Entrevista

Acompanhem a entrevista com o escritor e associado da Literarte José Araújo

Postado por Izabelle Valladares em 9 julho 2012 às 11:51

Conhecendo um pouco do escritor José Araújo

Natural de São Paulo, capital, onde reside atualmente com esposa e filhos. Nascido aos 26 dias do mês de março de 1.955, José Araújo é empresário, administrador, autor e escritor, tendo começado a escrever aos 14 anos, quando escreveu seu primeiro poema que lhe garantiu o primeiro lugar num trabalho escolar de tema livre dado por sua professora de português.

Ao longo dos anos, acumulou muitos trabalhos na gaveta sem publicá-los, até que em 2008, incentivado por um amigo e apoiado pelo editor Edson Rossatto da Andross Editora que acreditou em seu potencial, finalmente publicou seu primeiro trabalho impresso no livro Entrelinhas, uma antologia de contos e microcontos com a participação de vários autores no qual participou com o conto "Um Amigo, um Amante, uma Paixão" que fez um enorme sucesso, tendo sido adotado para trabalhos em sala de aula por professores da rede escolar de ensino em São Paulo.

A partir desta publicação, muitas outras vieram. Por conseqüência de seu excelente trabalho de divulgação e também por causa das antologias, que tendo nelas autores de todo o país e também do exterior, levaram consigo as obras de José Araújo. Com este processo, seus contos e poemas se tornaram conhecidos em todo o Brasil e também em Portugal, África e Espanha e em diversas colônias de brasileiros e portugueses em países estrangeiros.

Sendo um autor focado em escrever sobre sentimentos humanos, usando ficção, realidade e fantasia para abordar acontecimentos do nosso cotidiano, não são raras as vezes em que o leitor se identifica em alguma parte de seus textos e segundo o autor, isto acontece porque quando se trata de sentimentos, de alguma forma, em algum momento, somos todos iguais e assim, seus textos ganharam a aceitação e admiração do público leitor pelo excelente conteúdo moral e reflexivo, oferecendo uma leitura suave e capaz de proporcionar momentos de muita paz e reencontro com nossa própria essência, através dos sentimentos despertados ao ler as obras do autor.

Esta aceitação pelo publico leitor, o motivou a publicar seu primeiro livro solo em 2009 pela Usina de Letras Editora, com o título de “Por um Mundo Melhor – Contos para Reflexão” que desde seu lançamento não parou de vender garantindo ao autor um lugar no livro “Escritores da Década – 2001/2010” e em 2010; José Araújo nos trouxe o livro “Sentimentos e Emoções – A Magia dos Contos” com a mesma qualidade impecável de seu primeiro livro solo prometendo como o primeiro, despertar grandes emoções nos corações dos leitores de todas as idades.

José Araújo é membro de diversas Academias de Letras e Artes no Brasil e no Exterior.

Qual o tipo de romances te inspira os clássicos ou os comerciais?

R: Sou apaixonado pelos clássicos. Acredito que este é um amor antigo. Sempre que posso releio obras que me tocaram de forma mais profunda. É sempre a mesma emoção ler e “reviver” tantas emoções de épocas tão distantes mas ainda muito atuais em meu coração.

Você além de escritor tem um cotidiano movimentado com o seu trabalho, acredita que este cotidiano te inspira?

R: Sim. Não tenho duvidas que meus afazeres diários, meus contatos com pessoas diferentes o tempo todo me dão chance de parar, nem que seja por um segundo, para refletir sobre nós, sobre nosso comportamento perante a nós e nossos sentimentos e perante aos nossos semelhantes. Foi com esta fonte de inspiração que escrevi o livro “Por Um Mundo Melhor” que é um livro de contos reflexivos e que me rendeu o titulo de “Escritor da Década – 2001/2010. Nosso cotidiano se bem obervado e vivido, as pessoas, tudo enfim é fonte inesgotável para quem como eu, escreve sobre sentimentos, que se dedica a criar textos no intuito de levar à reflexão.

Como os textos surgem para você?

R:É difícil dizer exatamente tendo em vista que a inspiração vem na rua, no metro, no trabalho. Basta um olhar, uma situação incomum, algo que me chame atenção. Quando isto acontece, comparo a um colar de perola que se quebra e as esparrama em todas as direções. Assim acontece com a inspiração quem vem a mim. Meus pensamentos dispararam sem freios, se receios e vão em todas as direções.

Quanto tempo, em média, você leva para escrever um livro?

Qual foi o mais rápido que você já escreveu e qual lhe deu mais trabalho?

R: É algo que varia muito. Posso levar até um ano, não mais, a média é de seis meses.

O mais rápido foi Os Elfos de Paranapiacaba, foi algo quase mágico! Amo a Vila de Paranapiacaba e um dia, caminhando pela velha passarela sobre os trilhos, olhando para o velho relógio da estação, parei e fixei nele minha atenção. Foram poucos minutos mas me desliguei da realidade. Viajei no tempo e no especo, e quando voltei, vim a acompanhado por todos os personagens do livro e quando cheguei em casa, escrevi até de madrugada e a historia foi fluindo de tal forma que foi como seu eu estivesse narrando algo que presenciei. Em menos de um mês estava pronto e é um dos livros que escrevi que mais gosto.

O livro que mais me deu trabalho para escrever foi o Doce Maldição. Foi uma ideia que tive de associar o Projeto Genoma com ficção e romance e para escrever e criar cenários, personagens, tive que “encarnar” a vida de cada um e, tal como para um bom ator é preciso fazer laboratório, tive que fazer também. Hoje me orgulho do esforço e dedicação que tive para concluir esta obra que pronta, é na minha opinião, algo incrível, o resultado da vitoria do amor mesmo com o homem mexendo com a natureza e correndo o risco de mudar geneticamente tudo à nossa volta, inclusive, a nós mesmos. O retorno que me tem dado, são alegrias imensas de tê-lo vendido em grandes livrarias como Cultura e Saraiva.

Você já teve livros que começou a escrever e não conseguiu dar segmento?

R: Não. Sou teimoso quando me disponho a escrever um livro, um conto, uma crônica ou apenas uma poesia. Se um personagem esta atrapalhando meu caminho, o elimino. Substituo por outro, mas maleável, mais de acordo com o que eu quero que aconteça. Se não posso prosseguir com o andamento de uma historia por causa de fatores de tempo, locais, épocas, ou não conseguir “encarnar” a “vida” de um deles, não penso duas vezes. Revejo a ideia inicial e sigo adiante mas sempre fiel à essência do que me dispus a escrever.

Se você tivesse que listar cinco pontos fundamentais que um autor devesse ter em mente para escrever uma história de sucesso, quais seriam?

R:

1- Inspiração

2- Vivenciar as vidas dos personagens.

3- Determinação de fazer acontecer.

4- Colocar em seus texto, ação, aventura, emoção, sentimentos e sensualidade e se possível, uma pitada de magia, de ficção.

5- Ser ao inverter os papeis tonando-se leitor for capaz de se emocionar após ler seu próprio livro quando terminado, se conseguir se desligar da realidade, se for capaz de sorrir ou chorar pelo conteúdo do que acabou de ler, o resultado não pode ser outro, ira tocar o coração do leitor.

O Livro “Haras” vencedor do prêmio Interarte 2011, como melhor livro em sua categoria, é um livro sensual, e muitos dos seus leitores observam em você esta característica. Acredita que o escritor passa um pouco de sua personalidade aos seus personagens?

R: Todo escritor, sem exceção, nos oferecem um pouco de auto-biografico em suas obras, mas esta semelhança não é tão marcante, seja qual for o gênero do autor. Para escrever um bom livro, acredito, é necessário “viver” as “vidas” dos personagens, encarnar suas personalidades, suas emoções e um livro como o Haras não é muito fácil de se escrever, principalmente porque quando se trata de sensualidade, mesmo estando em 2012, ainda é algo meio que tabú, um tanto disfarçado, mas existe. Falar de amor, sexo, sensualidade e todas as cores que o amor sincero e verdadeiro pode nos trazer, não foi fácil, mas me orgulho de ter conseguido e hoje, posso dizer que muitas mulheres neste mundo gostariam de ser como Helena a protagonista do Haras e muitos homens, mesmo que não confessem, gostariam de ser como Rodrigo. Um casal de sonhos, vivendo em nossos tempos, um amor especial, com cenas picantes, historias do dia a dia, vidas comuns, numa trama entre a cidade grande e o campo, com um desfecho lindo que certamente é o sonho de muitos de nós.

Este ano estreou com livros e contos infantis, este universo sempre esteve relacionado aos seus trabalhos ou é algo novo?

R: Querida Izabelle, escrever para crianças é coisa antiga. Tenho muita coisa guardada e ainda não publicada e quem sabe um dia junto tudo num livro solo só para os pequeninos.

Partindo do principio que criei todos os meus filhos sendo incentivados a ler, não foram raras as vezes em que um deles me pedia, pai, conta uma historia para eu dormir? E muitas vezes, eu não tinha nenhum livro novo e então, inventava as historias naqueles momentos e até hoje, muitas delas ainda são repetidas de boca em boca, mas seus registros, estão ainda nas minhas gavetas que esconder coisas que nem eu mesmo lembro mais ter escrito.

É prazeroso por demais ver um sorriso no rosto de uma criança, o brilho dos olhos dela quando ao ouvir as historias que criamos, levantam voo nas asas da imaginação.

Posso até dizer, que se a gente prestar bem a atenção e olhar dentro dos olhos de um pequenino quando estivermos contando uma historia de heróis e dragões, poderemos ver a batalha que travam dentro de pequeninas mentes, na luta infinita do bem contra o mal!

No universo cultural, o reconhecimento do autor depende também de investimento e marketing, como qualquer outra profissão, a internet tornou-se uma forte aliada, para que as associações e academias trocassem informações, além de laurear artistas do Brasil e do exterior reconhecendo o trabalho de qualidade e fazendo juz ao dom do artista, mas vemos também no quadro cultural, uma grande demanda de novas sociedades que criam ou usam através de laços sanguíneos antepassados ou religiosos títulos nobiliárquicos e distribuem títulos que sabemos que socialmente não possuem valor, qual a sua visão sobre isso?

R: Laurear artistas/escritores, oferecendo a eles Troféus, Medalhas, Diplomas, Certificados, Cadeiras e Academias de Letras a titulo de Acadêmicos Correspondentes e até mesmo conceder a eles títulos de nobreza, muito comuns hoje entre academias de letras, são uma maneira de demonstrar que realmente tem seus trabalhos reconhecidos. Os eventos de premiação realizados promovem não só os artistas/escritores, mas também os órgãos responsáveis pela realização de tais acontecimentos. É como uma rede, uma corrente, uma coisa puxa a outra, um ajuda o ao outro e tudo começa a caminhar como se deve. A divulgação é uma arma poderosa para abrir portas difíceis de serem abertas.

As medalhas e diplomas que já recebi me foram de extrema importância para conseguir algumas coisas ligadas ao mundo da literatura e, da minha parte, quanto mais, melhor!

Por outro lado, falando em questões praticas, somente Associações como a Literarte que considero excepcional, que faz um trabalho de peso na divulgação da literatura nacional dentro e fora do pais, assim como algumas outras que fazem o que podem, infelizmente, não conseguem fazer o que realmente nós autores precisamos, ou seja, fazer com que nossos livros solo estejam ao alcance e nas mãos dos leitores, distribuídos nas grandes livrarias e a cargo de grandes distribuidoras.

Da minha parte, entendo que preciso fazer a minha parte, ou seja, promover meus livros, investir neles para que possam ir parar nas livrarias mais importantes e que estejam em todas as feiras e mais, mostrar a cara do autor ao leitor, estando sempre que possível onde meus livros estiverem para pode estar ao lado do leitor.

Izabelle Valladares Mattos
Enviado por Izabelle Valladares Mattos em 09/07/2012
Código do texto: T3768778
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