Entrevista: Pena de morte...

Perguntaram-me essa semana se eu era a favor da pena de morte.

A resposta continua a mesma:

_ NÃO!

E argumentaram:

“_ Com a pena de morte a criminalidade diminui...”

_ Mentira! A criminalidade diminui com educação e divisão de renda.

“_ Duvido que você não peça a pena de morte se um parente seu fosse assassinado...”

_ Não! Eu sei, porque já senti essa dor, e sempre buscamos JUSTIÇA. E aqui no Brasil já há pena de morte.

“_ Não! Nós não temos!”

_ Sim, temos. Só que matamos de outra forma, matamos encarcerando em container de lata sob um sol escaldante; matamos quando jogamos os seres em cadeias superlotadas com facções rivais; matamos quando encarceramos crianças e adolescentes junto de marginais perigosos – que se tornaram seus mestres na arte do crime; matamos quando preferimos gastar milhões com cães e festas ao invés de investirmos nos seres, nas crianças,... matamos quando nossos dirigentes acham mais importante construir presídios que escolas; matamos quando negligenciamos a formação religiosa e moral de nossos filhos, quando relegamos a benção de educar e amar para terceiros; matamos quando escolhemos maus políticos em troca de alguma vantagem; matamos quando nos omitimos de ajudar quem precisa; matamos quando pagamos salários de miséria aqueles que nos servem; eu mato, você mata, nós matamos e diariamente sem nem nos darmos conta.

Mas as pessoas têm uma tendência de fugir das questões realmente importantes e logo me perguntou:

“_ Você não gosta de bicho?”

_ Gosto! Trato-os com carinho e zelo, mas também os educo. Mas não troco uma criança por bicho nenhum, não gasto milhões em mimos para animais – esse que são nossos irmãos menores.

“_ Você não parece gostar?”

_ Eu gosto já até paguei uma cirurgia plástica para um cão. O que eu não gosto é da banalização no trato com o bicho. Eu acredito que a questão da pena de morte, não é a questão mais importante no país, assim como uma festa de cães não é o evento mais importante da vida humana. Entende? Eu acredito que antes de discutirmos a possibilidade de matarmos outro ser humano, deveríamos discutir a possibilidade de lhe garantir vida em plenitude, ou seja, com dignidade e respeito.