Equoterapia é utilizada na reabilitação de deficientes físicos

A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar e exige do praticante a participação do corpo inteiro. Assim, a atividade contribui para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilibro.

Na APAE de Uberaba a atividade vem sendo desenvolvida há três anos. Segundo o Coordenador Clínico da APAE, Dr. Alex Abadio Ferreira, a Associação atende cerca de 150 praticantes semanalmente na Equoterapia. “A Equoterapia é um trabalho que segue paralelo à fisioterapia, fonoaudiologia e outras atividades, podendo ser aplicada a partir dos dois anos de idade e mediante autorização dos pais”. – diz Abadio.

Com periodicidade semanal e com quatro cavalos - Arco, Raio, Son e Criolo – a Associação vem levando aos alunos um método eficiente e prazeroso de reabilitação. A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final, desenvolve além de melhoras físicas, novas formas de socialização, autoconfiança e auto-estima.

De acordo com a fisioterapeuta Ana Paula Espíndola, o praticante quando monta no cavalo executa, mesmo que involuntariamente, movimentos tridimensionais horizontais (direita, esquerda, frente e trás) e verticais (para cima e para baixo). Esses movimentos atuam diretamente sobre o sistema nervoso central, garantindo ao portador de necessidade uma capacidade motora que não possuía e, assim, a retribuição, pelo menos em parte, das funções atrofiadas pelo comportamento físico. Espíndola ressalta que o cavalo torna a terapia interessante e motivadora.

A equoterapia é indicada no tratamento dos mais diversos tipos de comprometimentos motores, mentais, sociais e emocionais. A atividade tem trazido bons resultados e para Edney Paulino da Silva Lúcio, 10, não é diferente. Ele possui um atraso neuro psicomotor e pratica equoterapia há quase dois anos. As mudanças para o garoto são visíveis e ele frisa que gosta muito da “aula” e que todos os ensinamentos da “tia” estão na ponta da língua. Como um jóquei iniciante Paulino monta no cavalo e não se intimida mostrando que aprendeu a lição direitinho.

Já o técnico agrícola da APAE, Wesley Alves Faria, afirma que mesmo quem não tem um contato direto com o animal percebe a evolução. Os alunos não-praticantes podem ajudar no desenvolvimento da equoterapia através de trabalhos de guia e de cuidado com os animais. “O tratamento aqui funciona em mão dupla, aprende quem faz e, ganha quem ensina” – afirmou Alves.