Entrevista com Zé Albano
FB - O que veio primeiro? Seu interesse pelo jornalismo ou pela poesia?
Z A - Em primeiro lugar apareceu á poesia. O jornalismo foi por convite e acabei por ganhar o gosto.
FB - Segundo seu perfil no Recanto das Letras o senhor possui doze livros publicados, gostaria de saber qual dessas publicações mais marcou a sua carreira como escritor?
ZA - Foi o "País Luso" editado em 2000, que foi o primeiro que por aqui se conheceu escrito em acróstico, com cem títulos distintos alusivos ao mesmo tema.
FB - O senhor participa de algumas instituições de poetas e escritores, fale um pouco sobre elas:
ZA - Participo em várias. Não com a freqüência que desejaria, pois moro no interior longe dos grandes centros urbanos. No entanto tenho especial carinho pela União Lusófona das letras e das Artes, onde estou desde a sua fundação. Sou cônsul da Guarda dos poetas Del mundo e membro da Ordem Nacional de Escritores ONE que tem a sede em São Paulo, no Brasil. Apraz-me aqui Registrar a amizade que me liga ao seu presidente, José Verdasca dos Santos, um português de mão cheia.
FB - O erotismo é realmente o estilo literário preferido do senhor, ou tem outra área da literatura que o atrai mais?
ZA- O estilo que mais me identifica é o acróstico, o erotismo é um convite à boa disposição.
FB - Seus textos eróticos possuem alguns títulos bem engraçados como “Que Piroca é Esta”? “Procuro um Buraco”,” Amor Leva Meu Pau” e vários outros, qual o segredo de conseguir associar humor ao erotismo?
ZA - É tentar mostra aos que me estão a ler que o humor tem de ser temperado, com a conta certa claro, pois se assim não for perde-se a verdadeira polissemia que o envolve.
FB - Já sofreu alguma censura tanto por causa dos textos eróticos ou por emitir sua opinião a respeito de algum fato? E esta censura ocorreu dentro ou fora do recanto?
ZA - Já, mas deixo ficar, também já retirei alguns textos a pedido de pessoas que ali são visadas, por, entretanto a sua situação se ter alterado. Também a pedido das mesmas já voltei a repor. Enfim, acontece de tudo.
FB - O senhor acredita que ainda existem pessoas que acreditam que a sexualidade só está associada às pessoas jovens e já sofreu alguma discriminação por ser um homem já maduro e que escreve textos sobre sexo?
ZA - Aqui se tolera mais o maduro do que o jovem, por isso não sinto qualquer atropelo.
FB - O senhor possui aqui no Recanto das Letras o título de O Rei dos Acrósticos, (Com muita justiça por sinal) gostaria de saber o que este estilo tem de especial para o senhor e como surgiu o interesse em tornar-se especialista nele?
ZA - O primeiro acróstico que vi foi em Espanha, escrito em castelhano, depois comecei a fazer alguns dedicados a amigos, apontando-lhe defeitos e virtudes até que apareceu um jornal pornográfico que me convidou para acrosticar certas cenas, depois a experiência fui adquirindo.
FB - Quais são as suas principais referências como poetas e dos que estão surgindo quais são os mais promissores?
ZA - Claro que há poetas consagrados, mas se me permite fico pelos do recanto, o Jacó Filho, o José Aprígio da Silva e uma jovem portuguesa de nome Cláudia Borges.
FB – Quais as informações mais relevantes que o senhor tem a respeito do Brasil? Já veio aqui?
ZA - Nunca fui o Brasil. Esperava ir em 2016, mas estou a ver que não há folga monetária para tal. De resto é um país continental, onde há de tudo, e com um povo franco e aberto.
FB - Gostaria de saber se o senhor está atualmente trabalhando em algum livro novo? Se estiver, fale um pouco dele:
ZA - Neste momento não estou a pensar editar o que quer que seja talvez a médio prazo publique um livro de sonetos.
FB - O Brasil é um país maravilhoso, mas sofre por muitos problemas sociais, entre eles a corrupção, violência, falta de incentivo à cultura e tantos outros. Eu gostaria de saber como são as coisas aí em Portugal e como o povo é tratado por suas autoridades?
ZA - Eu costumo dizer que Portugal se está a abrasileirar, para o bem e para o mal.
FB - O que lhe falta ainda Sr Zé Albano?
ZA - Ter mais umas décadas de vida e com saúde. O resto aparecerá.
FB - Qual a mensagem que gostaria de deixar aos meus leitores do recanto?
ZA - Sinto um enorme prazer em partilhar juntamente com todos vós a leitura da lavra de Fábio Brandão. Iremos continuar, pois ele sabe deliciar-nos.
FB - Gostaria de agradecê-lo por aceitar conceder entrevista e desejá-lo sucesso em tudo que for fazer; um abraço e felicidades...
ZA - Não tem de quê. Eu é que lhe manifesto a minha gratidão. Um abraço. Zé Albano