“Ser radialista não é só ter vontade”, Jorge Noronha, radialista fortalezense [Parte I]
Morador do bairro Olavo Oliveira há 30 anos, radialista há 12 e apresentador do programa matinal Gibão de Couro há seis, Jorge Noronha é conhecido pela voz que acorda a nossa vizinhança e pelo trabalho comunitário, focando principalmente os jovens do bairro.
Admirador das festas de São João e fã incondicional de Luiz Gonzaga há quase duas décadas, Jorge é comprometido com a divulgação do trabalho do cantor pernambucano entre os jovens. “Todo o repertório dele é educativo, é cultural e por isso ele deixou essa herança pra gente.”, afirma.
O apresentador matinal afirma que cada criança, adolescente, deveria ter um radinho no quarto. “Ás vezes em casa a gente tem três rádios ligados ao mesmo tempo, porque é gostoso você saber através do rádio algo novo, algo ‘de já’. E ás vezes a internet anuncia daqui a quinze minutos o que o rádio já tem anunciado.”, falou respondendo à Bianca, quando esta perguntou esse evento.
O radialista nos contou um fato ocorrido um ano antes da morte de Luiz Gonzaga. “Em 1988, mais ou menos no início do ano, quando trabalhava na Casa Pio como vendedor, em um dia normal de trabalho, um carro parou em frente á loja e um senhor desceu do banco traseiro”, iniciou acomodando-se no banquinho que estava sentado desde o início da entrevista.
“Era tardinha, e o passageiro deu um gritou ‘Ô de casa! ’, e eu reconheci a voz familiar de Luiz Gonzaga”, continuou lembrando do dia em que encontrou o ídolo. “Então eu fui até lá e o atendi como vendedor, para a Casa Pio. E o que aconteceu foi que, enquanto eu fui buscar um par de sapatos para ele, o deixei a disponibilidade de conversar com o nosso gerente. Ele havia me falado o seu pedido: ‘Arranje um sapato pra mim bem ‘molin’ que meus ‘pé’ ta doendo.”, continuou imitando a voz grossa de ‘Lua’. “Me lembro da marca dos sapatos, o nome era Olympus”, finalizou.
Jorge também nos contou da viagem que fizera em fevereiro para Juazeiro do Norte, de onde partiu quando viajou para Exu, no Pernambuco, estado natal de Luiz Gonzaga. “Cheguei sábado, cinco horas da manhã e passei o dia todo. Lá em Juazeiro nós tivemos um momento muito bonito de ver uma cidade totalmente comprometida com a sua história”, enfatizou.
“Hoje você não passa por uma loja em Juazeiro que não tenha uma estátua do Padre Cícero. Todas elas têm estátuas dele”, continuou citando o santo protetor da cidade.
“As pessoas não param. Como é no interior, sábado á tardinha ela fica bem calminha, mas quando é de noite começam as festa, shows ao vivo”, finalizou elogiando a cidade na qual passara o dia anterior a sua viagem ao município de nascimento do ídolo.
“Foi tudo muito emocionante”, definiu a excursão em uma frase. Em seguida, sugeriu á nós duas que convidassem nossos pais e colegas de sala para viajar para lá, para conhecer sua história.
Por Bianca Caroline e Ana Luiza Silva.