ENTREVISTA AO JORNAL MUNDO LUSIADA
ENTREVISTA AO JORNAL MUNDO LISIADA NO DIA 7 DE NOVEMBRO 2010
http://www.mundolusiada.com.br/CPLP/cplp575_nov10.htm
- Sua obra passa por vivências em Angola, Portugal e Brasil. Sobre a importância de cada um deles, algum tem um peso diferente para você, ou é mais abordado no livro?
As partes mais abordadas são aquelas acompanhadas de mais aventuras e ação em Angola e Portugal, tais como a infância de um menino rebelde numa África dando os primeiros passos de desenvolvimento, os dramas de um adolescente num colégio interno, a guerra de Angola e finalmente a fuga para o Brasil. O Brasil aparece como o prêmio de quem tanto sofreu e é aí que ele encontra a verdadeira paz.
- A luta de libertação em Angola e a Revolução do 25 de Abril em Portugal são relatadas na sua obra?
Sim e de uma maneira muito clara e objetiva. Os brasileiros que leram me deram os parabéns pela clareza com que os acontecimentos são relatados, desde o início da guerrilha até à independência. Em poucas páginas o leitor entende toda a problemática dos portugueses que viviam em Angola, o porquê dos vários movimentos que se formaram para a independência de Angola e finalmente o envolvimento do MFA - Movimento das Forças Armadas Portuguesas após a revolução dos Cravos na forma como se deu a independência.
- Para você, a independência de Angola foi conduzida por oportunistas, sem serem aproveitadas potencialidades européias?
Sem dúvida. Oportunistas tanto do lado de Portugal como do lado de Angola, ambos servindo os interesses da então União Soviética.
- Há quanto tempo mora no Brasil? Pensa em retornar a Angola?
Moro aqui exatamente metade da minha vida, 35 anos e me regozijo da escolha que fiz quando tive que abandonar Angola com uma mala de 20 kg.
Sinto-me tão feliz e realizado no Brasil que jamais me passou pela cabeça retornar a Angola.
- Como foi a ideia de lançamento do livro, foi possível por conta da sua vivência e estabilidade no Brasil?
Comecei a escrever esse livro pensando em relatar a vida de meus Pais desde a emigração de Portugal para Angola em 1918. Depois por falta de informação me vi contando a minha história. Continuei para dedicá-las a minhas filhas e netos. Quando os amigos começaram a ler me entusiasmaram a publicar argumentando que quando começaram a ler não mais pararam.
Pedi ao escritor Aercio Consolin para dar a sua opinião. Me entusiasmou a publicá-lo.Mais tarde decidi fazê-lo não tanto pela minhas experiencias e aventuras ,mas por considerar um testemunho válido de todas as barbaridades e injustiças feitas contra os portugueses de Angola.
- O livro relata mais ambientes históricos nestes continentes, ou experiências pessoais?
Sim. Como acima me refiro, o livro fala de varias experiencias e aventuras, como a ida a Bélgica para vender diamantes de um amigo, numa época em que a Diamang em Angola tinha o monopólio e as leis eram duríssimas para quem fosse apanhado com um diamante bruto. Também me refiro às dificuldades que tive como empresário para reerguer as várias firmas deixadas por meu pai com enormes dificuldades financeiras, e muitos outros momentos de emoção, alguns trágicos outros com muito humor.
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