Entrevista com Od Laremse M Peterson (Bosco Esmeraldo)
FB - De onde vem esta facilidade de criar tanta variedade de estilo poético?
BE - Rapaz! Deixe-me ver! Desde minha infância, devido a minha hiperatividade e extroversão pré-timidez galopante, que tenho uma quase insaciável sede de saber. As pessoas se cansavam pelos meus intermináveis "por quês" e "porquês". Eu não descansava enquanto não descobrisse e tivesse uma resposta satisfatória. Pior é depois que encontrava a resposta que me satisfizesse, surgia mais uma pergunta; "E se fizesse de outra forma? Como seria?". Talvez tenha sido por isso que tentaram matar o meu intelecto e, de repente, fui parar numa extremista polaridade. Mas aí seria outra história.
Então, é por aí. E não é mérito só meu. Li certa vez que René Descartes tentando fazer de forma diferente, sem pretender, findou desenvolvendo a Geometria Analítica, simplesmente desenvolvendo, de outra forma os cálculos oriundos do Teorema de Pitágoras.
Assim, tentando fazer o trivial de forma diferente foi que surgiu cada um dos meus estilos.
FB - Qual foi à primeira criação?
BE - O Gradílio. Como o próprio nome sugere é extraído de [GRAD]ual id[ÍLIO]. Em outras palavras, um Idílio Gradual. Há três tipos de GRADÍLIO. Progressivo, na extrofação [1-2-3-4];
Regressivo [4-3-2-1] e
Espelhado [1-2-3-4-3-2-1] ou [4-3-2-1-2-3-4].
FB – Lembra de seu primeiro poema feito através de sua criação de estilo literário?
BE - Agora você me expôs publicamente. Estou portando um tipo de relaxamento mnemônico. De uns quatro anos pra cá, tenho sofrido de perda de memória recente, sobrando-me uma tênue memória seletiva, altamente volátil. Mas os meus alfarrábios virtuais irão me ajudar. Sei que era em torno do próprio Gradílio, escrito no próprio estilo. Deixa-me conferir.
Confere. GRADÍLIO ESMERALDINUS #001: Uma Poesia Progressiva.
Está publicada no RL, incluisive seu tutorial na pasta Teorias Literárias.
FB – Quantos gêneros poéticos já foram criados pelo senhor aproximadamente?
BE - Em torno de uns vinte.
FB - Qual mais o surpreendeu em termos de aceitação e rejeição dos leitores?
BE - Isto é muito subjetivo, pois todos dizem que gostaram bastante, mas não se atrevem a utilizarem por acharem difícil, apesar de belo, elegante etc. Mas, creio que sete despertaram o interesse de alguns colegas: o Gradílio, o Pentatrilho, o Extrato Intertrix, o Paraletrix, o Extrato Garimpado e o nosso último, o Queiex Esmeraldinus.
FB – Existe algum projeto de livro para estas suas criações?
BE - Esta pergunta, embora me alegre, ao mesmo tempo me deixa muito triste. Tenho sim. Aliás, tenho uns sete livros de poesias já escritos, um já pronto para ser impresso, à espera de patrocínio, um livro sobre Teologia de Missões e mais quatro versando sobre contos, crônicas, aforismos (Meus Simplismos Sapientes)x muitos destes textos estão publicados no RL e em meus blogs e no www.scribd.com.
FB – Qual o estilo que foi mais fácil de criar e o mais difícil?
BE - Todos eles comparo a um parto intelectual. Mas foi um parto indolor. Meu maior problema está na memorização. Depois que eu os crio e os disponho em arquivos, tenho que ler diversas vezes, senão eu os esqueço. É até cômico, às vezes me deparo com algum escrito meu e me assusto: "Uau! Fui eu quem fez isto"!
FB – Como consegue desenvolver tão rápido suas composições?
BE - Homem! Não sei te dizer ao certo, porque muitas delas nascem tipo uma avalanche. Eu tenho que escrever logo, senão se sublima instantaneamente e lá se vão mais um aborto literário. Não consigo me lembrar de nada. Dou graças a Deus por meus filhos terem me presenteado com um iPhone no último dia dos pais. Assim, se alguma inspiração pinta na telha, imediatamente paro tudo e pego o aparelhinho e registro aqui o que vai nascendo.
Mas, pensando melhor, o estilo 'Extrato da Capo Garimpado', é simplesmente o jeito que sempre fazia e resolvi estruturá-lo num estilo. Talvez seja isto que me facilite a gestar Cada nova composição. A minha dificuldade não reside no fazer, mas na escolha de um tema. Não quero parecer presunçoso, mas, tendo um tema, é certo ter um novo texto pintando na escrivaninha.
FB – Tem algum poeta conhecido ou anônimo que o inspira nesses textos?
BE - Que eu saiba, não. Mas gosto muito do jeito que Manoel Bandeira escreve. Sua obra TREM DE FERRO é algo que admiro desde minha infância. Gosto de Gonçalves Dias (Canção do Exílio), Catulo da Paixão Cearense (era Maranhense, de não me engano), Graciliano (Vidas Secas), José Lins do Rego (Menino de Engenho e Fogo Morto) e Viriato Correia (Cazuza) são autores que marcaram minha infância. Talvez não me espelhe em nenhum deles, alguns deles criavam heterônimos e nisso me identifico com eles.
Mas tem algo que revelo aqui, agora e nem sei se vai suar bem, mas desde que passei a escrever em vários estilos, deixei de ler grandes autores, para que não influenciassem o meu estilo próprio de escrever. Quero que eu esteja assim fazendo
FB – Tem alguma novidade que ainda não postou no “Recanto das Letras” para nos mostrar?
BE - Tem sim, mas prefiro guardá-los para lançá-los no momento oportuno.
Gostaria de falar do olhar de Lince da autora MARGARETH DOMINGOS SILVA LEITE no parto do estilo Extrato da Capo Garimpado.
Eu escrevera um texto, propositadamente de três versos e cada verso composto de três sentenças curtas, mas independentes entre si e ao mesmo tempo conectadas com nexo contextual. Ela logo perguntou de forma propositada ou casualmente.
Então pedi para ela 'amadrinhar' o estilo e resolvi estruturá-lo logo, logo.
FB - Alguma informação que gostaria de acrescentar?
BE – Sim! Sou compositor, estilo gospel no tocante às mensagens. Focando ritmos e outros detalhes, componho e faço orquestrações, arranjos em qualquer estilo, exceto funk, RAP e Heavy Metal não melódico. Nada contra quem gosta. Componho desde 1966. orquestrações a partir de 2001.
Gravei em 1999/2000 um DVD com minha esposa e filhos - RUMO CERTO, contendo 16 faixas. Creio que tenha uns trezentos itens musicais entre composições próprias e uma dezena de parcerias inclusive, contigo – “ALGEMAS”, lembra?
FB - Abaixo tem um texto editado por Bosco Esmeraldo recentemente no “Recanto das Letras” em que ele expõe alguns segredos de sua forma de compor poemas, vale a pena, pois se trata de uma aula de poesia. Em seguida tem uma relação dos estilos literários que ele criou...
Teoria Literária #020: POR QUE UM "EXTRATO DA CAPO GARIMPADO?
Estas são as três perguntas que me fazem com freqüência. Pode até ser que você já a tenha feito a si:
- O que é "da Capo"?
- Por que "Extrato"?
- Por que "Garimpado"?
- "Por que "Lapidado"?
- "Que estilo poético devo ou posso utilizar"?
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Vamos ver se consigo respondê-las a contento.
1. "da Capo" - é uma expressão musical, um acidente que indica ao músico intérprete, que deve retorna ao "Capo", ou seja, retorna ao princípio da partitura e seguir executando a peça até encontrar outro acidente predefinido de salto ou ir até o final.
Neste estilo poético, de refere à primeira estrofe como a cabeça (Capo) do poema em construção ou discussão.
2. Extrato porque a idéia de desenvolvimento das estrofes seguintes é que estas devem ser extraídas das palavras, entrelinhas e/ou idéias potencialmente embutidas no "Capo".
Há também a liberdade de fazer um "Capo" cada estrofe anterior, caso assim deseje o poeta.
3. Garimpado porque, como já foi dito anteriormente, temos que “minerar” ,"escavar", "cirandar", "peneirar" os versos, palavras e entrelinhas.
Você já faz isso instintivamente, quando lê algum texto em prosa ou poesia. Assim, fazemos no "Extrato Garimpado", só que conscientemente. Comumente garimpamos em nossos próprios textos.
4. Lapidado, porque você tem a liberdade de dar um polimento especial em cada novo verso que você estiver garimpando.
Uma das formas de Lapidação é usar derivados das palavras do "Capo" ou primitivar as derivadas. Ainda Lapidar é usar da licença poética para substantivar verbos ou outra classe gramatical, ficando alerta que neste último caso a palavra substantivada é sempre masculina. Embora seja uma licença poética, o poeta não deve abusar desse "poder".
5. Você pode usar o garimpo em qualquer estilo ou formato, mas deve citar o formato ou estrofação escolhido.
No caso de utilizar alguma poesia de outro poeta, é eticamente fundamental informar a "mina" onde foi feito o garimpo, citando o nome do autor desta.
Por fim, outra opinião que inibe o poeta a tentar fazer o garimpo nos estilos por mim criado.
Os Poetas Nasser Queiroga, Fábio Brandão e a Poetisa Margareth D S Leite, resolveram tentar os estilos e os acharam bem mais fácil do que imaginaram.
Você verá que é até maus fácil e cômodo do que convencionalmente fazemos.
Bem-vindos ao "Extrado da Capo Garimpado".
MEUS ESTILOS LITERÁRIOS
Minha Literoteca:
Versos Esmeraldinus
1. Gradílio;
2. Sonatilho;
3. Sonidílio;
4. Paraletrix;
5. Pholosophix;
6. Pentatrilho;
7. Hebdomos;
8. Versonitos;
9. Plurethus;
10. Univerbum;
12. Decatos Tetraectos;
13. Decatosectos;
14. Carminis Pastoralis;
15. Extrato Interlinear;
16. Extrato da Capo Garimpado;
17. Queiex
18. Simplismo Sapiente.
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Pr. Bosco Esmeraldo