EXEMPLO DE PERSISTÊNCIA E DETERMINAÇÃO: MAIS DE UMA DÉCADA ENFRENTANDO AS DIFICULDADES IMPOSTAS PELA ATITUDE “ERRADA” DO PASSADO

Março de 1999, data que foi marcante para Plaminondes José de Magalhães. Exatamente no dia 28 deste ano a vida dele alterou completamente. Era uma tarde onde Plaminondes, como de costume, saiu com os amigos para uma localidade rural perto de Coromandel. Nesse dia, o jovem sofreu um grave acidente que deixara conseqüências eternas.Jovem que gostava de farras, bebidas, e sem horas para chegar em casa, fato que sempre preocupava os pais. Curtindo a vida sem controle e sem preocupações, o jovem, juntamente com vários colegas vão para um passeio, o que não sabia, Plaminondes, que esse dia marcaria sua vida para sempre. Na ocasião, tinha bebido com os colegas e resolveram mergulhar em um rio da região. Plaminondes afirma que “resolvi mergulhar, mas veio uma voz dizendo em meus pensamentos que não era para fazer isso de maneira alguma, mas o que eu queria mesmo era farra e algazarra, nem liguei com isso, e mergulhei. Não consegui voltar à superfície novamente. Tive um forte impacto na água e como conseqüência, quebrei literalmente a coluna”. Nesse momento Plaminondes sofreu o grave acidente que trouxe resultados negativos, pois assim diante do acontecimento não conseguiu andar mais como antes, e ficou com seqüelas graves. Depois do acontecido ficou por 45 dias fazendo tratamento em Belo Horizonte para tentar andar novamente. Mas o tratamento foi uma grande conquista, mas não fez com ele andasse como antes. Plaminondes foi casado, hoje está separado, mas fruto desse relacionamento teve um filho, o grande orgulho de sua vida. Com dez anos de idade, Pábblyo admira muito seu pai, e fala que ele é um vencedor e quer muito o seu bem. O que mais entristece Plaminondes quando relata de seu acidente é que nenhum dos seus “amigos” da época do acidente realizou visitas a ele. Ele nos conta que “meus amigos sumiram todos, não tinha de verdade amigos e sim colegas que gostavam de mim apenas para farras e beber desordenadamente, agora vejo a importância da amizade na minha recuperação. Pois apenas meus pais foram de verdade meus amigos, e eu nunca dava a eles o valor correto. Hoje os reconheço, e são as melhores pessoas do mundo. Teve que acontecer tudo isso comigo para eu dar valor na minha vida”. Como afirma a autora Genaura Tormin (...) “é costume, também, mostrar a penúria, a fatalidade, a invalidez da pessoa com ‘deficiência’, e nunca o seu trabalho digno, a sua competência, o seu esforço para vencer barreiras. Vê-se sempre o invólucro e nunca o conteúdo. É pena que não entendam que, do mínimo indispensável, é possível construir uma obra de arte. O essencial é mesmo invisível aos olhos. É preciso buscar com o coração” (...). Atualmente, Plaminondes faz tratamento regularmente, realiza acompanhamento em períodos mais longos em Belo Horizonte. O que mais lhe desencanta em relação a ser um cadeirante, é que não existe de forma adequada em Coromandel, locais que viabilizem sua locomoção pelas ruas e comércio. Falta sinalização indicando o local para os portadores de necessidades especiais. E quando tem muitas pessoas não respeitam as sinalizações. Isso pode ser comprovado. Ele ressalta que “na Escola que estudo atualmente, exatamente há quinze dias, a diretora, Dona Vanda Ferreira conseguiu com dinheiro da própria instituição, recursos para colocar algumas placas indicando o perigo na entrada e saída dos alunos e inclusive uma destacando o local para os portadores de necessidades especiais. Mas infelizmente, nem um mês que as placas estavam no local, pessoas, não sei se posso falar vândalos, quebraram algumas delas. Fico muito triste com isso. Falta, ainda, muita conscientização social em relação à população, quero que alguns nos olhem de maneira igual a todos, porém, com mais respeito devido às nossas impossibilidades normais, vamos dizer assim, dos demais cidadãos”. Pode dizer sim, Plaminondes, vândalos, pois quem assume essa tal atitude de depredação pública, nada mais é do que praticar vandalismo. Que pena, que ainda existem pessoas, com esses pensamentos. Aliás, isso era dever do poder público municipal, sinalizar a porta da instituição escolar. A diretora agiu corretamente, pois já que o poder público não faz o seu papel corretamente, a maneira mais adequada é partir mesmo da demanda e das situações em que a Escola se encontra. Para os leitores compreenderem melhor, Plaminondes ficou vários anos sem estudar, não gostava e achava péssimo estar lendo e sentado em uma sala de aula. Hoje, voltou a estudar, está cursando o PEP EJA – Projeto de Capacitação de Profissionais, e conclui em 2011 o segundo grau e juntamente com esse curso técnico proposto pelo Estado. Diante das dificuldades encontradas pelo seu trajeto, Plaminondes não desiste de nada. “Agora vejo o valor que os estudos têm, é o único caminho para seguirmos de forma inclusiva na vida, creio que essa minha persistência faz com que eu valorize mais a minha vida, sou muito persistente e agradeço a Deus por está aqui falando com você”. Por ficar muito preso em casa, ele nos conta que o seu maior objetivo é conseguir um computador. “Sei que dentro do meu quarto vejo o mundo inteiro, sem sair se quer de minha casa, e assim me ajuda a passar o tempo, pois fico muitas horas na cadeira de rodas”. Ele é aposentado, mas as despesas são grandes. Realiza tratamento fora, os medicamentos e a manutenção dos aparelhos que usa são como cadeirante são caros. E ainda, paga uma pessoa para cuidar dele no dia-a-dia, além de pagar uma quantia ao filho, uma pensão de acordo com que recebe. Plaminondes mora com os pais, mas eles não podem ajudar intensamente como deveriam. Assim fica impossível comprar o tão sonhado computador. Para os empresários de Coromandel, Patos de Minas e região que quiserem ajudar ao nosso amigo, é só entrar em contato com ele pelo telefone (34)-3841- 0260.Dona Lásara Barbosa da Silva, 63 anos de idade, mãe de Plaminondes, se emociona quando fala do filho “ele é um filho de ouro, ajudo muito ele, sempre largo meus afazeres na casa e vivo por conta dele. Ele é tudo pra mim. Diante de tudo que já passou na vida, é um vencedor, e com maior prazer, enquanto eu tiver vida vou cuidar dele com maior carinho”. Nesse momento dessas belas palavras, Dona Lásara se emociona, refletindo a sua preocupação em cuidar da casa e do seu maior tesouro, segundo ela, o filho que ama. Como dizia Rui Barbosa “(...) tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida em que eles se desigualam”. Com certeza, você é um vencedor, Plaminondes, espero que suas palavras aqui relatadas sirvam para muitos, assim como você, como uma forma de incentivo e de motivação para viver.

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Quem quiser ajudar nosso nobre amigo, Plaminondes, favor entrar em contato pelo telefone (34) - 3841-0260.Coromandel-Minas Gerais.