Natural de Gandu, Bahia, Ivonildo Calheira tem 52 anos. Iniciou a carreira acadêmica em Medicina, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e na Universidade de Miami, Estados Unidos; mora em Jequié-BA, participou do Centro de Estudos, Pensamento e Ação (CEPA) com Germano Machado. Fundador e primeiro presidente da Academia de Letras de Jequié (ALJ) por 11 anos. Publicou “Geondy, a cicatriz de um sentimento” (romance), “Nas asas da imaginação” (contos), “Doctor, relato de um médico brasileiro nos EEUU” e “A poesia de Ivonildo Calheira no Centenário de Jequié”, em parceria com Luís Cotrim.
VALDECK: Quando e onde nasceu?
IVONILDO CALHEIRA: Nasci em Gandu, mais precisamente na Fazenda São Rafael, pelas mãos de parteira, a 26 de julho de 1959.
VALDECK: Já conhece o Brasil? E outros países?
IVONILDO CALHEIRA: Sim, só não conheço Amazonas, Acre Rondônia. Já fui à Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Suiça e Itália.
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
IVONILDO CALHEIRA: Escrevo desde a adolescência, quando escrevi minhas primeiras poesias. Sempre gostei muito de ler romances, e lia os clássicos de Machado de Assis, José de Alencar, Graciliano Ramos, Jorge Amado, às vezes mais de uma vez. Aos 18 anos escrevi meu primeiro livro, o romance “Geondy”.
VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? Suas obras são mais poesias ou prosa? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
IVONILDO CALHEIRA: Escrevo sobre tudo, principalmente sobre a impressão que tenho do mundo e de seus fatos. Escrevo em poesia e em prosa, embora tenha mais prazer em escrever contos.
VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
IVONILDO CALHEIRA: Escrevo o que me dá prazer em escrever, na esperança que o texto escrito agrade a quem leia.
VALDECK: O que mais gosta de escrever?
IVONILDO CALHEIRA: Contos, pelo fato de poder contar, em poucas laudas, histórias com começo, meio e fim.
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?
IVONILDO CALHEIRA: Preciso de ambiente calmo, de preferência nas férias. Como sou médico, no dia-a-dia não tenho o tempo suficiente que gostaria para me dedicar à arte de escrever, então aproveito as férias ou as viagens para escrever.
VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
IVONILDO CALHEIRA: Um livro que nunca esqueço é “Terras do sem fim”, de Jorge Amado. Talvez por ter vindo de Gandu, uma região próxima à grapiúna, onde se desenvolve o enredo. Quando lia suas páginas me transportava para aquele mundo cheio de lutas, brigas pelas terras, chuva forte, cacauais cerrados e muita intriga.
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
IVONILDO CALHEIRA: Quando escrevo as imagens e os acontecimentos brotam como por encanto. Claro que depois temos que lapidar um pouco, para que o enunciado fique digerível, mas a mensagem intrínseca é instantânea.
VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
IVONILDO CALHEIRA: Foi o livro de contos “Nas asas da imaginação”, pois cada conto foi escrito em um tempo diferente, e depois reunidos em um livro. Foram vários anos, desde o primeiro conto, que por sinal foi escrito graças à vinda de Jorge Amado em Jequié, o que suscitou o concurso da Universidade Estadual da Bahia (UESB), onde fui classificado em primeiro lugar e recebi das mãos do próprio Jorge Amado e Zélia Gattai o troféu. Foi uma experiência que nunca esqueci. Tenho esta foto em um lugar de destaque na minha biblioteca e a guardo com muito carinho.
VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
IVONILDO CALHEIRA: Concluí a faculdade de Medicina, fiz residência e especialização em Oftalmologia, com pós graduação em Córnea e Doenças Externas Oculares no Bascom Palmer Eye Institute, Universidade de Miami, Estados Unidos, onde estudei e fiz pesquisas por dois anos. A literatura foi sempre o apoio necessário para que pudesse me dedicar à medicina. Quase como um caminho paralelo, mas que em alguns momentos se entrecruzavam. E assim continua até hoje. Acho que um complementa o outro.
VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
IVONILDO CALHEIRA: Jorge Amado, na prosa. Na poesia, Ruy Espinheira Filho traduz o que considero o melhor da arte poética.
VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
IVONILDO CALHEIRA: Sensibilidade e conhecimentos gerais.
VALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?
IVONILDO CALHEIRA: Nunca achei necessário usar pseudônimo.
VALDECK: Como foi a tua infância?
IVONILDO CALHEIRA: Minha infância foi algo de maravilhoso. Nasci em uma fazenda e passei momentos de puro encantamento em uma Gandu insipiente, nos anos 60, quando se podia correr pelas ruas e pelos quintais. A minha casa era o mundo, mesmo antes dos seis anos de idade. E também a partir daí.
VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
IVONILDO CALHEIRA: Sempre que posso escrevo. Às vezes até mesmo durante um voo mais longo, em minhas viagens, me arrisco a escrever algum poema.
VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
IVONILDO CALHEIRA: Foi o meu primeiro livro, o romance “Geondy”. Lembro que o escrevi ainda aos 18 anos, à mão, em cadernos, durante minhas férias em Olivença, uma bela praia perto de Ilhéus. Tinha acabado de passar no vestibular de Medicina e minha imaginação estava borbulhando. Escrevi um romance em 2 meses.
VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritor?
IVONILDO CALHEIRA: Sou médico oftalmologista e tenista amador.
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
IVONILDO CALHEIRA: Procuro mostrar o meu ponto de vista a respeito da vida e suas implicações.
VALDECK: Qual sua Religião?
IVONILDO CALHEIRA: Sou católico.
VALDECK: Quais seus planos como escritor?
IVONILDO CALHEIRA: Tenho na literatura um canal de prazer e complemento à minha vida de médico.
(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site:
www.galinhapulando.com
VALDECK: Quando e onde nasceu?
IVONILDO CALHEIRA: Nasci em Gandu, mais precisamente na Fazenda São Rafael, pelas mãos de parteira, a 26 de julho de 1959.
VALDECK: Já conhece o Brasil? E outros países?
IVONILDO CALHEIRA: Sim, só não conheço Amazonas, Acre Rondônia. Já fui à Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Suiça e Itália.
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
IVONILDO CALHEIRA: Escrevo desde a adolescência, quando escrevi minhas primeiras poesias. Sempre gostei muito de ler romances, e lia os clássicos de Machado de Assis, José de Alencar, Graciliano Ramos, Jorge Amado, às vezes mais de uma vez. Aos 18 anos escrevi meu primeiro livro, o romance “Geondy”.
VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? Suas obras são mais poesias ou prosa? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
IVONILDO CALHEIRA: Escrevo sobre tudo, principalmente sobre a impressão que tenho do mundo e de seus fatos. Escrevo em poesia e em prosa, embora tenha mais prazer em escrever contos.
VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
IVONILDO CALHEIRA: Escrevo o que me dá prazer em escrever, na esperança que o texto escrito agrade a quem leia.
VALDECK: O que mais gosta de escrever?
IVONILDO CALHEIRA: Contos, pelo fato de poder contar, em poucas laudas, histórias com começo, meio e fim.
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?
IVONILDO CALHEIRA: Preciso de ambiente calmo, de preferência nas férias. Como sou médico, no dia-a-dia não tenho o tempo suficiente que gostaria para me dedicar à arte de escrever, então aproveito as férias ou as viagens para escrever.
VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
IVONILDO CALHEIRA: Um livro que nunca esqueço é “Terras do sem fim”, de Jorge Amado. Talvez por ter vindo de Gandu, uma região próxima à grapiúna, onde se desenvolve o enredo. Quando lia suas páginas me transportava para aquele mundo cheio de lutas, brigas pelas terras, chuva forte, cacauais cerrados e muita intriga.
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
IVONILDO CALHEIRA: Quando escrevo as imagens e os acontecimentos brotam como por encanto. Claro que depois temos que lapidar um pouco, para que o enunciado fique digerível, mas a mensagem intrínseca é instantânea.
VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
IVONILDO CALHEIRA: Foi o livro de contos “Nas asas da imaginação”, pois cada conto foi escrito em um tempo diferente, e depois reunidos em um livro. Foram vários anos, desde o primeiro conto, que por sinal foi escrito graças à vinda de Jorge Amado em Jequié, o que suscitou o concurso da Universidade Estadual da Bahia (UESB), onde fui classificado em primeiro lugar e recebi das mãos do próprio Jorge Amado e Zélia Gattai o troféu. Foi uma experiência que nunca esqueci. Tenho esta foto em um lugar de destaque na minha biblioteca e a guardo com muito carinho.
VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
IVONILDO CALHEIRA: Concluí a faculdade de Medicina, fiz residência e especialização em Oftalmologia, com pós graduação em Córnea e Doenças Externas Oculares no Bascom Palmer Eye Institute, Universidade de Miami, Estados Unidos, onde estudei e fiz pesquisas por dois anos. A literatura foi sempre o apoio necessário para que pudesse me dedicar à medicina. Quase como um caminho paralelo, mas que em alguns momentos se entrecruzavam. E assim continua até hoje. Acho que um complementa o outro.
VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
IVONILDO CALHEIRA: Jorge Amado, na prosa. Na poesia, Ruy Espinheira Filho traduz o que considero o melhor da arte poética.
VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
IVONILDO CALHEIRA: Sensibilidade e conhecimentos gerais.
VALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?
IVONILDO CALHEIRA: Nunca achei necessário usar pseudônimo.
VALDECK: Como foi a tua infância?
IVONILDO CALHEIRA: Minha infância foi algo de maravilhoso. Nasci em uma fazenda e passei momentos de puro encantamento em uma Gandu insipiente, nos anos 60, quando se podia correr pelas ruas e pelos quintais. A minha casa era o mundo, mesmo antes dos seis anos de idade. E também a partir daí.
VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
IVONILDO CALHEIRA: Sempre que posso escrevo. Às vezes até mesmo durante um voo mais longo, em minhas viagens, me arrisco a escrever algum poema.
VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
IVONILDO CALHEIRA: Foi o meu primeiro livro, o romance “Geondy”. Lembro que o escrevi ainda aos 18 anos, à mão, em cadernos, durante minhas férias em Olivença, uma bela praia perto de Ilhéus. Tinha acabado de passar no vestibular de Medicina e minha imaginação estava borbulhando. Escrevi um romance em 2 meses.
VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritor?
IVONILDO CALHEIRA: Sou médico oftalmologista e tenista amador.
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
IVONILDO CALHEIRA: Procuro mostrar o meu ponto de vista a respeito da vida e suas implicações.
VALDECK: Qual sua Religião?
IVONILDO CALHEIRA: Sou católico.
VALDECK: Quais seus planos como escritor?
IVONILDO CALHEIRA: Tenho na literatura um canal de prazer e complemento à minha vida de médico.
(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site:
www.galinhapulando.com