ENTREVISTA COM RODRIGO [DEAD FISH]
1-O Dead Fish tem suas letras bastante politizadas. Certo?
"Sim."
2-Vocês se consideram revolucionários?
"Não, não mesmo!"
3-O que vocês se consideram?
"Gente comum. Fazer revolução é coisa de gente comum, não coisa de Martin, nem de Jesus, nem de Che Quevara, é de gente comum, revolução é dia a dia."
4-E é muito difícil fazer a diferença aqui no Brasil, concorda?
"Cara, eu acho que as coisas mudaram. Muitas pra pior, outras pra melhor. Eu acho que a gente tem muito mais condições de fazer a diferença hoje do que há dez anos atrás. É o que eu sempre digo para os meus amigos, assim, o Brasil vai se tornar um país rico, mas não civilizado. Eu acho que é por ai que as coisas tem acontecido, quem sabe em cinqüenta anos a gente consegue alguma coisa, mas tem muita gente que faz a diferença."
5-São poucas, mas tem, né?
"São poucas, mas fazem, entendeu? O que a gente pode fazer se a massa também não quer fazer a diferença, entende?"
6-Então vocês acham que conseguem disseminar bem as ideias, levando a música?
"A gente toca música. Música é meio, não fim. Música é pro cara pensar e tomar uma atitude, não é uma atitude em si."
7-Qual foi a maior mudança desde o primeiro cd, Sirva-se, para este último, Contra Todos?
"A maior mudança foi de integrantes (risos). Que do Sirva-se pra frente mudaram vários integrantes. Mas musicalmente a gente continua sendo uma banda de Punk Rock, né, de Hardcore, e eu acho que a gente mudou muito as nossas ideias, envelheceu algumas, outras surgiram, outras a gente desistiu."
8-Em 2007 vocês tocaram na Europa, certo? Como é o Hardcore lá, o pessoal é bem agitado?
"Sim! Lá é Hardcore mesmo (risos). É faça você mesmo, eles são honestos, são organizados. Principalmente os alemães. Foi onde a gente mais ficou, na Alemanha."
9-Rola muita rivalidade entre você, que é flamenguista e o baixista. que é vascaíno?
"Ele, não. O cara é um puta perdedor, acabou de voltar da Série B, pra que que vai ter rivalidade? Acabou de entrar de novo na Séria A. A gente só vai conversar no fim do ano agora, ou no final da Taça Guanabara. Não tem diálogo com vascaíno. Você é vascaína? Não, né?" (risos)
Eu: - É claro que não! (risos)
10-Tem algum ícone, alguma banda em especial?
"Eu não costumo ter as pessoas como ícones, apesar de pagar um pau pra um monte de gente. Mas hoje gosto de ouvir bandas do tipo Propagandi, Good Intentions, Discarga. De bandas, são muitas, eu gosto de coisas velhas, eu ‘tô’ ficando velho, então eu tenho ouvido Jack Johnson."
11-Bem calminho Jack Johnson.
"É, na verdade o Jack Johnson me ocorreu porque eu vou indo á praia. Muito amigos meus ouvem, então eu ‘tô’ ali meio que ouvindo junto, Bob Dylan, essas coisas."
12-Em relação à internet, ajuda ou prejudica?
"Ajuda bastante na divulgação e prejudica bastante na consolidação. Uma banda se torna muito fugaz se ela é só de internet, se ela não está na estrada."
13-Qual a diferença do Dead Fish cd para o Dead Fish show?
"Eu gosto bastante do show. A banda, Dead Fish é uma banda de estradeira, é uma banda que é ao vivo, então show faz muita diferença pra gente."
14-Ainda mais o contato com o público.
"Às vezes é contato demais, se é que você percebeu hoje!"
15-Enfim, uma mensagem para os fãs.
"Apareçam! Apareçam e curtam. Espero que a gente possa se encontrar rapidamente!"
Entrevista feita com o vocalista do Dead Fish, Rodrigo, no evento da Juicebox.
Comentário: Ele além de ser lindo, é simpático e super inteligente! rs