AO DORIAN FILHO DO JORNAL ECO DA TRADIÇÃO
Nadir Silveira Dias em entrevista CONCEDIDA AO REPÓRTER DORIAN FILHO para o Jornal Eco da Tradição – Informativo Oficial do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG – Ano III - / 40 – Dezembro de 2004:
Capa: Entrevista Nadir Silveira Dias – Pág. 14.
Pág. 14: Novo Presidente da Sociedade Partenon Literário promete chegar aos 138 sócios:
Nadir Silveira Dias só começou a escrever de maneira sistemática a partir de 1997. Apesar de já ser um experiente advogado, ainda é relativamente novo no ramo da poesia e da prosa. No entanto, já recebeu prêmios em festivais nacionais e internacionais. Sua denodada atividade na Sociedade Partenon Literário – Século XXI - o levou ao cargo máximo de sua agremiação. O novo Presidente promete atingir, ainda na sua gestão, a marca histórica de 138 sócios, mesmo número que tinha o Parthenon antes do seu encerramento.
ECO – Quando começou a escrever?
Meu primeiro poema foi na época da escola, mas não me lembro mais qual tenha sido. Sistematicamente foi com o lançamento do primeiro livro individual, Rastros do Sentir, e com os concursos de Mario Quintana, em Porto Alegre, e um outro lançado em São Luiz Gonzaga, para o quais enviei poemas que escrevia e repassava aos amigos ou simplesmente guardava.
ECO – Quais os planos para a sua gestão?
O principal objetivo é construir uma sede, nem que seja provisória. Nosso projeto maior é construir uma sede nos moldes da idéia de projeto deixada pelos primeiros fundadores do Século XIX, em 1868. Para isso estamos pedindo ajuda ao Poder Público. Porém, sabemos que com o Estado sempre é difícil alcançar ajuda para a Cultura. E o setor privado, através das leis de incentivo, quer a obra já integralmente orçada, acesso que se torna praticamente impossível para quem não tem nada, sequer o terreno onde possa tentar conseguir a realização do projeto. Por isso, objetivamos conseguir um arquiteto ou engenheiro que projete a obra, ainda que em plano ideal, como é o caso de quem ainda não tem o terreno para a edificação. O que não entendemos é como o Estado do Rio Grande do Sul dá tão pouca atenção à nossa demanda. E isso porque, conquanto seja óbvio que o benefício direto seja para os 113 associados (138), é inegável que a Cultura do Estado e do País em muito se beneficiariam com esse impar, esplêndido e espetacular Centro Histórico-Lítero-Cultural para Porto Alegre e um avançado e grandioso Centro de Convenções e Congressos para o Rio Grande Brasil do Sul.
ECO - Como substituir Serafim de Lima Filho, ex-presidente que ocupou o cargo por sete anos?
É uma grande responsabilidade. Serafim nos deixa 113 sócios, quase a nossa meta que é a de alcançar 138 participantes que a sociedade tinha quando de sua extinção em 1899. A outra é de manter a média de ao menos uma publicação por ano. Todas (à exceção de uma) pagas com os recursos das mensalidades dos sócios, publicação que se consubstancia num resgate desta sociedade histórica para a nossa cultura com especial foco na literatura e que eu tenho a honra de poder dar continuidade, juntamente com os nossos sócios-parceiros. De qualquer forma, o Serafim continua nos auxiliando. Faz parte desta atual gestão e deve integrar o Colégio de Ex-Presidentes e Ex-Vice-Presidentes, criado por minha iniciativa e aprovado pela última assembléia que elegeu esta gestão.
ECO – Qual a importância do Partenon Literário na cultura do Estado?
É fundamental. Não só para o Estado do Rio Grande do Sul como para o País, pois foi a primeira sociedade literária organizada do Brasil – fundada em 1868. No passado reuniu grandes vultos da nossa literatura, como Caldre e Fião, Apolinário Porto Alegre, Apeles Porto Alegre, Aquiles Porto Alegre, Múcio Teixeira, dentre tantos outros nomes de peso da época. Hoje congrega nomes como Zeno Cardoso Nunes, Rui Cardoso Nunes, Hugo Ramírez, e Darcy da Paixão, entre outros ilustres literatos de relevo em nosso cenário histórico e literário.
ECO – Qual a característica de Serafim que pretende seguir?
O ex-Presidente Serafim possui uma característica muito apreciável que é a de quase sempre conseguir harmonizar as divergências. Nas reuniões, ele sempre conciliava os conflitos. Eu não sei se tenho ou terei essa qualidade. Espero ter. Mas como aqui todos queremos a mesma coisa, não é difícil crer que possa conciliar todos os interesses.
Escritor e Jurista – nadirsdias@yahoo.com.br