Policia mete Daniel e Monique no paredão, mas mistério continua
Polícia mete Daniel e Monique no paredão, mas mistério continua
(*) Texto de Aparecido Raimundo de Souza.
Delegado instaura inquérito para apurar suposto estupro e manda para a perícia calcinha da sister, cueca do modelo e edredom usado pelos dois
A calcinha que Monique usava no momento do suposto abuso sexual que teria sofrido vai servir como prova para a polícia confirmar se houve ou não o crime na casa do Big Brother Brasil 12. Além da roupa íntima da sister, o edredom onde os dois estavam e a cueca de Daniel já estão em poder da perícia para que sejam buscados traços de sêmen nos objetos.
Mesmo após a gaúcha ter se negado a registrar queixa e fazer o exame de corpo de delito ontem, quando peritos e agentes da 32ª DP (Taquara) estiveram no Projac, foi instaurado inquérito para averiguar se o carioca, eliminado do programa na noite de segunda-feira, cometeu estupro de vulnerável.
Monique e Daniel prestaram depoimento no Projac, em Jacarepaguá. Eles foram ouvidos separadamente, durante uma hora e 30 minutos, pelo delegado da 32ª DP, Antônio Ricardo Nunes. A dupla negou que tenha feito sexo sob o cobertor. Daniel foi ouvido como testemunha, já que não há acusação formal contra ele. Já Monique foi acompanhada por quatro advogados da emissora. Segundo o delegado, a estudante afirmou que tudo o que se lembra ocorreu de forma consentida.
"Eles confirmaram que ficaram embaixo dos cobertores com o consentimento de ambos. Eles se tocaram, mas negaram que houve relação sexual. Mesmo após ingerir bebida alcoólica, ela tinha condições de dizer não", afirmou o delegado.
Vídeos revistos
O delegado ainda vai confrontar as imagens captadas pelas câmeras do BBB 12 com os depoimentos para apurar se Monique tinha realmente consciência do que acontecia. "Queremos confirmar se houve relação sexual com ela inconsciente. Se houver divergências, vamos ouvi-los de novo ou fazer acareação", disse Antônio Ricardo, que também não descarta ouvir outros participantes desta edição do reality show, mas ressaltou ainda que a Rede Globo não deve ser responsabilizada caso se confirme o crime.
MP ainda pode fazer denúncia
A promotora Christiane Monnerat disse que, se houver indício de que Monique não tinha capacidade de reação, o Ministério Público pode denunciar o caso, independentemente da vontade dela. Ontem, a Secretaria de Políticas para as Mulheres divulgou uma nota à imprensa: "A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) informa que está acompanhando, em contato direto com o Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Civil do Rio de Janeiro, as investigações sobre o episódio do programa Big Brother Brasil 12, levado ao ar pela Rede Globo de Televisão na madrugada deste domingo. A SPM informa ainda que todas as investigações sobre o caso estão sob a competência constitucional dos dois órgãos estaduais, que já tomaram as providências cabíveis para garantir a apuração do episódio".
Modelo desabafa: ‘A Justiça vai ser feita'
Do lado de fora da casa mais vigiada do Brasil, a polêmica prossegue com parentes jogando lenha na fogueira. Aparecida Echaniz, mãe de Daniel, disse que Monique também deve ser expulsa, acusando a sister de ter seduzido o filho, e comentou que a moça já teve caso com jogadores de futebol, entre eles Ronaldinho Gaúcho.
"Se os dois infringiram o regulamento, os dois deveriam ser expulsos", afirmou Aparecida. "A Monique está agindo como criança e até a família dela já deu a entender que quem quiser fica com ela na casa".
Daniel, por sua vez, teria avisado em sua página no Twitter que agora passará a atualizar pessoalmente suas redes sociais, agradeceu pelas mensagens solidárias e se dirigiu a Dona Aparecida: "Mãe, estou tranquilo. A Justiça vai ser feita. Nem precisa ficar nervosa. Amo muito você!".
Em página no Facebook que seria de Daniel, havia a mensagem: "Depois dessa decisão (sua expulsão) completamente precipitada, só posso afirmar que tudo isso não passa de um enorme mal entendido. Sou contra qualquer tipo de violência ou abuso. Quem me conhece sabe do meu caráter. Estou muito feliz com as mensagens de força e positividade, mas muito chateado com o julgamento precipitado de muitos".
(*) Aparecido Raimundo de Souza, 58 anos, enviado especial ao Rio de Janeiro, é jornalista.