Por que, "ma perchè"...?

Por que hoje, dia friento na Galiza, mais frio ainda no Reino da Espanha

(temos rei no "reino de España"), o senhor visitou os seus e-livros?

Assim me perguntou um caro amigo, ao conhecer que, com efeito, eu visitei, digamos que esvoacei ou sobrevoei algum desses e-livros, esquecidos, da minha autoria... ou quase:

-Porque não faz mal lembrar por vezes o mal cometido.

Respondi e, cheio de boas educações, correspondeu:

-Mas não cometeu nenhum delito ao escrever esses textos...

-Sim, meu caro, escrever vale por arar no pensamento próprio e nas ideias da gente. Para esse labor nefasto já estão os nossos governantes por si ou pelos seus funcionários. Se procedessem como os chefes das tribos amazónicas que vi nalguns filmes...

-Desculpe, mas escrever não acarreta nenhum mandato nem obriga ao outro...

-Achas? Então para que escreve o escritor? Só para exprimir a sua emoção, a sua inspiração, a sua visão do mundo...? Caro interrogante, exprimir tanto pode derivar para premer ou espremer quanto se tornar em voz de mando, em ordem imperiosa. Mas exprimir implica sempre, sempre como um arrouto, como uma saída extemporânea de gases tão voluptuosos quanto revolucionários da ordem constituída e aparentemente estabelecida.

-???????

-Lê, caro, lê a minha visão do "Dio, come ti amo...!" modugnesco e comprovarás que nesse caso e, como nele, em todos os mais, o escritor, com sucesso ou insucesso, sempre procura alterar a "démarche" do mundo e da sociedade...

-Será...

Destarte acabou a entrevista, interrupta como conjunção quebrada de palavras em conversa...