Na Balada Com Mateus Ambra ( Completa )
Uma Noite Com Mateus Ambra
Entrevista exclusiva à Marlo Mellace
Porto Alegre, Maio de 2009
Marlo Mellace- Bah gurí ! Logo eu prá te entrevistar, não vai prestar, já sabe que vou pegar pesado, mas de cara, acho que todos vão querer saber, o que te deu, pra vir pra cá, POA, de mala e cúia, ou de mala e cuíca, como vc mesmo diz, deixando aquela linda praia de Copacabana, onde você morou quase sua vida inteira. Conta ai Tchê.
Mateus Ambra- Primeiro, boa noite a todos, e prá você vai minha saudação: cazo allright ! Tá rindo né, mas pode perguntar o que quizer, e pegar pesado, nada que eu não possa contar aqui, nesse papo informal, bebendo um vinho tinto seco, acompanhado de nossos amigos, mas voltando a sua pergunta, Marlo, eu já tava de saco cheio de Copacabana, mas eu amo aquela praia, você sabe que do meu quarto ao me levantar já avisto aquele marzão da janela e parece que o dia vai ser uma verdadeira festa, só que isso repetidas vezes, ano após ano, e já são quarenta anos no mesmo lugar, ficou previsível, e monótono, aí em 2004 prá 2005, conheci a Flávia, gaúcha, e a coisa ficou desse jeito que tá hoje, meio ano cá e meio ano lá na cidade maravilhosa, se não fosse ter que viajar de avião, tavá show de bola, detesto avião, você sabe, qualquer tipo de avião.
Marlo Mellace- Jacarézinho...avião...
Mateus Ambra- Essa escada pra ficar aqui fora, vou chamar o síndico.
Tim Maia !
Marlo Mellace- Por falar nisso, conta pra gente tua formação musical.
Mateus Ambra- Eu estudei teoria musical na Escola de música Santa Cecilia, na Praça da Bandeira, lá no Rio de Janeiro, eu tinha uns dez anos e até os 13 aprendi teoria e alguma prática num instrumento que tem vários nomes, uns chamam de sanfona, outros acordeão, outros gaita, qualquer nome que tenha, eu não gosto do instrumento,
e acabei largando pelo violão, por causa da bossa nova e dos The Beatles, meu primo Franco ( vc lembra dele ) tinha um violão em casa, e eu sempre passava lá com a desculpa de visitar minha tia, pra tocar violão, no caso só saia uns arranhões, mas foi no ginasial no Colégio A.C.M. ( associação cristã de moços ) que conheci os primeiros integrantes de uma Banda de Rock lá da rua André cavalcanti, ( centro do Rio ) um deles era o Arthur Senos de Jesus,
que estudava comigo na mesma sala, e os demais eram: Renato Senos primo do Arthur, Renato Monza ( um cara mais velho que nós todos, tinha uns 18 e nós tinhamos 14, 15 por ai ), esse Renato era filho de uma Chacrete, ele tinha os cabelos loiros e lisos e compridos, seu pai ele nunca havia conhecido, sabia-se que era italiano de Monza, daí Renato Monza, lembrava muito o Brian Jones, rs...ah o nome da banda mudava toda semana, exemplos: TREZE, Feira do Lixo, Dedus, e The Lions, ainda contava com a participação de Magrinho, Walt macaco. ( O Walt Macaco e eu oriundos de Santa Tereza, e conteporaneos do Cantor de sucesso o José Augusto, ele foi nosso amigo de ir a missa, na igreja NS de Fátima, na Rua do Riachuelo, no RJ, enfim minha formação musical começa aí nos anos 1968 e 1969,
muito Beatles, bossa nova e a Tropicália, e aí começo aprender a tocar guiatarra, muito mau, mas começo.
Marlo Mellace- E como vc conhece os Leones da Ladeira Frei Orlando que tambem tinha uma banda.
Mateus Ambra- O Walt Macaco me levou pra tocar num ensaio dos Boat Boys que era antes The Boston Boys, porque a turma da andré cavalcanti estava pegando pesado nas drogas, e os ensaio eram mero pretexto para tal, nós saimos e nos juntamos aos irmãos Leones, Roberto e Luis, eles tinham instrumentos e aparelhagem.
O repertótio era Jovem guarda, e Renato e seus blues caps.
Marlo Mellace- É verdade, que você chegou a ir aos dois ensaios num mesmo sabado.
Mateus Ambra- Não. Fui lá na André Cavalcanti 214, pegar meus livros, do Drumond de Andrade e um do Manoel Bandeira, nesse dia o Arthur Senos, me deu de presente o primeiro LP do Caetano Veloso, com dedicatória e td, tenho ele lá em caa é um bolachão, vinil, e na contra capa, uma dedicatória do Arthur, como se fosse um pedido pra ficar na Banda.
Marlo Mellace- e vc não ficou, nem com essa raridade hj, esse vinil.
Mateus Ambra- Não. o ambiente era muito woodstock. Mas esse LP me fêz gostar de escrever. Alias eu e o Arthur, no primeiro ano do ginasial, na ACM, escrevemos um livro, de letras de músicas, lembro de alguns títulos: O quadrado, Zita, ( essa Maria Zita ) namorada do Arthur, ( eu gostava dela tambem ) lembro que num dia desses de matar aula lá no atêrro, eu com os lápis coloridos, caneta hidrocôr, estava fazendo desenhos nas mãos nos braços dos amigos e vice- versa, eu fiz uma rosa no rosto dela, ela adorou ficou com ela até no dia seguinte, quando nos vimos de novo na sala de aula. E eu Arthur e Zita andavamos sempre juntos,mas nunca mais subi a André cavalcanti pra tocar ou fazer quaquer coisa. Lembro que fomos ver o filme dos Beatles submarino amarelo os 3 juntos. Nos separamos porque eu sempre tive um sonho de estudar no Colégio Pedro II. sede centro, no RJ, e adorova o uniforme, Calça azul marinho, camisa branca com escudos e berinbelas e a famosa gravata azul claro.
Marlo Mellace- E lá vc conhece mais maluquetes ainda.
Mateus Ambra- Parece que me perseguem. rs
Marlo Mellace- Nessa época vc deixao cabelo e o bigode crescer, fica com pinta de George Harrison, John lennon e Frank Zappa, eu lembro.
Aquele cabelo tipo gal Costa...rs
Mateus Ambra- Recentemente a Flávia scaneou todas essas fotos minhas de cabelo grande, e bigode e magrinho né...Tenho num CD pra recordar e comprovar...
Marlo Mellace- Conta um pouco sobre a japonesa no Colégio Pedro II.
Mateus Ambra- Ah ! Eu era ruim de esportes, franzino, criei um tipo,
era considerado pelos mais fortes e mais os em evidência atravéz do meu conhecimento musical, e que gostava de escrever e sabia de todas as novidades que vinham de fora, lia Rolling Stones, Revista POP, o jornal Paskin etc. Foi num papo desses sobre o Disco Araça Azul do Caetano Veloso, conheci a Maria Japonesa, da mesma classe, faziamos o Cientifico ( de engenharia ) no Colégio Pedro II, que ela entrou, comentando que ela havia comprado e tinha gostado muito pouco, também pudera um disco todo experimental, muito a frente do tempo. Tentei explicar algumas coisas, e ai toda vez que esbarrava comigo comentava algo do disco, algo que havia descoberto e foi assim que começamos a namorar. Foram dois anos fumando juntos,
sentando juntos, indo a biblioteca juntos enfim, viramos John and Yoko.
Marlo Mellace: E como vc virou comerciante !
Mateus Ambra: Meu Pai tava virando um grande comerciante, já havia aberto duas firmas, uma serralheria e uma vidraçaria, ambas em botafogo, e tava passando de classe remediada para classe A alta, derrepente ele monta mais uma empresa com um antigo amigo e vizinho nosso de Santa Tereza, e monta a Metalurgica Italvigo Ltda, também em Botafogo, e isso era bom pro meu pai, porque me afastava daquele mundo perigoso ( o da arte o da música ), e me colocava no mundo dos negócios, sendo eu primogenito, tinha tudo a ver. Foi num domingo, depois do almôço, meu pai me disse: amanhã você dá uma passadinha lá na firma, foi em 1975, senão me engano agosto, e meio contrariado iniciei minha vida profissional.
Marlo Mellace- Mas dizem que mesmo lá vc sempre deu um jeito de promover Bandas e festivais, dizem até que tinha uns ensaios aos sabados lá na loja !
Mateus Ambra- Não é bem assim. Banda mesmo só a Semana Santa, banda performática com o Clóvis Molinari Jr, es genro do sócio do papai, Sixto Perez Santamaria, e teve um disputa de samba enredo para um Bloco nosso o Barriga de Ramos, participaram meus amigos:
Damata, De mola, Titio, e Walter, me lembro que ganhou o samba do titio. Mas depois de muito tempo sempre tinha um violão lá na firma, e rolava uns showzinhos, eu e o Luis ( um cara que tocava violão era cobrador de uma Clinica Chamada Arnaldo Quintela ) rolava muita cerveja.
Marlo Mellace- Deu pra ganhar dinheiro !
Mateus Ambra- Pula essa parte, mas deu pra ganhar algum sim.
Marlo Mellace- Como eram as sexta-feiras lá na rua Arnaldo Quintela numero 32, do lado da metalúrgica tinha um bar né !
Mateus Ambra- Ah ! Depois das 16 horas começava a chegar carro, e ia estacionando onde desse, e geralmente pinatava uma galera legal.
Foi de em boca em boca, e foi o primeiro baixo leblon que eu vi, porque, as pessoas ficavam bebendo pela rua, perto dos carros, os garçons circulavam a rua servindo, e sempre a cada semana, mais gente vinha. Começou a ser assim: Vamos visistar o Ambra.
Passavam lá na firma para me saudar, e já iam para o bar começar os trabalhos, lá pintava namoros, brigas, intrigas, músicas, tudo em fim.
Marlo Mellace- Foi assim que surgiu o Bloco Barriga de Ramos !
Mateus Ambra- Foi sim, num desses carnavais, que o carnaval de rua tavá apagadissimo, demos a idéia. Mas saiu pouco, concetrava mais para beber cerveja.
Marlo Mellace- Dizem que vc namorou a Nara Leão.
Mateus Ambra- e a Sharon Stone tambem. rs. sacanagem.
O que aconteceu com a Nara é o seguinte: ela nos anos 88, 89, caminhava pela areia da praia de Copacabana, eu num dia desses nubladissimo, trocamos umas palavras no caminho.
e Quando vi, no mesmo horários estavamos lá fazendo o mesmo trajeto. O resto não conto, não interessa, e não tenho como provar.
Marlo Mellace- Como foi que vc conseguiu o De Mola fazer a segunda parte da música dele, pois so tinha: O Cara tava muito doido ta doido tava doido. Só dizia tatatatatatatatatá
Mateus Ambra- Sempre falava pra ele. Ta boa a música. É popular.
mas falta a segunda parte, ta quebrada a letra. Depois de uns 3 anos, me aparece e me diz que fêz a segunda parte da música e cantou toda ela. dizia assim: o cara tava doido, tava doido, só dizia tatatata tatatat atatatata. agora segunda parte: ele foi para a universidade foi para estudar, só que no fim do ano se formou em tatatatatatatatatá. Até hj a gente canta e diz é do De mola, uma obra popular, rica...rs e ele me agradece a insistência para completar a obra.
Marlo Mellace- Maravilha. Eu fiz um samba com ele. ( As mulheres são as colheres são usadas na hora da sopa ) lembra Ambra !
Mateus Ambra- Claro né.
Marlo Mellace- Mas gosto mesmo a música que vcs fizeram; na minha casa tem uma H` general ( aga linha ).
Mateus Ambra- Um Hit mesmo.
Marlo Mellace- E os The Beatles...
Mateus Ambra- Tirando o Ringo Star, eu adoro !
Aqui encerra a primeira parte da entrevista
Erratas
Perdõem o teclado não estava configurado para o ponto de interrogação, ora substituido por exclamação.
Continua.
Hoje, na sala de star, reunimos: o casal George V e Nabila, Agliton Morris, Flavitcha e o Marlo Mellace comandando a entrevista.
Um vinho tinto sêco, alguns salgadinhos, Flávia fotografando e o Ágliton Morris pilontando as pick ups, o som tem muito James Taylor, Creedence Clearwater Revival, Beatles, David Bowie e claro Bob Marley.
Marlo Mellace- Ambra, fala da tua infância.
Mateus Ambra- Sou filho de imigrantes italianos, meus pais são da Calábria, eu nasci aos 28 de Março de 1955, as 10 hrs e 30 minutos de uma segunda-feira. Da maternidade direto para um quartinho onde meus pais viviam, uma casa de cômodos, ( curtiço ), que era do tio Stefano Antoninni, segundo ele mesmo dizia; era filho bastardo de um barão, famiglia Gigliardi, mentira ou não, ningúem ousava desmetir, e foi com ele, que minha mãe me deixava enquanto ia costurar na fábrica, ele aposentado ficava em casa controlando os aluguéis dos quartos do casarão. Ele adorava Óperas, ele tinham aqueles bolachões, 78 rotações, que vinham dentro de uma caixa e tinha até os libretos contando a trama das ópera. E foi assim que au aprendi uma porradas de nomes de Óperas: cavalaria rusticana, A Aída, Il Palhaci, Carmem, Amico Fritz, Madame Batterfly, Barbeiro de Sevilha, imagina eu um garoto que ainda nem tinha entrado pra escola, o velhinho ali me sabatinando os nomes das óperas, era pra eu ser um profundo conhecedor, mas aquel som que vinha da vitrola dele era assustador, aquelas coias gritadas, os agudos e graves me metiam medo isso sim, por isso quando ouvi Bossa Nova assim tão levinha e lindas melodias, cantadas quase faladas, gamei, mas isso foi muito depois.
Marlo Mellace- Contiuna, tá bom abessa.
Flavitcha- Amor, tenta não embolar os assuntos.
Mateus Ambra- Tá gata !
Minha infância, foi bem legal, brincadeiras na rua, com os meninos e meninas. Brincar de polícia e ladrão, de piquê, cantigas de roda etc.
Mas quando meu pai comprou uma TV, na época era cara, e preto e branco as imagens, nossa, foi demais, podia ver Ivanhoé, Guilherme Tell, Os 3 mosqueteiros, National KId, Zorro etc. Ah ! Rim tim tim, Lassie, Falcão Negro...
Marlo Mellace- Caracas, tudo isso eu lembro.
Mateus Ambra- Claro, vc é mais velho do que eu...
Marlo Mellace- É o que você diz.
Mateus Ambra- Voltando ao tema. Na minha infânica, quaria ser escoteiro, tanto que fiz, que uma amiga da minha prima Maria, a Silvana que dava aulas de catecismo, me levou pra fazer uma entrevista com o Chefe dos escoteiros da Igreja NS de Fátima, o Jorgelito. Ele me entrevistou. Mandou eu fazer bububububu,
eu achei aquilo era um código e fiz rapidamente, bubububububu,
ele olhou para a Silvana e disse: ele´não é tímido. Aí vem à saber que eu não era tímido, isso na cabeça dele, rs.
Flávia- Amor, vc não é tímido.
Vc pensa que é.
Marlo Mellace- O Ambra tímido, sei não.
Marlo Mellace- Mas me conta sobre sua Paixão pelo Botafogo.
Mateus Ambra- Pô ! isso vai dar um livro.
Eu deveria ser Tricolor né, filho de imigrantes italianos torcem geralmente pelo Fluminense, lá no Rio.
Mas a minha história é outra. Minha Tia Ada irmã da minha mãe Lina,
casou com um cara que era filho de italianos, mas nascido no Rio, e torica pelo botafogo, por causa das cores da Juventus, time do seu pai na italia, aí quando eu nasci, ele já começou a pôr isso na minha cabeça, já que ele ainda não tinha filho algum pra ficar buzinando isso.
Nos anos 60 o Botafogo, tinha um timaço, NIlton Santos, Garrincha, Didi, Zagallo, Jairzinho, Manga, Roberto Miranda, e antes teve Heleno de Freitas ( A Gilda ), Quarentinha, Amarildo, enfim um time que tinha tradições de mandar jogadores para seleção e o Brasil acabava ganhando títulos mundiais. Eu moleque me encantei com esse Botafogo, o Glorioso, estrela solitária, e minha paixão se deve mesmo ao Garrinncha, pra mim ele traduz o que é Futebol-alegria-paixão.
Mau sabia eu, que iria amargar um tempo negro sem títulos. de 1968 a 1989 sem ganhar nada. Mas minha paixão só aumentava.
George V- E a minha tambem.
Nabila- Eu lembro o Ambra, fechando a loja dele numa tremenda quarta-feira fria, saindo de Botafogo indo ao Maracanã, assistir uma rodada dupla, que começava as 20 horas, por ex: Flamengo x Bonsucesso e as 22 horas Botafogo x São Cristovão, acabava por volta de meia noite, até chegar em casa dava mais de um da mnhã, e tinha que acordar as 6 horas pra voltar pro trabalho, e muitas vezes com a derrota para um time pequeno, só muito amor.
Mateus Ambra- Sim, fiz isso muitas vezes. Jurava não ir mais, e quando via, tava lá de novo. Tinha uma turma que tavá sempre lá.
O Stephan Nercessian, O Régis Cardoso, O Carlos Imperial, O Agnaldo Timóteo, Beth Carvalho, Eu claro né e mais uma infinidade de fanáticos.
Marlo Mellace- Vc sempre teve firma em Botafogo, no bairro, mas o Botafogo nesse periodo te sacaneou né, foi pra Marechal Hermes, e só voltando, para pura ironia, quando vc ja estava acabando as atividades da firma, não é Ambra !
Mateus Ambra- Perfeito foi isso. Venderam meu clube, prá pagar INPS e FGTS, pra Vale do Rio Doce, e depois de vinte e poucos anos , o Botafogo comprou o que era dele, um imóvel tombado, coisas que só acontecem ao velho e bom Botafogo.
Marlo Mellace- Verdade que o Jogador Marinho Chagas, foi inquilino de seu pai por um bom pares de anos num ap de vcs lá na Rua Belfort roxo, copacabana, Lido !
Flávia- Essa posso responder, por ele, foi sim.
Mateus Ambra- Sim o Marinho Bruxa, aquele loiro oxigenado, que hj passa por problemas de alcoolismo.
Ele jogou na seleção brasileira, no Botafogo, no Fluminense, no São Paulo e no Kosmos.
Marlo Mellace- Nós vamos fazer uma pausa, e assim daremos um retocada nos assuntos, porque ainda tem:
Ambra e os Problemas com o alcool e compulsão sexual
Ambra e a fase trabalho e ganhar dinheiro
Ambra e a família
Ambra e projetos
Ambra e os ídolos
Ambra e qualquer coisa
Na sala rola aquele vinho, alguns fumam, outros beliscam os salgadinhos, o som baixinho serve de música ambiente, alguém puxa um assunto, tudo para descontrair, pois ficar falando de uma pessoa só, deve ser um saco, ainda mais se a pessoa em questão, não lhe diz nada.
Marlo Mellace- Ambra eu digo o nome e vc dá umas notas para estas celebridades, personagens e figuras, ok !
Mateus Ambra- Manda bala.
Marlo Mellace- Carlos Drumond de Andrade.
Mateus Ambra- 10
Marlo Mellace- Torquato Neto
Mateus Ambra- 10 esse é dos meus preferidos como letrista.
Marlo Mellace- Adoniran Barbosa
Mateus Ambra- 10 ( acho, que ele fazia um tipo, uma figura )
Marlo Mellace- Noel Rosa
Mateus Ambra- 10 ( Um tipo de rima que me agrada, acho demais )
Marlo Mellace- Chico Buarque de Hollanda
Mateus Ambra- 10 ( além de poeta, ainda faz música boa )
Marlo Mellace- Caetano Veloso
Mateus Ambra- 10 ( sempre atento e sempre inovando )
Marlo Mellace- Sérgio Sampaio
Mateus Ambra- 9 ( a bebida acabou com ele e foi pouco compreendido )
Marlo Mellace- Antônio Marcos
Mateus Ambra- Pô taí um cara que eu não gostava achava brega.
Sempre que tava na TV, dele vinham as noticias ou que havia casado outra vez, ou que tava em coma, por excesso de bebida, minha mãe que vive vendo TV, logo associou o que podia ser meu fim, nessa época, eu tava pegando pesado na bebida e me envolvendo com mulheres de conduta duvidosa. Agradeço ao Antônio Marcos, pois minha família ficou mais atenta em mim, e meu fim poderia ser outro.
Marlo Mellace- Mas esse assunto é outro capitulo, vamos falar depois.
e a nota dele.
Mateus Ambra- 10 ( só pelas músicas Como vai vc e a vc pediu e eu já vou daqui ) já vale 10.
Aqui termina mais uma parte da entrevista.
Continuação da entrevista concedida à Marlo Mellace.
No CD player está rolando Get off my cloud ( Rolling Stones ) .
Marlo Mellace- Ambra, O Paulinho do Roupa Nova, lá pelos anos 70, te roubou a namorada, conta isso pra gente.
Mateus Ambra- Não, nada disso, vcs pesquisaram mas tá errado. Nessa época, 1971 , 1972, por aí, minha vizinha de quando morava lá em Santa Tereza, a Adelaide, estudava no colégio Sousa Aguiar, lá no centro do Rio de Janeiro e o Paulinho da Banda , hoje roupa nova, antes era Famks, estudava lá, e as vezes vinha estudar na casa dela, e foi numa dessas idas e vindas o conheci, ela me apresentou dizendo o Ambra toca violão, e acho que vcs podiam se dar bem, pois o Paulinho canta muito, até inglês. Passado algum tempo dessa data, alguns meses, eu e Adelaide voltavamos de um jogo no Maracanã, um clássico Fluminense X Vasco, Adelaide era Tricolor doente e eu fui só para satisfazê-la, e na volta pra casa encontramos o Paulinho, lá pela Rua Hadock lôbo, e percebi que ele ficou surpreso, daí, não foi ele que me tomou a namorada, e sim eu, vamos consertar os fatos.
Depois disso, acho que vi o Paulinho, já como integrante do Roupa Nova, mas ele começou no Famks, que cantavam músicas de sucesso das rádios, faziam grandes bailes. Expliquei.
Marlo mellace- Grande Ambra !
Agora vamos falar de um fato que pesquisamos, é invenção ou fato real da richa das Bandas Legalettes X Efervecentes.
Mateus Ambra- Tudo invenção do Agliton Morris, ele inventou tudo isso. Ele achou melhor separar uma Banda e fazer duas Bandas, assim, uma delas poderia atingir sucesso. Ele separou eu e o Demola e Luiz batizou de Legalettes, e Juntou George, Marquinho, Walt e Nabila, batizou de Efervecentes, se nomeou empresário, e saiu vendendo shows por Clubes da periferia do Rio, detalhe nos todos eramos uma banda só. Dependendo do Contratante tinha preço pra qualquer evento, e olha conseguiu uma turnê nos clubes: Dom Orione, Minerva, Democaráticos, River, lembra mais de algum aí...
Sei que foi um corre corre, pra arrumar repertório, praticamente ficou sendo Jovem guarda e alguma coisa dos Beatles, e botamos o Demola pra cantar inglês, ele enrrolava como o chacrinha fazia, parecia inglês mesmo...rs, acho que foi em 1974 e 1975...
Marlo Mellace- Bons tempos...
E os instrumentos...
Mateus Ambra- Cara ! Era uma pianola elétrica, uma guitarra gianinni 601, uma Tonante um baixo feito a mão pelo Ricardo Senos e seu primo Arthur, e um amplificador que plugava tudo, ah tinha um pedestal com microfone, uma bateria ( do George ), uma panderola e tinha uma gaita do Walt.
Marlo Mellace- Mudando de assunto. Foi pesquisado que vc namorou uma rainha do antigo bloco de embalo do Rio O Bafo da onça, seria a Adele Fátima.
Mateus Ambra- Não foi não, foi antes da Adele, uma mulata muito bela tambem, ela não foi rainha, foi princesa, porque era assim: tinha
uma Rainha e duas princesas, e foi uma delas a Beth, tinhamos 16 ou 17 anos.
Marlo Mellace- Quais são seus ídolos !
Mateus Ambra- Na música, John Lennon, Chico Buarque, Caetano Jorge Benjor, Nara Leão, Renato Russo.
Gilberto Gil e Roberto Carlos nos anos 60 e 70, meus maiores ídolos.
Marlo Mellace- Pensei que ia dizer só The Beatles.
Mateus Ambra- Sim, mas achei que ia ser óbvios, eles são culpados de tudo que é arte que veio depois deles.
Eu amo os Beatles.
Marlo Mellace- E o LP que você considera que mudou sua vida.
Mateus Ambra- Ah ! São vários: Tropicália, Help, The clash, Nara leão,
Luiz Melodia, Itamar Assmpção, Walter Franco, Mutantes, Fa-tal a todo vapor, Gal Costa, Are you experience, Jimmi Hendrix, Combination of two Janis Joplin etc
Marlo Mellace- Por hora, vamos fazer uma pausa.
E a música que rola: Ela é minha menina ( Mutantes )
a turma se levanta, sai pra fumar, ir ao banheiro, alguém chama o Mateus Ambra,
depois continua numa próxima oportunidade.
Grato a todos, até !
Continuação Entrevista à Marlo Melace
Marlo Melace- De 1975 a 1995 mais ou menos, você foi empresário, teve uma Metalúrgica, a Italvigo, junto com seu pai o sr. Francesco Allegretti, grande empreendedor e o sócio dele o espanhol, muito boa praça o Sixto Perez Santamaria, e me pergunto como aguentou tanto tempo num negócio que nada tinha a ver com você.
Mateus Ambra- Resumindo. Eu cheguei ir numa reunião na SONAFO S.A, com uma mala de guitarra, uma capa, enquanto todos estavam de mala 007, aquela tipo executivo, eu vinha de uma loja onde havia ido trocar os cristais e as tarrachas da minha guitarra fender velhinha uma relíquia, e como era perto da av. venezuela, no centro onde era a reunião lá na SONAFO, fui direto.
Lembro que na reunião disse: pra mim é fácil fazer acordes mas tenho dificuldades em acôrdos.
Nossa foi um silêncio... No dia seguinte o Rosalvo um vendedor de alumínio que vinha sempre à minha loja, disse que adoraram a minha pessoa um garotão tocando de forma moderna os negócios da família.
Marlo Melace- Adorei deixa eu anotar essa frase.
Pra mim é fácil fazer acordes mas tenho dificuldades em acôrdos.
Amei, esse é o Ambra !
Conta a do general em plena ditadura.
Mateus Ambra- Eu tava começando na vida de comerciante.
Me chega um velho barrigudo e careca e ainda mais baixinho muito feio de bermuda, chinelo e uma capamga a tira-colo. Veio acertar o pedido de uma Janela com uma soleira de mármore.
Na hora de tirar o pedido perguntei...o seu nome , por favor.
Ele disse General não sei das quantas...
eu disse: Só o nome primeiro por favor...
O gerente da época, tentou disfarçar falando em voz alta é o general fulano de tal...
eu dizend: mas aqui no talonário primeiro pede o nome depois a profissão.
Piorei a situação, o baixinho se enfesou comigo, queria me dar voz de prisão por desacato, aí o Bira um vendedor da época que tinha ido na casa do general, entrou no meio tentando explicar que eu era o filho do dono e não um funcionário, e que tava começando minha vida profissional, sem experiencia ainda, só sei que acalmaram o general dando-lhe mais um desconto, e eu continuava dizendo: esses impressos aqui, estão todos errados, sem me dar conta...rs
Ainda tentei explicar: quer dizer se sou office boy quando vou preencher um pediddo vou por antes do nome office boy ambrosio mateus allegretti, e você que é vendedor vou preecher antes do teu nome, vendedor Ubiracy Batista, pode parar, o cara é general eu vou por antes do nome General não sei lá das quantas...a profissão vem depois em outro item, né mesmo, todos riam e eu inocentemente fiz isso.
Fomos beber cerveja e no bar não deu outro assunto.
Marlo Melace- O pior que isso é verdade, gente. O Ambra desafiou o general.
Geroge V- Diria que desafiou a ditadura. rs.
Marlo Melace- Você foi quase evangélico né, Batista, escreveu uns livros de ovelhas com sua ex mulher a Heloísa Prado e também andou pinatndo umas telas, fala pra gente sobre isso,
Mateus Ambra- 1999 a 2003, 2004 por aí eu escrevi junto com a Heloísa Prado, quatro livros infanto Juvenis que narravam umas histórias de ovelhas, eles são os seguintes e podem ser encontrados, no site armazem literário, Lolla, A saga da Cida, Duas oevlhas em Nova York, e Uma ovelha parlamentar ou um parlamento de mé...
Esse site é um que tem um bar temático no Shopping Leblon e tinha um em Botafogo, lá devem procurar por autores novos: Mateus Allegretti ou Heloisa Prado.
Com certeza podem até comprar.
Quanto eu ter sido Evangelico Batista, eu posso dizer que frequentei a igreja por um tempode 4 anos, aos domingos, acompanhando minha mulher, gostava dos louvores, e qualquer fé não faz mal à ninguém.
Eu sou uma pessoa que acredita em Deus, Jesus Cristo e minha fé faz que eu deposite aos santos meus pedidos quando Jesus estiver muito ocupado.
Nunca fui convertido.
Marlo Melace- E você fêz música pra cada livro infantil, ouvi dizer.
Mateus Ambra- Sim. Cada livro tem um tema e foi em parceria com Heloísa Prado.
Marlo Melace- E a pintura, como foi que surgiu.
Mateus Ambra- A Heloísa pintava muito bem. Eu ficava vendo, um dia me empolguei, pus a mão na massa, fiz alguns borrões. E olha até expomos na Arte Visão na Rua Barata Ribeiro, uma loja de móveis.
Marlo Melace- A música Bilhetinho é só sua ou o Arthur Senos tem participação na letra.
Mateus Ambra- Eu Fiz a música a partir da história de amor do Arthur e a Maria Zita, e tem muita coisa que o Arthur dizia, eu dei parceria sim. É nossa.
Marlo Melace- O De Mola fêz alguma coisa na música: fui me apaixonar pela pessoa errada, me parece que não.
Mateus Ambra- o nome é Pessoa Errada, e o De Mola, fêz sim, eu arrumei a letra, e fizemos juntos no Botequim lá em copa.
Marlo Melace- Conta da fase de bossa nova nos anos 80 que te bateu.
Mateus Ambra- Lá em casa vinha sempre o Marco Antônio Escarlate Fernandes e a Rejane, ambos amigos dos meus irmãos Paulo Roberto e Marcelo. Eles tocavam só bossa nova, eu aprendi com eles os acordes dissonates, que pouco sabia, olha foi um aprendizado. Fizemos um trio e tocavamos sempre aos sabados a tarde lá em casa. Eu fiz uma
bossa, depois outra e as vzs lembro e até toco, mau mas toco.
Tô cansado de ficar falando.
Marlo Melace- Ainda falta "meu"...
Marlo Melace- Diz aí uns filmes que tu gostou.
Mateus Ambra- Crepúsculo dos Deuses, Um certo capitão não sei o quê, é de guerra preto e branco, Os 4 picaretas, Gold finger 007,
A Grande Escapada, Vertigo, Janela indiscreta, Ladrões de Bicicleta,
Mariaches, versão cult, Veludo Azul, Laranja Mecânica, Os últimos dias de Pompéia, O mundo maravilhoso de Suzie Wong, O diario de Anne Frank, Destino do Poseidon, Um homem Uma Mulher, Calígula,
A morte pede carona, Encurralado, Onze homens e um segredo, Woodstock, Help, Instinto selvagem, Nove rainhas, ah tem tantos, depois continuo...
Marlo Melace- Cite mulheres que você admira.
Mateus Ambra- Minha mãe, rs, Flávia etc
Vou falar sério: Nara Leão, Sheron Stone, Carla Vilhena, Ana Falc, Patty Smith, Luiza Brunet, Dina Sfat, e tem a Pat tem a Carmen a Emy, Nabila, cada uma numa situação.
Marlo Melace- Vou deixando você beber uma cervejinha comigo e voltamos depois.
Vamos Beber uma cerveja POLAR
aqui em Porto Alegre só bebo POLAR,
mas a Skol é bem vinda assim como a Brahma Extra.
Querendo ver fotos ou saber mais coisas:
Orkut Mateus Ambra, Allegretti
My Space Ambrosio Mateus Allegretti
Sonico: Ambrosio Mateus Allegretti
Facebook Ambrosio Mateus Allegretti
Beijos
Viva e deixe viver !
No meu caminho deixo as pegadas, mesmo que invisíveis.
Asssim será mais fácil encontrar o caminho que tive descobrir.
Se me seguir não te dou a certeza.
Mas encontraras o gozo.
Não verás com clareza.
Mas será sempre novo.
I say
i want
i need
i love you my life
Ciao
Buona Fortuna
in buca a lupo
beijo.
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