NÁDIA SÃO PAULO É ENTREVISTADA POR VALDECK ALMEIDA DE JESUS
Nádia São Paulo nasceu em Salvador–BA. É formada em Gestão e Design de Moda pela Universidade Salvador - UNIFACS, trabalhou vinte anos como bancária e, desde criança, é leitora voraz dos livros de mistério e suspense policial, fato este que a levou a sentir uma grande necessidade de criar suas próprias histórias. Dentre elas o romance “Morte no litoral – um crime quase perfeito”, livro publicado em 2009 pela Editora Novo Século. O romance “Assassinato no baile de debutantes” (Editora Multifoco) e, em 2010, foi contemplada no Edital de Apoio a Edição de Livros de Autores pela Fundação Pedro Calmon e Secretaria de Cultura da Bahia, com o romance: “O mistério da casa na praia”, Editora Novo Século, lançado em janeiro de 2012. Em julho de 2011 foi uma das escritoras convidadas a participar do projeto "Encontro Com o Escritor", que há anos vem sendo promovido mensalmente pela Fundação Pedro Calmon. Participou também de palestras na faculdade Área 1, Colégio Marista, biblioteca pública Biblioteca Anísio Teixeira, 4ª feira literária de Feira de Santana, 1ª Festa Literária Internacional de Cachoeira - FLICA e Bienal do Livro de Salvador, em 2011.
Além da vida real, que a levou a criar o personagem do Inspetor Xavier, detetive da maioria de suas tramas, e a complexidade da natureza humana, tem como suas maiores fontes de inspiração os autores: Agatha Christie, Sidney Sheldon, Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe.
VALDECK: Quando e onde nasceu?
NÁDIA SÃO PAULO: Eu nasci na capital baiana de Salvador, no dia 21 de fevereiro, em pleno Carnaval. Feliz ou infelizmente, o som trio deve ter me assustado muito, pois acabei tomando horror a essa festa (risos).
VALDECK: Já conhece o restante do Brasil? E outros países?
NÁDIA SÃO PAULO: Conheço alguns lugares do Brasil, no qual destaco Gramado. Um dos locais mais belos que já tive oportunidade de visitar. Destaco também Guarapari, em Vitória do Espirito Santo. Um Balneário fantástico onde, coincidentemente, se passa a história do meu último lançamento, “O Mistério da Casa na Praia”. Fora do Brasil, por enquanto só conheço alguns países vizinhos... Em breve, pretendo conhecer alguns lugares da Europa. Por causa da imensa admiração por Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, Londres é a minha grande paixão!
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
NÁDIA SÃO PAULO: Desde criança eu tenho uma imaginação muito fértil. Já inventei até novela de rádio para minha irmã mais velha. Como eu lhe disse que a novela só passava na hora em que ela estivava na escola, minha irmã só veio descobrir que a história na verdade era minha, algum tempo depois, quando precisou faltar a aula. Mas começar a escrever de verdade, aquela coisa de começo, meio e fim... Foi só no final de 2007, logo após finalizar a leitura da autobiografia de Agatha Christie. Fiquei tão encantada, que acabei sonhando com o que seria o fio condutor da trama do “Mistério da casa na Praia”.
VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? Suas obras são mais poesias ou prosa? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
NÁDIA SÃO PAULO: Eu escrevo ficção. Contudo, como todo escritor, me inspiro muito nos acontecimentos da vida real. Minhas obras são em prosa e, o que eu mais gosto de escrever é sobre mistério, suspense e, sobrenatural.
VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
NÁDIA SÃO PAULO: O meu compromisso com o leitor é basicamente levá-lo ao entretenimento. Eu quero que ele se divirta. Que se delicie com minhas histórias, a ponto de não conseguir parar de lê-las e, ao terminar, sinta saudade do que vivenciou através da leitura.
VALDECK: O que mais gosta de escrever?
NÁDIA SÃO PAULO: Gosto de escrever exatamente o que gosto de ler. Histórias de mistério. Quero proporcionar ao leitor, o mesmo prazer que sinto numa leitura desse tipo. O prazer da investigação. O prazer de tirar suas próprias deduções. De ser o verdadeiro detetive daquela história. Acho esta uma sensação fantástica. Tanto na qualidade de escritora, como na de leitora.
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?
NÁDIA SÃO PAULO: Se deixar, eu escrevo o dia todo (risos). Mas, só faço isso se estiver sozinha. Este é o meu único ritual. Quando o maridão está por perto, não tem como me dedicar a escrita (risos). Normalmente escrevo no meu quarto. É o lugar mais sossegado da casa. Os textos nascem como num passe de mágica. Eu não sei explicar... Pode vir de um sonho, de uma conversa qualquer, alguma notícia que vejo no jornal ou TV, uma brincadeira que alguém faz... O “morte no litoral”, mesmo, nasceu logo após ouvir uma notícia que o Mário Kertész estava dando na rádio Metrópole, sobre um casal de Goiás que estava em lua de mel, em pleno ano novo. Infelizmente, o marido morreu afogado em nossa bela praia de Imbassaí. Imediatamente comecei a escrever uma história sobre o assunto.
VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
NÁDIA SÃO PAULO: Os meus livros são como filhos, por isso, fica difícil de escolher... Todos são muito especiais para mim. Quanto ao trecho, por incrível que pareça, os que mais me encantam são os finais. Eles realmente me emocionam, pois são momentos cheios de fortes sentimentos. Mas como sou uma admiradora incondicional do mar, vou citar um trecho da pagina 86 do meu filho mais velho, O Mistério da casa na praia: "Preocupada, Elizabete resolveu descer para a praia a fim de encontrar-se com Ana Julia e Leonardo. Como eles estavam um pouco distantes, ela decidiu caminhar bem devagar pela areia, na intenção de apreciar melhor a radiante imensidão azul à sua frente. A manhã ainda não estava muito quente e a brisa que vinha do mar era um verdadeiro presente de Netuno. Elizabete não pensava em nada. Completamente relaxada, com a mente quase vazia, fechou os olhos, respirou fundo e sentiu toda vibração que emanava daquele clima marinho”.
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
NÁDIA SÃO PAULO: Eu escrevo com facilidade, mas preciso estar inspirada no momento. Com vontade mesmo de escrever, entende? Preciso acreditar nas palavras que estou digitando, como se aqueles acontecimentos estivessem realmente se passando em algum tipo de universo paralelo. Não consigo escrever por escrever. Do contrário, acho que a minha história ficaria completamente desprovida de emoção.
VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
NÁDIA SÃO PAULO: Foi “O Mistério da casa na praia”. Levei oito meses. Não tinha noção de como escrever um romance. Como sou um pouco metódica, além da trama, eu me preocupava com a quantidade de caracteres apropriada para uma página, número de palavras condizentes com um romance, recuo de letras para começar um paragrafo, divisão de capítulos... Enfim, perdi muito tempo com a parte técnica da coisa. E, na hora de contar realmente a história, a gente pensa que é fácil, mas, na hora H de criar as situações, os personagens e seus conflitos, diálogos, tempo, espaço, começo, meio e fim... é meio complicado. Mas, depois dele tudo ficou mais fácil. Se eu tiver tempo, e for disciplinada, acho que consigo terminar um romance em menos de trinta dias.
VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
NÁDIA SÃO PAULO: Concluí. Como disse antes, fiz Gestão e design de Moda na Unifacs. E agora, com três livros lançados, mais três na gaveta e a cabeça fervilhando de ideias, não pretendo parar mais nunca!
VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
NÁDIA SÃO PAULO: Agatha Christie.
VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
NÁDIA SÃO PAULO: Simplicidade. Emoção. Prazer no que está criando. E, principalmente, escrever exatamente o que ele gostaria de ler.
ALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?
NÁDIA SÃO PAULO: Meu nome é Nádia São Paulo da Silva. Só encurtei para "Nádia São Paulo".
VALDECK: Como foi a tua infância?
NÁDIA SÃO PAULO: Cheia de fantasias. Como já havia comentado, inventei novela de rádio para minha irmã mais velha. Adorava imitar uma cantora antiga, chamada Cláudia Barroso. Minha mãe colocava cadeiras na nossa sala e convidava os vizinhos para me ver representar Romeu e Julieta com o meu irmão. Fiz muito crochê, desenhei muito a turma do Tio Patinhas, Mônica, Cebolinha e, comecei a costurar as minhas próprias roupas com uns treze, catorze anos de idade. Foi uma fase muito produtiva. Até hoje eu aproveito o aprendizado adquirido na infância.
VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
NÁDIA SÃO PAULO: Minha maior diversão é o cinema. Assisto quase tudo que me interessa, logo na estreia. Às vezes fico até sem opção (risos). Também leio muito, adoro viajar, ir a lugares próximos ao mar (durante o dia), adoro teatro e curtir o meu marido e meus filhos. Hoje, mantenho um perfeito equilíbrio entre o lazer e o trabalho.
VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
NÁDIA SÃO PAULO: Tem um texto de Miguel Falabella, que é muito bonito. O nome é “Saudade dói”. Há anos, tive oportunidade de ler numa folha de papel e, nunca mais esqueci. Outro dia, tive o prazer de vê-lo publicado num site:
http://pensador.uol.com.br/saudade_miguel_falabella/
Vale a pena ler...
VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritora?
NÁDIA SÃO PAULO: Continuo fazendo moda, decoração e, como também sou artista plástica, pinto algumas telas nas horas vagas. Inclusive, fiz um sorteio de um quadro meu, no lançamento do livro “O mistério da casa na praia”. Levei para a vida real, um pedacinho da minha ficção, pois Elizabete, personagem principal da trama, também é uma artista plástica. Durante a trama, ela pinta um luar em acrílica sobre tela.
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
NÁDIA SÃO PAULO: Me preocupo em fazer algumas reflexões, dentro da minha concepção de bem e de mal. De certo e de errado. Das consequências de algumas atitudes e escolhas. Gosto muito de falar sobre as energias positivas do universo, das leis do retorno... Coisas com a qual me identifico bastante. Mas, nada de dar uma de "Dona da verdade". Cada um sabe o que é melhor para si...
VALDECK: Qual sua Religião?
NÁDIA SÃO PAULO: Absorvo de algumas, aquilo que faz sentir bem. O que para mim faz realmente sentido. Por isso, simpatizo com o catolicismo, espiritismo e, aprecio muito o modo de viver dos adeptos da Seicho-no-ie.
VALDECK: Quais seus planos como escritora?
NÁDIA SÃO PAULO: De forma sonhadora (risos). Me tornar a "Agatha Christie Brasileira". Com os pés no chão, que é como me sinto a maior parte do tempo... Continuar criando, produzindo, ESCREVENDO!
(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site www.galinhapulando.com
Além da vida real, que a levou a criar o personagem do Inspetor Xavier, detetive da maioria de suas tramas, e a complexidade da natureza humana, tem como suas maiores fontes de inspiração os autores: Agatha Christie, Sidney Sheldon, Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe.
VALDECK: Quando e onde nasceu?
NÁDIA SÃO PAULO: Eu nasci na capital baiana de Salvador, no dia 21 de fevereiro, em pleno Carnaval. Feliz ou infelizmente, o som trio deve ter me assustado muito, pois acabei tomando horror a essa festa (risos).
VALDECK: Já conhece o restante do Brasil? E outros países?
NÁDIA SÃO PAULO: Conheço alguns lugares do Brasil, no qual destaco Gramado. Um dos locais mais belos que já tive oportunidade de visitar. Destaco também Guarapari, em Vitória do Espirito Santo. Um Balneário fantástico onde, coincidentemente, se passa a história do meu último lançamento, “O Mistério da Casa na Praia”. Fora do Brasil, por enquanto só conheço alguns países vizinhos... Em breve, pretendo conhecer alguns lugares da Europa. Por causa da imensa admiração por Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, Londres é a minha grande paixão!
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
NÁDIA SÃO PAULO: Desde criança eu tenho uma imaginação muito fértil. Já inventei até novela de rádio para minha irmã mais velha. Como eu lhe disse que a novela só passava na hora em que ela estivava na escola, minha irmã só veio descobrir que a história na verdade era minha, algum tempo depois, quando precisou faltar a aula. Mas começar a escrever de verdade, aquela coisa de começo, meio e fim... Foi só no final de 2007, logo após finalizar a leitura da autobiografia de Agatha Christie. Fiquei tão encantada, que acabei sonhando com o que seria o fio condutor da trama do “Mistério da casa na Praia”.
VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? Suas obras são mais poesias ou prosa? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
NÁDIA SÃO PAULO: Eu escrevo ficção. Contudo, como todo escritor, me inspiro muito nos acontecimentos da vida real. Minhas obras são em prosa e, o que eu mais gosto de escrever é sobre mistério, suspense e, sobrenatural.
VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
NÁDIA SÃO PAULO: O meu compromisso com o leitor é basicamente levá-lo ao entretenimento. Eu quero que ele se divirta. Que se delicie com minhas histórias, a ponto de não conseguir parar de lê-las e, ao terminar, sinta saudade do que vivenciou através da leitura.
VALDECK: O que mais gosta de escrever?
NÁDIA SÃO PAULO: Gosto de escrever exatamente o que gosto de ler. Histórias de mistério. Quero proporcionar ao leitor, o mesmo prazer que sinto numa leitura desse tipo. O prazer da investigação. O prazer de tirar suas próprias deduções. De ser o verdadeiro detetive daquela história. Acho esta uma sensação fantástica. Tanto na qualidade de escritora, como na de leitora.
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?
NÁDIA SÃO PAULO: Se deixar, eu escrevo o dia todo (risos). Mas, só faço isso se estiver sozinha. Este é o meu único ritual. Quando o maridão está por perto, não tem como me dedicar a escrita (risos). Normalmente escrevo no meu quarto. É o lugar mais sossegado da casa. Os textos nascem como num passe de mágica. Eu não sei explicar... Pode vir de um sonho, de uma conversa qualquer, alguma notícia que vejo no jornal ou TV, uma brincadeira que alguém faz... O “morte no litoral”, mesmo, nasceu logo após ouvir uma notícia que o Mário Kertész estava dando na rádio Metrópole, sobre um casal de Goiás que estava em lua de mel, em pleno ano novo. Infelizmente, o marido morreu afogado em nossa bela praia de Imbassaí. Imediatamente comecei a escrever uma história sobre o assunto.
VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
NÁDIA SÃO PAULO: Os meus livros são como filhos, por isso, fica difícil de escolher... Todos são muito especiais para mim. Quanto ao trecho, por incrível que pareça, os que mais me encantam são os finais. Eles realmente me emocionam, pois são momentos cheios de fortes sentimentos. Mas como sou uma admiradora incondicional do mar, vou citar um trecho da pagina 86 do meu filho mais velho, O Mistério da casa na praia: "Preocupada, Elizabete resolveu descer para a praia a fim de encontrar-se com Ana Julia e Leonardo. Como eles estavam um pouco distantes, ela decidiu caminhar bem devagar pela areia, na intenção de apreciar melhor a radiante imensidão azul à sua frente. A manhã ainda não estava muito quente e a brisa que vinha do mar era um verdadeiro presente de Netuno. Elizabete não pensava em nada. Completamente relaxada, com a mente quase vazia, fechou os olhos, respirou fundo e sentiu toda vibração que emanava daquele clima marinho”.
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
NÁDIA SÃO PAULO: Eu escrevo com facilidade, mas preciso estar inspirada no momento. Com vontade mesmo de escrever, entende? Preciso acreditar nas palavras que estou digitando, como se aqueles acontecimentos estivessem realmente se passando em algum tipo de universo paralelo. Não consigo escrever por escrever. Do contrário, acho que a minha história ficaria completamente desprovida de emoção.
VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
NÁDIA SÃO PAULO: Foi “O Mistério da casa na praia”. Levei oito meses. Não tinha noção de como escrever um romance. Como sou um pouco metódica, além da trama, eu me preocupava com a quantidade de caracteres apropriada para uma página, número de palavras condizentes com um romance, recuo de letras para começar um paragrafo, divisão de capítulos... Enfim, perdi muito tempo com a parte técnica da coisa. E, na hora de contar realmente a história, a gente pensa que é fácil, mas, na hora H de criar as situações, os personagens e seus conflitos, diálogos, tempo, espaço, começo, meio e fim... é meio complicado. Mas, depois dele tudo ficou mais fácil. Se eu tiver tempo, e for disciplinada, acho que consigo terminar um romance em menos de trinta dias.
VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
NÁDIA SÃO PAULO: Concluí. Como disse antes, fiz Gestão e design de Moda na Unifacs. E agora, com três livros lançados, mais três na gaveta e a cabeça fervilhando de ideias, não pretendo parar mais nunca!
VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
NÁDIA SÃO PAULO: Agatha Christie.
VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
NÁDIA SÃO PAULO: Simplicidade. Emoção. Prazer no que está criando. E, principalmente, escrever exatamente o que ele gostaria de ler.
ALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?
NÁDIA SÃO PAULO: Meu nome é Nádia São Paulo da Silva. Só encurtei para "Nádia São Paulo".
VALDECK: Como foi a tua infância?
NÁDIA SÃO PAULO: Cheia de fantasias. Como já havia comentado, inventei novela de rádio para minha irmã mais velha. Adorava imitar uma cantora antiga, chamada Cláudia Barroso. Minha mãe colocava cadeiras na nossa sala e convidava os vizinhos para me ver representar Romeu e Julieta com o meu irmão. Fiz muito crochê, desenhei muito a turma do Tio Patinhas, Mônica, Cebolinha e, comecei a costurar as minhas próprias roupas com uns treze, catorze anos de idade. Foi uma fase muito produtiva. Até hoje eu aproveito o aprendizado adquirido na infância.
VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
NÁDIA SÃO PAULO: Minha maior diversão é o cinema. Assisto quase tudo que me interessa, logo na estreia. Às vezes fico até sem opção (risos). Também leio muito, adoro viajar, ir a lugares próximos ao mar (durante o dia), adoro teatro e curtir o meu marido e meus filhos. Hoje, mantenho um perfeito equilíbrio entre o lazer e o trabalho.
VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
NÁDIA SÃO PAULO: Tem um texto de Miguel Falabella, que é muito bonito. O nome é “Saudade dói”. Há anos, tive oportunidade de ler numa folha de papel e, nunca mais esqueci. Outro dia, tive o prazer de vê-lo publicado num site:
http://pensador.uol.com.br/saudade_miguel_falabella/
Vale a pena ler...
VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritora?
NÁDIA SÃO PAULO: Continuo fazendo moda, decoração e, como também sou artista plástica, pinto algumas telas nas horas vagas. Inclusive, fiz um sorteio de um quadro meu, no lançamento do livro “O mistério da casa na praia”. Levei para a vida real, um pedacinho da minha ficção, pois Elizabete, personagem principal da trama, também é uma artista plástica. Durante a trama, ela pinta um luar em acrílica sobre tela.
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
NÁDIA SÃO PAULO: Me preocupo em fazer algumas reflexões, dentro da minha concepção de bem e de mal. De certo e de errado. Das consequências de algumas atitudes e escolhas. Gosto muito de falar sobre as energias positivas do universo, das leis do retorno... Coisas com a qual me identifico bastante. Mas, nada de dar uma de "Dona da verdade". Cada um sabe o que é melhor para si...
VALDECK: Qual sua Religião?
NÁDIA SÃO PAULO: Absorvo de algumas, aquilo que faz sentir bem. O que para mim faz realmente sentido. Por isso, simpatizo com o catolicismo, espiritismo e, aprecio muito o modo de viver dos adeptos da Seicho-no-ie.
VALDECK: Quais seus planos como escritora?
NÁDIA SÃO PAULO: De forma sonhadora (risos). Me tornar a "Agatha Christie Brasileira". Com os pés no chão, que é como me sinto a maior parte do tempo... Continuar criando, produzindo, ESCREVENDO!
(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site www.galinhapulando.com