JORNAL DIÁRIO DO IGUAÇU - CHAPECÓ (lançamemto de Grimpas do Sul)
MATÉIA:
DI - Fale um pouco sobre a sua trajetória de vida. Como os
livros entraram em sua vida?
AM – Menino pobre, nascido a 08/09/1938, no interior dos interiores do Rio Grande do Sul, no município de Não Me Toque. Com 12 anos veio morar em Santa Catarina, com seus pais, indo residir na cidade de Piratuba-SC. Com 13 anos foi para o seminário, na cidade de Aparecida-SP. Nunca foi bom aluno, sendo que a matemática, química e física não o deixavam passar de ano. Mas interessavam-no outras matérias, como latim e outras línguas, tendo no português seu mais forte ponto. Abandonou a vida de seminarista e foi lutar pela vida. Fez concurso para o então INPS. Veio transferido para Chapecó em 1971, onde se aposentou em 1991, pelo MS. Em 86 ajudou fundar a ACHE (Associação Chapecoense de Escritores).
DI - Há quanto tempo o senhor é escritor? Quantos livros já lançou?
AM – Mesmo sendo autodidata, sempre gostou de escrever, tendo iniciado sua poética escrevendo letras de música, cujas canções já saíam com a linha melódica. De vez em quando saía alguma poesia. Em 86 o Professor Pedro Albeirice disse que era poeta em potencial e ele acreditou. Especializou-se em SONETOS, que postou no Recanto das Letras. O gosto pela literatura já esteve presente em sua vida desde o seminário. Os livros entraram na sua agenda ao natural, por insistência dos amigos, principalmente do Professor Albeirice. O primeiro livro (um fascículo) surgiu em 1988, para ser lançado juto com a primeira antologia da ACHE. Passaram-se onze anos, sem que nenhum novo título surgisse da sua lavra.
DI - O senhor sempre foi para o lado os sonetos e poesias?
AM – Profissionalizou-se como escritor com a aposentadoria. Mas o segundo livro – Miscelânea de Arte em Versos – foi editado em 1997; o terceiro – Ao Deus Soneto (ainda não eram sonetos métricos), surgiu em 99. Depois desse período de amadurecimento, os outros livros vieram ao natural. Com Grimpas do Sul já são dez (10) os livros editados. Três de poesia, um infanto-juvenil (apólogo), 2003; contos e crômicas – Terna Sacanagem – 2005; Alcoolismo – ataque e defesa (autobiografia do alcoolismo), 2ª Ed. Revista e ampliada – 2006; A Favela Encantada – romance – laureado pela ACL (Academia Catarinense de Letras), como o melhor livro editado em Santa Catarina no gênero, em 2008; Fábulas de Ligório (infantil) – 2010; Guerra, Paixão e Morte – romance histórico, tendo por tema a Guerra do Contestado – 2011 e GRIMPAS DO SUL – Sonetos de Ligório, este que vai lançar dia 21/06/11.
DI - Qual a inspiração para os seus livros?
– Adora a poesia que nasce da sua alma e corre pelo seu sangue e lhe ativa o coração, embora, com não menos intensidade, escreve contos, crônicas, ensaios e o próprio romance. Por essa razão o estão a fila para serem editados A Culpa Foi do Adão (ensaio) e A Ponte do Precipício (romance). Sou poeta lírico romântico e, às vezes, lírico social, e, neste contesto, lindas mulheres e solidões e empecilhos que travam o correto andar da carruagem da sociedade, são prato cheio ou pão quente. Sendo ferrenho defensor da natureza, empolga-se amiúde com os desrespeitos ao meio ambiente.
DI - Qual a importância, na sua opinião, da Semana do Escritor ?
AM – Sem mudar o foco da pergunta sobre a importância da “Semana do Escritor”, proporia esta outra: “Qual foi a ideia central do surgimento da ACHE” ? A Associação Chapecoense de Escritores surgiu em momento oportuno em que estava amadurecendo a cultura na cidade de Chapecó, para congregar todos os escritores (autores), enfim, cultivadores da arte das letras, esparsos pelo oeste catarinense, principalmente, em Chapecó e arredores, em torno de um só objetivo: o de somar cultura. Com essa finalidade, uma vez em plena atividade, criou mecanismos e ferramentas (programas culturais) nesse sentido. Visou, em primeiro plano a aproximação dos escritores entre si e, com produções internas leram a cartilha daquilo que seja um escritor e o que representa em sua comunidade, afiando o gume de seus conhecimentos literários, despertando neles o “sádico” desejo de aliar-se à cultura coletiva. O segundo passo foi a aproximação do leitor aos escrevinhadores, familiarizando se com eles, principalmente, o grande público infantil, neste e aos adultos, incentivando o gosto pela leitura, porque a leitura é a alavanca mais importante para se levantar a alto grau a cultura de uma etnia. A semana do Escritor Chapecoense é tão somente mais um desses mecanismos criados pela ACHE, com respaldo da Fundação da Cultura, Prefeitura Municipal e Universidades locais que tem essa finalidade – juntar todos os chapecoenses em torno de um objetivo de interesse geral – gerar e fixar cultura à etnia chapecoense.
INFORMAÇÕES:
– Como diz o mestre Alfredo Bays: “ou é soneto ou não é”. Ou segue as normas seculares criadas de métrica, rima e forma, ou não é soneto. Estou lançando um livrinho de sonetos, sob a epígrafe de “SONETOS DE LIGÓRIO”, com o título GRIMPAS DO SUL. O título foi propositalmente escolhido para lembrar e homenagear o lenho mais nobre do sul do país, já quase na linha de extinção. A capa, criada numa composição/montagem da competente profissional da arte gráfica Ivânia Vaz, diz bem da int4enção de preservar a sistema ecológico, de cujo cenário está quase desaparecido o nosso tão querido e nobre pinheiro.
É um livro inédito, porquanto traz o soneto juntamente com o comentário do próprio leitor, cujos comentários foram colhidos no Recanto das Letras, feitos por doutos e grandes colegas escritores e poetas, que figuram naquele ambiente literário.
O lançamento será no decorrer das festividades da Semana do Escritor, no dia 21 de junho de 2011, às 17 hs, no Centro de Cultura e Eventos.