27/02/2007
Código do texto: T395897