CONCEDIDA À NINAH FARAÓ PARA ALPAS XXI
Nadir Silveira Dias em entrevista CONCEDIDA À NINAH FARAÓ, Buenos Aires – Argentina, para a Associação Artística e Literária “A Palavra do Século XXI - ALPAS XXI, em 20.02.2003:
http://www.alpas.hpg.ig.com.br/entrevistanadir.htm
Entrevista concedida a Ninah Faraó:
1. Diante do atual contexto político-social, quais são tuas expectativas para a literatura brasileira?
O Brasil nunca mais será o mesmo depois das eleições de 2002. Nesse contexto político-social e pelos desdobramentos daí advindos, posso intuir uma fase intensa de melhorias em todos os níveis. E assim acredito pela simples razão de que os ânimos se encaminham ao consenso, se direcionam para a convergência. E produção exige isso, consonância e convergência de idéias, de ânimos, de interesse, de esforços, de vontade forte de crescer, de desenvolver. E a literatura brasileira, enquanto ente, enquanto cátedra autônoma e autêntica, tem pela frente um enorme fervilhar de efeitos, cadinho-cadinho-caldeirão, como nunca antes experimentado neste país, nem mesmo por ocasião da fundação da nova capital, no planalto central, proeza por si só de enorme envergadura, e de imensa repercussão na vida dos brasileiros, por múltiplas razões. Por isso, não resta dúvida de que a literatura dos povos, e não menos a literatura brasileira, registrará em prosa e em verso esse renascer do nosso país, através da conjugação de todos os esforços nacionais. E penso que sabemos muito bem quem é o responsável por tudo isso. É o povo brasileiro e o seu mais que fiel e digno representante, o atual magistrado maior da Nação, cuja Luz, almejo, nunca lhe falte, sempre lhe seja perene!
2. Qual a tua opinião sobre o relacionamento entre autor e leitor via Internet?
Eu não sei se interagem autor e leitor da Internet. Não sei se existe esse relacionamento, ao menos, na proporção desejável, mediante troca de e-mails ou mesmo pelo tradicional telefone. De qualquer forma, sou de todo favorável a isso porque é mais um meio de plasmar a comunicação de retorno tão indispensável para aquele que escreve alguma coisa para ser lida por alguém. E creio assim tão importante na razão direta em que não existe nada pior para o escritor (ou para qualquer um que faça algo, que faça qualquer coisa) do que ficar sem saber o resultado do seu fazer, o resultado do seu trabalho, da sua prosa, da sua poesia.
3. Na tua opinião o processo de globalização interfere na produção literária? De que modo?
A globalização interfere sim, e muito, na produção literária. O modo, a forma, o meio, é o mesmo de sempre, de todos os tempos, de todas as épocas, de todas as eras. Ao abrirem-se as comportas do conhecimento, da comunicação, do inter-relacionamento, os interessados (agora já internautas) avançam segundo os próprios ímpetos do seu desejo de saber, de aprender e de apreender conhecimento e sabedoria. Assim avançando, conhecem mais, produzem mais e melhor, e não apenas em tese, porque certamente depois da tese vem a antítese que redunda na síntese, simbiose mágica do saber.
4. Quais os personagens da literatura que mais te marcaram? Indique a obra e o autor onde encontraste este personagem.
Inicialmente, o Jeca Tatu, personagem do Monteiro Lobato (José Bento Monteiro Lobato, Taubaté, 1882 - São Paulo, 1948), em Urupês, livro de contos, de 1918. Depois, Don Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança (O Engenhoso Fidalgo Don Quixote de la Mancha), de Cervantes (Miguel de Cervantes de Saavedra, Alcalá de Henares, 1547 - Madri, 1616). E porque em ambos o comum é o combate. O bom combate. À ignorância, no primeiro, para a adequada preservação da saúde, e pelo idealismo da convicção, no segundo caso.
5. Quais teus autores prediletos?
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e Antônio Houaiss.
6. Se tivesses o poder de transformar o mundo, quais seriam tuas primeiras atitudes?
Minhas primeiras ações seriam no sentido de identificar e levantar as atitudes dos homens que estão na contramarcha do mundo com o único e exclusivo objetivo de fazê-los consonantes com a natureza, requisito a partir do qual nenhum ser vivo passa ou passará por qualquer tipo de privação.
7. O que gostarias que o público soubesse sobre ti e sobre tua obra?
A pergunta remete para o exato ponto nodal do trabalho de todo autor. Na verdade, a única coisa que o autor quer ao publicar um texto-obra, é ser lido. Ao ser lido pelo público, este saberá do autor e da sua obra. Assim, se existe algo que possa ser dito, no sentido de bem responder a pergunta, importante afirmar que este entrevistado pensa que não existe autor sem público, ao menos na sua acepção plena, e a obra é apenas a obra. Que precisa, carece, por si mesma, ser sorvida exatamente por aquele para quem é dirigida: o grande, o imenso, o incógnito, público leitor!
8. Qual a tua opinião sobre o trabalho da ALPAS XXI na divulgação de novos autores?
A ALPAS XXI luta com imensas dificuldades perante a crescente escassez de recursos e os constantes aumentos de custos. Apesar disso, com as disponibilidades que ainda consegue amealhar, muito bem divulga os autores novos na mídia impressa, ora na sua sétima coletânea, assim como textos curtos na mídia digital aberta. É um trabalho muito, muito bom e proveitoso tanto para o movimento literário alternativo quanto para o associativismo cultural, em franca expansão.
Respostas breves:
1. Preferes escrever prosa ou poesia?
Prefiro a ambas porque uma é o contraponto da outra.
2. Se pudesses escolher, onde terias nascido?
Num mundo mais justo, onde fracos e fortes tivessem iguais e idênticos acessos básicos.
3. Quais são as temáticas que mais desenvolves em tua obra?
O amor, a beleza e as injustiças.
4. Qual teu lazer predileto?
Mais que todos, escutar música, uma vez que não a sei executar.
5. Qual o teu objetivo mais urgente?
Publicar três livros já escritos.
6. Qual o animal com o qual mais te identificas?
Com todos os que voam e cantam. E com a águia, em especial.
7. Quem personifica a inspiração da poeticidade em tuas obras?
A beleza ou o seu avesso, a feiúra da injustiça, pessoal e social.
8. O que mais gostas e o que mais odeias?
Gosto de amar e ser amado. Detesto não ser correspondido.
Uma frase: Eu amo você!
Uma crítica: Ao cinismo, pessoal, social e político.
Um elogio: Você é linda!
Um olhar: Vejo o mundo em você. Faça-o feliz!
Uma esperança: O sol nasce e renova o mundo todos os dias.
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A entrevista foi publicada no saite da Associação Artística e Literária “A Palavra do Século XXI - ALPAS XXI, Cruz Alta, RS, Brasil, em 20.02.2003:
http://www.alpas.hpg.ig.com.br/entrevistanadir.htm
Escritor e Jurista – nadirsdias@yahoo.com.br