Entrevista para o site da Escritora "Clevane Pessoa"
link: http://www.clevanepessoa.net/blog.php?idb=2715
publicado em 05/10/2006
Plínio:sua verve é sensual e forte, mas também enganjada politicamente.
Quando você começou a escrever poesias de uma ou de outra forma?
_ Quase que ao mesmo tempo, comecei a escrever no final do ano de 2000 e já nos primeiros meses de 2001 meus versos seguiram a forma do comprometimento na conscientização daquilo que eu acho preciso para promovermos as falências das industrias das injustiças e das desigualdades.
Defina poesia, para o poeta, hoje? E ser poeta, para você, o que é?
_ No mundo competitivo e individualista de hoje, creio que há um certo exagero na exploração das sensações de melancolia, de dor, de angústia, das intencionalidades das carências, das frustrações e das fragilidades de espírito nas poesias. Para o poeta da atualidade a poesia talvez seja uma forma de expressão sensível dos elementos que circulam por seu interior.
Não sei lhe dizer Clevane, se me considero um poeta. Para mim, ser poeta significa a oportunidade de abordar uma certa variedades de temas do nosso instante ou de nossas expectativas e dessa forma, deixar marcado esse nosso tempo.
Escreve desde que idade?
_ Eu nunca me imaginei "escrevendo". A minha aproximação com a escrita veio com a Internet, através de alguns grupos de poesia. Daí então, comecei a escrever, no final de 2000, com 38 anos.
Quando escreve melhor, o que o inspira mais?
_ O meu escrever segue sem uma certa disciplina, gosto de brincar com a sonoridade das palavras. A qualquer momento, ao ler, ao ver ou ao presenciar algum acontecimento, me vem a lembrança de momentos sentidos, vividos ou então, uma certa vontade de se querer viver outros momentos ainda não sentidos; outras vezes me vem aquela certa irritação ao presenciar fatos, atos, convenções que escondem, mascaram as intenções do Ser. E... vou jogando no papel, trabalhando na construção do texto, usando estruturas, amarrações para melhor enfatizar o conteúdo, achando assim, um sentido para uma idéia.
Você acredita em um futuro melhor; maior para nosso país?
_ Do jeito que caminhamos, não.
Se não houver a aplicação e conscientização da participação popular, da importância do Estado na vida da sociedade, corremos o risco de mergulharmos na perfeição da ruína e decadência.
Há apenas dois caminhos para um futuro melhor, para a nossa real cidadania: a educação do eleitorado, a escolaridade e a educação política, onde o eleitor passaria a conviver com praticas de buscas coletivas dos interesses. Dessa maneira, o povo saberia então definir o que são interesses coletivos, conseguiria perceber que os interesses da política não necessariamente são interesses individuais. Através dessa prática da busca comum do bem coletivo, se conseguiria fazer a transição do clientelismo para a cidadania. É na participação do cidadão que garante que as alianças políticas espúrias não sejam realizadas acima do cidadão.
Já editou algum livro solo? Fale um pouco disso...
_ Não, ainda não tive a oportunidade de editar um livro. Tenho cinco textos publicados no livro “Tertúlia na era de aquário”, editora Espaço do Autor, que reúne vários novos poetas do Brasil.
Participa de antologias? Acredita no livro virtual?
_ Tenho participação em alguns E-Books. Hoje, a Internet passou a ser um meio de divulgação, digamos, a "gaveta" de bons e talentosos poetas. Antes, o que se escrevia ia parar na gaveta de uma escrivaninha. Com a Internet, temos a oportunidade de apresentar nossos textos para o mundo. Infelizmente... na atual fase da cultura brasileira, se dá valor ao consumismo, produtos feitos exclusivamente para consumo e esses produtos estão cada vez mais redundantes e com menor gama de informações. As exigências culturais são cada vez mais medíocres em conseqüência de uma intencionalidade da indústria de tornar o nível crítico menos complexo para atingir cada vez mais pessoas. E isso acaba gerando o gostar de tolices em virtude de só se conhecer tolices. A industria gráfica conhece e sabe dessa nossa "gaveta". Quando a industria resolver apostar nas edições, muitos autores da Internet estarão marcando seu nome na literatura brasileira. É o que eu penso.
Quais as suas principais frentes de luta, qdo usa a apalavra escrita?
_ Minhas frentes de combate são as manobras, as manipulações, os vícios, as inversões de valores e as modelagens como ferramenta com fins destrutivos na consciência coletiva e ao país e que nos impedem de crescermos como cidadãos. Nas artes em geral, há um tanto de famosas personalidades que no seu cenário negligenciaram atitudes e preferiram ir com sua arte a um lado contrário a um momento. Creio que em certos momentos o escritor poderia sair um pouco da sua linha e se comprometer mais com o "instante" à sua volta, formando opiniões. As linhas de certos textos que escrevo é reflexo desse instante a minha volta e tento então, consciente de meus limites, divulgar o meu pensamento.
Participa de saraus, encontros poéticos?
_ Participei apenas uma vez de um encontro poético, em São Paulo.
Qual a sua profissão outra, se a tiver, além de poeta?
_ Passei pelos cursos de Ciências Sociais e Economia e me formei em Ciências Contábeis.
Hoje atuo como autônomo, prestando assessoria em administração orçamentária e financeira.
É afiliado a algum grupo, academia, instituição, enquanto Poeta ?
_ Sou membro da AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras
Quantos anos tem? Nasceu onde? Fale de sua família
_ Tenho 44 anos, nasci na cidade de Jaú,SP. Solteiro e sem filhos...
Qual seu ideal de poeta? Que projetos tem?
_ Meu ideal é a busca do aprender. Tenho algumas idéias de projetos voltados as ações do voluntariado e as doações de órgãos, para divulgar a importância desse sentimento humanitário e desse gesto de amor, doação de órgãos, que vale a vida - o verdadeiro e único renascimento.
Deixe aqui sua mensagem, endereço de blog e de e-mail (se o desejar), ou mesmo de sites onde participe ativamente.
_ Considero a maior das desventuras aquela de se enganar, enganar a si próprio e que prioriza mais o ter, aos olhos, as aparências, o Ser aparente. Ninguém tem que ser perfeito. Tem sim que ser total. Total em tudo que façamos, das ações espontâneas ou premeditadas; das responsabilidades de se cumprir as exigibilidades dos afazeres cotidiano ou, gozar prazerosamente aqueles momentos de se esquecer a hora, devemos procurar sempre atingir a totalidade do Ser Natural. Assim, consciente de nossos limites e mantendo uma relação harmoniosa entre o nosso EU e o SER, procurar sempre a busca do aprender para uma maior satisfação do SER capaz. É o que eu penso...
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