Jornalista Diego Souza

Jornalista Diego Souza (Portal G1 e Inter Tv)

Olá a todos, hoje tenho a honra de entrevistar alguém que não faz parte dos escritores do site Recanto das Letras, mas é um jornalista. Diego Souza é natural de Araçuaí no Vale do Jequitinhoha, em Minas Gerais e foi repórter de esportes, cidade e polícia no Jornal Diário Do Rio Doce. Recém contratado pelo Portal G1 da Globo ele agora faz parte da INTER TV dos Vales em Governador Valadares, Leste de MG.

Helládio Holanda: Primeiramente Diego, você é meu primeiro entrevistado que não faz parte deste site de poesias, aproveitando o assunto, o que pensa do hábito da leitura no nosso pais ?

Diego Souza: Primeiro quero agradecer a oportunidade e dizer que fiquei muito lisonjeado com o convite. Por força do trabalho demorei um pouco a responder. Sobre a pergunta é importante dizer que a leitura é fundamental na vida de qualquer pessoa. Porém, infelizmente, a leitura não é um hábito de nós brasileiros. Acho que se o brasileiro tivesse o hábito de ler o Brasil certamente seria um país muito melhor.

Helládio Holanda: Você é bem jovem, como vê a nova geração do jornalismo Nacional ?

Diego Souza: Realmente me formei jovem, aos 23 anos, mas já trabalhava como jornalista desde os 17. Hoje com 29 não me sinto mais jovem assim (risos). Acredito que estamos passando por um processo de transição no jornalismo. Como em toda e qualquer profissão a nova geração tem bons e maus jornalistas, mas o mercado de trabalho na maioria das vezes se encarrega de fazer essa seleção. Os bons ficam, os outros passam.

Helládio Holanda: Conte um pouco de você, nasceu em Araçuaí, diga-me algo marcante por lá em sua infância....

Diego Souza: Tive uma infância muito bacana, como toda criança do interior. Isso para mim foi muito importante. Cresci numa época mais tranquila (anos 80), numa cidade pacata. Fatos marcantes foram muitos citar um apenas seria difícil. Vou dizer isso então, tive uma infância marcante e feliz.

Helládio Holanda: Como se transferiu para Governador Valadares ?

Diego Souza: Tinha muita pressa em me formar jornalista. Tentei alguns vestibulares dos 18 aos 19 anos. Aos 19 fui aprovado em Governador Valadares e em Belo Horizonte. Por ser mais próximo de Valadares optei por estudar na cidade. Cheguei em Valadares em 1º de agosto de 2002.

Helládio Holanda: Tem vontade de morar em outro estado ?

Diego Souza: Tenho sim. Tenho como meta morar no Rio de Janeiro. Outro lugar que vou trabalhar é no Ceará. O nordeste todo me encanta, mas o Ceará, Pernambuco, a Paraíba e o Rio Grande Norte me chamam muito a atenção.

Helládio Holanda: Como você diferencia o jornalismo sensacionalista do ético ?

Diego Souza: As pessoas criticam o sensacionalismo, mas elas gostam e sustentam esse tipo de prática. Dão audiência a programas como os policias que mostram sangue a esmo, ou aqueles que exibem desentendimentos entre famílias, etc. Já o jornalismo ético é uma obrigação. A ética deve nortear qualquer profissão, o jornalismo não é diferente. Mas é preciso ressaltar alguns jornalistas, que prefiro não chamar de colegas, de fato não são adeptos da ética.

Helládio Holanda: Você é a favor do aborto ?

Diego Souza: Essa é uma questão polêmica, mas tenho minha opinião. Em casos específicos sim. Não sou a favor do aborto pelo aborto. Se a gravidez for indesejada, por um estupro, por exemplo, o se a gravidez gerar risco de morte para a mãe, ou se o feto tiver problemas que vão impedí-lo de ser uma criança feliz, enfim, nesses casos eu sou a favor do aborto.

Helládio Holanda: Qual reportagem foi mais difícil de se fazer ?

Diego Souza: Difícil dizer. Foram muitas. Já escrevi sobre política, economia, esporte, cultura, cidade, polícia. Acho que a primeira chacina que cobri não foi fácil... Cinco mortos em uma fazenda. A minha primeira reportagem na TV também me deixou bastante nervoso. Acho que foram essas.

Helládio Holanda: Alguma reportagem fez o Diego Souza chorar ?

Diego Souza: Engraçado essa pergunta. Em 12 anos de carreira chorei pela primeira vez neste ano. Uma vez no mês de setembro, quando entrevistei uma mãe que pedia ajuda para a filha que sofria com problemas respiratórios. E outra vez foi no dia 26 de setembro ao ver o desespero de uma esposa ao ver o corpo do marido assassinado. Não foi choro, porque a gente tem que se manter durante o trabalho, mas os olhos ficaram marejados.

Helládio Holanda: Quando estreou na televisão ? Como foi segurar o nervosismo ?

Diego Souza: Foi muito difícil, muito nervosismo. Eu tenho um problemas de Fobia Social, mas me trato e tenho consigo levar numa boa. A TV realmente foi difícil, mas me adaptei e hoje consigo levar numa boa. A estreia não foi como queria, mas também não comprometeu.

Helládio Holanda: Li em uma matéria (Não sua) que os medicamentos receitados TARJA PRETA, estão vendendo como água, só o medicamento Rivotril vendeu ano passado cerca de 10 milhões, o que pode estar motivando os brasileiros a tomarem tanto remédio para ansiedade e outros transtornos ?

Diego Souza: Já tomei remédios de tarja preta. Porém é preciso prudência. Não podemos exagera. Devemos utilizar esses medicamentos apenas em caso de necessidade ou com recomendação médica. Nós brasileiro temos mania de automedicação e isso não é legal.

Helládio Holanda: O que diria a uma pessoa que tenta cometer o suicídio ?

Diego Souza: No jornalismo a gente não noticia suicídio. Eu particularmente nem curto falar sobre isso porque acho uma bobagem. Dizem que é um ato de covardia. Não sei. Para tirar a própria vida é preciso muita coragem. Coragem de abrir mão da maior maravilha que temos que é a vida.

Helládio Holanda: Falando sobre a violência, como jornalista policial, o que pensa a respeito do código penal nacional ?

Diego Souza: Completamente defasado, desatualizado. As nossas leis são retrógadas e é preciso uma reforma no código penal urgente, para ontem. Bandidos têm muita regalias e não pode ser assim.

Helládio Holanda: Diego Souza é um homem apaixonado ?

Diego Souza: Sim, tenho muitas paixões: meus pais, minha família, meu trabalho, o jornalismo e meu Flamengo.

Helládio Holanda: Como é sua relação com a sua família ?

Diego Souza: A gente se ama muito, mas não demonstramos. Por isso, não acho que seja uma boa relação. Não nos beijamos, não nos abraçamos, mas nos gostamos. Acho que foi a minha criação. Mesmo sendo filho único não fui mimado. É difícil explicar porque tive quase tudo que quis... Realmente não sei explicar. Talvez até saiba, mas não queira falar (risos).

Helládio Holanda: Pensa em ter filhos ?

Diego Souza: As vezes penso muito, as vezes acho que não. Mas se um dia for pai acho que vai ser bacana. Queria ser pai de um garoto. Ensinar a jogar futebol e torcer pro Mengão.

Helládio Holanda: Vejo que você é flamengo apaixonado como eu, sobre todo o tumulto que ocorreu no clube, será que o Flamengo escapa da segunda divisão este ano ?

Diego Souza: Com certeza. Flamengo já passou por situações piores. Pode ser que um dia o Flamengo seja rebaixado, mas não consigo imaginar isso. Não combina com a grandeza do clube. Ano de eleição no Flamengo é sempre conturbado.

Helládio Holanda: O que diria a Ronaldinho Gaúcho ? E a Patrícia Amorim ?

Diego Souza: Ao Ronaldinho nada. `Para a Patrícia daria conselhos. Se para ser presidente do Flamengo que seja de corpo e alma. Ela se divide com a carreira política e isso prejudica o Flamengo.

Helládio Holanda: Sobre a copa 2014, acredita que o Brasil fará bonito dentro e fora dos campos ?

Diego Souza: Fora eu tenho certeza. Será a melhor copa da história. Os pessimistas duvidam, mas vão ver. No campo eu acredito que não. Penso num novo maracanasso contra o Uruguai, novamente, ou contra a Argentina. Já imaginou?

Helládio Holanda: Na Holanda a Prostituição e a maconha é liberada em partes, no Brasil acha que funcionária ?

Diego Souza: Sou totalmente contra a liberação de qualquer tipo de droga. Por mim até o cigarro seria proibido. Mas quem sou eu para decidir isso. Quanto a prostituição, o Cazuza tem uma música que diz; "eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo". É assim que eu vejo que se prostitui, já quem se envolve com drogas não. Geram problemas para a família e a sociedade. Mesmo sabendo que muitos não se enveredam por esse caminho tortuoso.

Helládio Holanda: O que diria ao preconceito ?

Diego Souza: Nada. Eu não falo com que eu não gosto. Eu abomino qualquer tipo de preconceito. Por exemplo, mesmo sendo totalmente contra as drogas, tenho amigos que são usuários. Eu os respeito, cada faz da sua vida o que acha melhor. Não posso me meter, apenas explico os motivos pelos quais não me envolvo com esse tipo de coisa.

Helládio Holanda: Sobre as cotas de negros em faculdade, você é a favor ou contra ?

Diego Souza: Sou a favor. Outro dia vi um post no facebook onde uma criança negra questionava uma estudante que havia ganhado uma bolsa, algo do tipo: "Você é contra a cota de negros, mas está aqui me entrevistando com a bolsa que ganhou". É bem por aí. Infelizmente os negros ainda enfrentam esse absurdo que é o racismo e têm menos oportunidade em algumas situações...

Helládio Holanda: Quem você sonha em entrevistar ?

Diego Souza: Que estão vivos a Dilma Rouseff e o Lula. Mas queria muito entrevistar o Cazuza e a Cássia Eller que já não estão mais entre nós.

Helládio Holanda: Qual foi a maior saia justa que passou ?

Diego Souza: Muitas, muitas, várias... Difícil citar uma só. Vou preferir passar risos.

Helládio Holanda: A quem você esticaria o dedo ?

Diego Souza: Não entendi a pergunta, mas se for no sentido de apontar, jamais apontaria o dedo para alguém. Não tenho esse direito.

Helládio Holanda: Existe uma cura para a fome no mundo ?

Diego Souza: Sim, a boa vontade dos líderes mundiais. Quando eles deixarem de olhar apenas para o próprio umbigo e passarem a se importar com o outro isso vai mudar.

Helládio Holanda: Quem no meio artístico você mais admira ?

Diego Souza: São tantos artistas, atores, atrizes, cantores... Vou citar o Roberto Frejat.

Helládio Holanda: Falando de televisão para encerrar, você acha que a TV algum dia irá perder espaço como se perdeu no rádio ?

Diego Souza: Não. A TV é muito forte. Mas é preciso ressaltar que o rádio não perdeu sua força, passou por momentos delicados, mas até hoje tem sua força, especialmente no interior e na zona rural.

Helládio Holanda: Estamos na beira da eleição, ainda existe político em que se possa confiar?

Diego Souza: Claro que existe. Podemos até achar que isso é dificil, mas existe. É preciso garimpar com afinco. São raros como pedras preciosas, mas existem.

Helládio Holanda: Agradeço de coração sua participação e sabe da minha admiração, nos conhecemos a muitos anos, acho que uns 8 anos, e vi seu crescimento e fico sempre na torcida por você, defina a si mesmo com 3 palavras apenas.....

Diego Souza. Determinação, Humildade e Felicidade. Quero novamente agradecer seu convite e estou sempre a disposição. Um abraço.