CARLOS VILARINHO É ENTREVISTADO POR VALDECK ALMEIDA DE JESUS
Vilarinho é natural de Salvador-BA, tem 48 anos e sempre morou na capital. Iniciou a carreira acadêmica na Universidade Federal da Bahia-UFBA, mas se formou na Universidade Católica do Salvador-Ucsal. Publicou “As Sete Faces de Severina Caolha & outras histórias” pelo Selo Letras da Bahia, em 2005, e “O Velho - 18 contos cotidianos e fantásticos”, lançado pelos selos da Câmara Baiana do Livro e Assembleia Legislativa da Bahia, em 2009.
VALDECK: Quando e onde nasceu?
VILARINHO: Nasci em Salvador, Bahia, no Hospital Sagrada Família, às 18:30h do dia 06 de setembro de 1963.
VALDECK: Já conhece o restante do Brasil? E outros países?
VILARINHO: Não conheço nenhum lugar que não seja a Bahia.
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
VILARINHO: Comecei a escrever na adolescência, escrevia poemas, crônicas e não sabia que eram crônicas. Em seguida, nos idos de 90/91, comecei a escrever ficção, contos. Entendi que não sabia escrever poemas, não me agradava quando os escrevia, então não escrevi mais, prefiro contar histórias em prosa.
VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
VILARINHO: Escrevo contos e romances, tudo fictício, tirados da minha imaginação e através do que rola na realidade, escrevo meu povo, minha gente.
VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
VILARINHO: Primeiro, eu sou meu leitor, se me agradar, acho que posso oferecer ao outro. Gostaria que o leitor se enxergasse em algum lugar das minhas tramas, ou que risse, chorasse, ou que me xingasse. Busco o leitor, ele é o mais importante.
VALDECK: O que mais gosta de escrever?
VILARINHO: Meu povo, minha gente.
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?
VILARINHO: Acredito que o autor tem, talvez, a obrigação de mostrar a sua gente quem ela é, o que faz, sem interferir se é certo ou errado. Escrevo toda hora, as frases soltas que podem nada significar e que chegam até mim. Preciso de paz e ao mesmo tempo de tormento para escrever, algo, alguém, um sentimento tem que me mover. Isso sempre acontece de um jeito ou de outro.
VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
VILARINHO: São tantas. Mas “O guardador de rebanhos” diz muito do que penso sobre o autor e o leitor “Quando me sento a escrever versos ou, passeando pelos caminhos, ou pelos atalhos. Escrevo versos num papel que está no meu pensamento, sinto um cajado nas mãos e vejo um recorte de mim no cimo dum outeiro, olhando meu rebanho e vendo as minhas ideias. E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz e quer fingir que compreende”. Isso me emociona muito e sempre que leio.
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
VILARINHO: Preciso entrar no texto, se conseguir ele sai, não facilmente, mas com fluência, se não entrar em mim não tem lápis certo.
VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
VILARINHO: Estou escrevendo “Rua de Pobre”, é um romance com muitos personagens e sei que vou demorar, ela preciso de trabalho, de concisão, de experimento, de amor às Letras. Essa é a obra...
VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
VILARINHO: Sou professor das Literaturas da Língua portuguesa, já sigo carreira literária sem me preocupar com ganhos financeiros, até porque não existe. O escritor tem que se virar mesmo, ninguém vai pagar pelas sua ideias. Não condizem com dinheiro, então, só para quem gosta. Eu gosto.
VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
VILARINHO: Ernest Hemingway, Gabriel Garcia Marquez, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Machado de Assis, Cervantes, Vitor Hugo, Lima Barreto, Uma galera aí... muitos, muitos mesmo.
VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
VILARINHO: Ler. Ler o mundo ao seu redor e reconhecer sua gente.
VALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?
VILARINHO: Uso meu nome.
VALDECK: Como foi a tua infância?
VILARINHO: Jogando bola, joguei muito por sinal.
VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
VILARINHO: Gasto tempo como o tempo se apresenta a mim, sei lá. Tudo é literatura.
VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
VILARINHO: Todos os meus.
VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritor?
VILARINHO: Não sei. Sou escritor.
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
VILARINHO: Leio o mundo e passo do jeito que vejo. As pessoas, as coisas, a vida. Literatura é vida. A grande massa é quem dita o pensamento, a filosofia, então fico com ela e dentro dela.
VALDECK: Qual sua Religião?
VILARINHO: Tudo. Acredito na porra toda.
VALDECK: Quais seus planos como escritor?
VILARINHO: Escrever e publicar. Tem que me deixarem fazer isso.
(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site www.galinhapulando.com
VALDECK: Quando e onde nasceu?
VILARINHO: Nasci em Salvador, Bahia, no Hospital Sagrada Família, às 18:30h do dia 06 de setembro de 1963.
VALDECK: Já conhece o restante do Brasil? E outros países?
VILARINHO: Não conheço nenhum lugar que não seja a Bahia.
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
VILARINHO: Comecei a escrever na adolescência, escrevia poemas, crônicas e não sabia que eram crônicas. Em seguida, nos idos de 90/91, comecei a escrever ficção, contos. Entendi que não sabia escrever poemas, não me agradava quando os escrevia, então não escrevi mais, prefiro contar histórias em prosa.
VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
VILARINHO: Escrevo contos e romances, tudo fictício, tirados da minha imaginação e através do que rola na realidade, escrevo meu povo, minha gente.
VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
VILARINHO: Primeiro, eu sou meu leitor, se me agradar, acho que posso oferecer ao outro. Gostaria que o leitor se enxergasse em algum lugar das minhas tramas, ou que risse, chorasse, ou que me xingasse. Busco o leitor, ele é o mais importante.
VALDECK: O que mais gosta de escrever?
VILARINHO: Meu povo, minha gente.
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?
VILARINHO: Acredito que o autor tem, talvez, a obrigação de mostrar a sua gente quem ela é, o que faz, sem interferir se é certo ou errado. Escrevo toda hora, as frases soltas que podem nada significar e que chegam até mim. Preciso de paz e ao mesmo tempo de tormento para escrever, algo, alguém, um sentimento tem que me mover. Isso sempre acontece de um jeito ou de outro.
VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
VILARINHO: São tantas. Mas “O guardador de rebanhos” diz muito do que penso sobre o autor e o leitor “Quando me sento a escrever versos ou, passeando pelos caminhos, ou pelos atalhos. Escrevo versos num papel que está no meu pensamento, sinto um cajado nas mãos e vejo um recorte de mim no cimo dum outeiro, olhando meu rebanho e vendo as minhas ideias. E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz e quer fingir que compreende”. Isso me emociona muito e sempre que leio.
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
VILARINHO: Preciso entrar no texto, se conseguir ele sai, não facilmente, mas com fluência, se não entrar em mim não tem lápis certo.
VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
VILARINHO: Estou escrevendo “Rua de Pobre”, é um romance com muitos personagens e sei que vou demorar, ela preciso de trabalho, de concisão, de experimento, de amor às Letras. Essa é a obra...
VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
VILARINHO: Sou professor das Literaturas da Língua portuguesa, já sigo carreira literária sem me preocupar com ganhos financeiros, até porque não existe. O escritor tem que se virar mesmo, ninguém vai pagar pelas sua ideias. Não condizem com dinheiro, então, só para quem gosta. Eu gosto.
VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
VILARINHO: Ernest Hemingway, Gabriel Garcia Marquez, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Machado de Assis, Cervantes, Vitor Hugo, Lima Barreto, Uma galera aí... muitos, muitos mesmo.
VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
VILARINHO: Ler. Ler o mundo ao seu redor e reconhecer sua gente.
VALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?
VILARINHO: Uso meu nome.
VALDECK: Como foi a tua infância?
VILARINHO: Jogando bola, joguei muito por sinal.
VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
VILARINHO: Gasto tempo como o tempo se apresenta a mim, sei lá. Tudo é literatura.
VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
VILARINHO: Todos os meus.
VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritor?
VILARINHO: Não sei. Sou escritor.
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
VILARINHO: Leio o mundo e passo do jeito que vejo. As pessoas, as coisas, a vida. Literatura é vida. A grande massa é quem dita o pensamento, a filosofia, então fico com ela e dentro dela.
VALDECK: Qual sua Religião?
VILARINHO: Tudo. Acredito na porra toda.
VALDECK: Quais seus planos como escritor?
VILARINHO: Escrever e publicar. Tem que me deixarem fazer isso.
(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site www.galinhapulando.com