LUIZ CARLOS ABRITTA - 5º PRESIDENTE NACIONAL DA UBT
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Para preservar a História da UBT, o Projeto Pró-Memória UBT gravou uma entevista com o Presidente eleito da UBT Nacional 
 
Para saber o que é o PROJETO PRÓ-MEMÓRIA, clique AQUI
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Luiz Carlos Abritta foi eleito o 5º Presidente Nacional da União Brasileira de Trovadores, para o biênio 2012 / 2013. 

o iNFORMATIVO da UBT Seção São Paulo obteve dele uma entrevista exclusiva, que pode ser vista nos links abaixo: (Apenas os dois primeiros links podem ser clicados. Os demais precisam ser copiados e colados em seu navegador.)

Parte 01 - Clique AQUI

Parte 02 - Clique AQUI

Parte 03 - Copie e cole -
http://youtu.be/DCtSl-NQw4c

Parte 04 - Copie e cole - http://youtu.be/Du8-uoPtUU8

Parte 05 - Copie e cole - http://youtu.be/--Q3iCfwVC0
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Fotos da Festa da Seção Belo Horizonte, onde aconteceu a transferência de cargo de Eduardo Toledo Para Luiz Carlos Abritta. 


Fotos - Copie e cole -  http://www.ubtrova.com.br/album.php?ida=9997
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DISCURSO DE POSSE
 
Discurso de Luiz Carlos Abritta, proferido por ocasião de sua posse como Presidente Nacional da União Brasileira de Trovadores, no dia 10 de dezembro de 2011, nos salões do Normandy Hotel, em Belo Horizonte.
 
Sr. Presidente Eduardo Toledo. Sra. Presidente do Conselho Nacional, Carolina Ramos. Autoridades presentes. Trovadores, amigos e familiares.
     "A trova tomou-me inteiro! Tão amada e repetida que agora traça o roteiro das horas da minha vida. Jamais vi uma declaração de amor à trova maior do que esta, de Luiz Otávio, nem tampouco uma profissão de fé tão contundente.
     Mas, afinal, o que é a trova ?

     Recorro a Santo Agostinho, fazendo uma paráfrase. Questionava o Bispo de Hipona: "O que é o tempo ?" E respondia: "Se não me perguntarem eu sei, se me perguntarem, ignoro.
     O mesmo acontece comigo com relação à trova. Sim, porque não me basta a resposta simples de que a trova é uma composição poética, com quatro versos de sete sílabas cada um, rimando-se o 1° com o 3 ° e o 2° com o quarto, tudo contendo um sentido completo. Não, não penso que seja assim, porque a trova transcende, em muito, tal definição. Trova é sentimento, é emoção, a trova está nos altiplanos do espírito, é o extravasamento do mais recôndito de nossas emoções. Não é, simplesmente, escrever versos, mas "voar fora da asa" tal como nos ensina Manoel de Barros.
     A respeito, escreveu Rachel de Queiroz: "A trova, bem o sabemos, não é só um género poético, é uma vocação específica. E a linguagem particular do trovador, sua forma de exprimir, concentradas dentro dos quatro versos da redondilha todas as suas emoções, tal como um jardim inteiro se exprime num pequeno botão de rosa." (Prefácio de Rachel de Queiroz no livro "Cantares", de Eva Reis, datado de "Rio, 18-12-1994").      Dizia Novalis que a poesia é o autêntico real absoluto; quanto mais poético, mais verdadeiro. A trova se enquadra, perfeitamente, em tal conceituação.
     A trova não é nova. Seus primeiros rudimentos podem ser encontrados na língua árabe, no chamado "muaxaha", tipo de poema estrófico , possivelmente inventado por Mucádam bem Muafa, chamado "el Calibri", um poeta andaluz, natural de Cabra, região de Córdoba, entre o final do século IX e o início do século X. Aliás, também natural de Córdoba era o poeta árabe Aben Gusmán (c. 1075-1170), o mais famoso mestre do zéjel.
     Depois, tivemos a trova em galego-português (Cantigas de Santa Maria, do Rei Afonso X, "O Sábio"). Exemplo:

"Cantiga n ° 56
Gran dereit' é de ser
seu miragre mui fremoso
da Virgen, de que nascer
quis por nos Deus grorioso."

Tradução livre de Angela Vaz Leão:

     "É justo que seja muito formoso o milagre da Virgem, de quem quis Deus glorioso por nós nascer."

     (Esta cantiga conta como Santa Maria fez nascer cinco rosas na boca de um monge depois de sua morte, em retribuição aos cinco salmos que ele dizia em honra das cinco letras que há no nome dela).
     No Brasil, Luiz Otávio e J. G.de Araújo Jorge organizaram os Jogos Florais, em Nova Friburgo.
     Em 08/01/1967, Luiz Otávio funda, oficialmente, a UBT/Nacional e a preside até 1969, quando fica doente (faleceu em 31/01/1977). Observo que, em janeiro de 2012, a UBT/Nacional completará quarenta e cinco anos de existência.
     Luiz Otávio passa, em 1969, a presidência para Carlos Guimarães, aquele da trova famosa: "Meu lenço, na despedida/ tu não viste em movimento;/ lenço molhado, querida,/ não pode agitar-se ao vento!" .
A seguir, João Freire Filho sucedeu a Carlos Guimarães e Eduardo Toledo a João Freire.

     Cumpre destacar, neste momento solene, o importante trabalho de Eduardo Toledo à frente da UBT/NacionaL Tal qual ocorreu com Cavour e Garibaldi, na unificação da Itália, Eduardo Toledo reformulou a nossa entidade, devolvendo-lhe a estrutura nacional e até internacional. Assim, a UBT deixou de ser um conjunto de ilhas isoladas. Em homenagem a ele, digo uma de suas trovas antológicas:

"Durmo tranquilo e feliz,
na madrugada sem lei,
quando meu filho entra e diz:
- A bênção, pai, eu cheguei!


     Tomam posse, hoje, além do Presidente e do Vice, os novos membros do Conselho Nacional da UBT, constituído de ícones da trova, com exceção do meu nome.
     Rodopho Abbud respira e vive para a trova e nos proporciona jóias como esta:

"A noite chega...E, em surdina,
vencendo os dias tristonhos,
aguardo a doce rotina
de te rever nos meus sonhos..."


     Carolina Ramos, que Toledo chamou de "a grande musa da UBT", sempre nos encanta com suas trovas:

Pela vida, mãos calosas,
de abrir os rudes caminhos,
quem guarda o aroma das rosas
esquece a dor dos espinhos."


     Flávio Stefani, dinâmico Presidente Estadual do Rio Grande do Sul, agora Presidente do Conselho Nacional, nos contempla com esta jóia:

Meu semblante não retrata
meu coração e nem diz
que a saudade me maltrata
mas finjo que sou feliz!


     Maurício Norberto Friedrich, do Paraná, médico cardiologista por profissão e trovador de coração, nos deixa uma mensagem belíssima:

No adeus da tua partida,
meu coração infeliz
ganhou enorme ferida
e não parou...por um triz!


     Gabriel Bicalho, que agora nomeio Secretário da UBT/Nacional, "ad referendum do Conselho Nacional, nos diz:

Natal e loja enfeitada
em nada lembram Jesus:
Jesus viveu sem ter nada
do berço de palha à cruz!.


     Cumpre-me apresentar-lhes Gabriel Bicalho. O novo Secretário Nacional da UBT é jornalista, trovador, presidente e editor da "Aldrava Letras e Artes, com sede em Mariana-MG. É funcionário aposentado do Banco do Brasil. Pertence à Academia Marianense de Letras, à Academia de Letras do Brasil de Mariana, é Delegado da UBT em Mariana. Recebeu várias medalhas, inclusive da Academia de Artes, Ciências e Letras da França. Conquistou, em 2006, o prémio de poesia do l ° Concurso LITERATURA PARA TODOS, do Ministério da Cultura, com o livro CARAVELA(Redescobrimentos), edição inicial de 300.000 exemplares, que foram distribuídos para as bibliotecas do Brasil. Em 2007 conquistou o l ° lugar -- Prémio Mauro Mota de Poesia - no concurso literário da UBE do Rio de Janeiro, com o livro inédito "Beiral Antigo. Tem vários livros publicados. Assim o define J. B. Donadon Leal em um poema: "e se mirassem sóis/ os curtos olhos humanos/ alcançariam um/ de intensa luz/ e de luz que fala/ não em fala comum/ das prosas mortais/mas em luzidia semeadura/ de conceitos densos/ status de deus/ sol que sabe amanhecer no céu/ poeta maior, arcanjo Gabriel.
     Só tenho a agradecer, pois conto e espero continuar a contar com o apoio de todos os associados da UBT. "Gracias a Ia vida/ que me há dado tanto, cantava Mercedes Sosa. Ou, como trovou nosso ex-Presidente João Freire Filho:

Por tudo que me tens dado...
Pelo sorriso, pelo pranto...
Destino, muito obrigado.
Nem sei se mereço tanto!


     Obrigado à vida por me ter dado a oportunidade de trabalhar mais pela trova. Obrigado à vida por colocar, junto a mim, os talentos admiráveis dos Trovadores.
     Só prometo uma coisa: trabalhar intensamente pela trova. E só peço uma coisa: a ajuda de todos nessa jornada.
     Obrigado aos ex-Presidentes da UBT/Nacional, aos ex-Dirigentes do Conselho Nacional, a todos os Trovadores enfim.
     Para terminar, como se fosse uma profissão de fé na trova, peço que unamos agora nossas mãos, dizendo a trova de José Maria Machado de Araújo:

Trovadores, meus irmãos,
vamos viver de mãos dadas;
onde há corrente de mãos,
não há mãos acorrentadas!

Muito obrigado, amigos e irmãos Trovadores !

Luiz Carlos abritta




 
UBT
Enviado por UBT em 30/01/2012
Reeditado em 07/02/2012
Código do texto: T3469860
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