NA CONVERSA COM O POETA DESTA SEMANA O POEMA FLOR-DE-LIS

O poema publicado neste recanto, segue o endereço http://www.recantodasletras.com.br/poesias/1431933

ENTREVISTADOR: A verdadeira origem do nome, que dar titulo a obra, apresente controvérsias, na França foi usado como símbolo por vários monarcas que em alguns momentos o atribuíram o significado de poder, soberania e pureza do corpo e alma, em outros, fé, sabedoria e valor. Atualmente é entre outros, também, símbolo do curso de letras do qual você e graduando. Por que o titulo Flor-de-lis?

O POETA: Esta claro que a obra é dedicada a uma mulher, creio que quanto a isto não tenha existido dúvida, a flor-de-lis como você mesmo diz, representa sabedoria, poder e principalmente pureza, a pureza das intenções, dos olhares trocados, da ação de ofertar uma flor. Quando assim a nomeei tinha a intenção que o poema representasse uma flor, seria como se pessoalmente tivesse entregando uma flor à mulher.

ENTREVISTADOR: “Dizer em palavras o que não é expressável num olhar” versos da segunda estrofe do poema.

O POETA: Afirmam por ai que os olhos dizem mais que as palavras, porém numa linguagem totalmente subjetiva, não estou dizendo que a poesia não seja subjetiva, mas a linguagem do olhar e infinitamente mais. Um sorriso, por exemplo, pode expressar diversas emoções: alegria, contentamento ou até mesmo um simples gesto de comprimento. Ninguém tem a plena convicção do que tentou dizer um olhar, apenas formulamos conjecturas. Dizer em palavras o que não é expressável num olhar é reafirmar, agora em palavras, o que foi dito por um olhar. “Um dia ontem”, foi quando os olhos afirmaram algo, “um dia antes”, a concretização da certeza de que algo era afirmado, reafirmação. Ontem e o antes, tudo é passado, tempo passado fato ocorrido. Hoje tudo é aceito, a mensagem não foi completamente codificada, porque o eu poético não foi correspondido e agora prefere utilizar a linguagem das palavras.

ENTREVISTADOR: “Sentir outra vez o abraço que um dia experimentou” quarta estrofe. Nesta passagem a evidencia de um contado do eu poético com a mulher, contradizendo o que ficou claro num verso da terceira estrofe “a mão que acaricia o rosto suave de feições meigas... será a mesma... acariciará o corpo desnudo”. Acaricia no presente, representa o rosto do eu poético enquanto que acariciará tempo futuro represente o corpo da mulher, é pelo menos uma inferência que poderemos fazer. Por que a contradição?

O POETA: Não vejo contradição nisso, a passagem diz apenas ter havido um contato físico em algum momento, não garante duração ou permanência desse contato.

ENTREVISTADOR: Podemos inferir então que tudo começou nesse contato?

O POETA: Não propriamente, significa apenas ter havido um contato.

ENTREVISTADOR: “Ouvir a voz emudecida de um olhar completamente imperfeito” sexta estrofe. Por que olhar completamente imperfeito?

O POETA: Imperfeito por não ser capaz de transmitir convicção e certeza, a intenção do eu poético é dizer em palavras tudo que os olhos afirmaram em gestos e não foram compreendidos.

ENTREVISTADOR: Algumas palavras a nossos leitores.

O POETA: Para entender um poema você deve fazer diversas leitura e procurar no texto os elementos que interligam as idéias e o mais é só deleitar-se, um grande abraço e obrigado pelas visitas, leituras e comentários.

N Moura
Enviado por N Moura em 23/03/2009
Código do texto: T1501474
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