Quem sou eu:
- Sou nascida no Estado de Minas Gerais, registrada com o nome de minha avó  – MARIA EMILIA PEREIRA – (quando comecei a colocar meus textos na Internet, adotei o pseudônimo de MILLA PEREIRA, por ser o meu apelido, desde a adolescência – Milla). Vivi até os 20 anos naquela pequena cidade de Campina Verde, no extremo leste do Estado e, desde muito jovem, sonhava em vir para a cidade grande.
- Formada em Psicologia, pela Universidade São Marcos – São Paulo/SP. Fui trabalhadora em muitas áreas, até chegar aqui e realizar um antigo projeto de vida – o hobby de escrever. 
 
Como surgiu em mim, a Literatura:
A poesia surgiu muito precocemente em minha vida, aos 10 anos de idade, quando o Governo do Estado de Minas Gerais, instituiu o “Dia da Ave”, instituindo um concurso, aos estudantes de Primeira Série, das Escolas Públicas daquele Estado. Fui inscrita por minha Professora de Língua Portuguesa, escrevi uma poesia “As aves” e venci o concurso.
 
Quando, adolescente, fui trabalhar no Posto de saúde da cidade, nas horas vagas, assaltava a Biblioteca Pública e lia tudo, principalmente Castro Alves, o meu ídolo maior! Assim, pegava lápis e papel e já desenhava as primeiras linhas de um Soneto. Li, em um único dia, “A vida de Oscar Wilde” – que muito me impressionou, na época ( eu tinha apenas 14 anos). Lia Drummond, Gonçalves Dias e tantos outros, que fui tomando gosto por escrever.
 
Um dom:
- Escrever é um dom, não tenho nenhuma dúvida. Não se ensina ninguém a fazê-lo, mas essa tendência é, certamente, aprimorada, com o passar do tempo, com estudos e pesquisas. Aprendemos a cada dia. O hábito de escrever torna-se uma necessidade, à medida em que essa prática nos faz bem e nos sentimos vazios, quando não o fazemos. Não passo um dia sequer sem que eu escreva algo. Ando com meu bloquinho de notas à tiracolo, onde quer que eu vá. Escrevo em qualquer local – mesmo caminhando.
 
 Sem arte, não há sentido:
-  Considero que seja Arte, tudo o que demonstra beleza. Tudo o que não foge aos olhos do bom observador e lhe dá uma visão geral da vida, da natureza e do amor! Arte é Vida! Sem ela, não há sentido!
 
O compromisso de escrever:
Há Autores e Autores, isso é muito pessoal e cada um tem uma linha e um lema. O meu, é retratar, em minha Obra, um pouco de tudo: minha vivência pessoal, bordada em fantasia, e a vida, em geral, que observo e tomo conhecimento, através de relatos ou de meu interesse em observar e tentar chegar ao âmago das coisas e não apenas presenciar os fatos, superficialmente. Nem tudo o que escrevo faz referência a minha pessoa, a minha verdade. Gosto de escrever sobre o cotidiano, sobre amores em geral, com a visão poética que tenho. A observação dos fatos do cotidiano ajuda o Escritor a desenvolver seus temas. O Autor, não deve estar comprometido apenas com a arte de escrever, ou, pior, só visando lucros. Escritor é um formador de opiniões e pode – e deve – estar comprometido com a realidade, não só com a arte. As poesias de cunho social são um bom exemplo disso.
 
Autores que me impressionam:
- Eu leio um pouco de tudo e gosto de tudo um pouco. É como música, independente do estilo, tem que ser boa. Assim é o Livro. Tem que ser bem escrito, linguagem clara – não rebuscada. Existem alguns que me impressionaram muito e que reli, mais de uma vez. Como “Tia Julia e o Escrevinhador – de Mario Vargas Llosa. Três alqueires e uma Vaca , De Gustavo Corção, escritos na década de 50 que, logo depois escreveu “Lições do Abismo, – Escritor que muito me impressionou, por seu estili ensaísta, e tantos outros,. Atualmente, li – e reli – “Mulheres de Aço e de Flores”.  O Autor – Fábio de Melo - é Padre, Mineiro, da cidade de Formiga. O Livro é em capítulos, em forma de Crônicas, cada uma contando a história de mulheres em diferentes situações e  estilos de vida das pequenas cidades. Uma ótima leitura.
 
A CBJE:

- Conheci a CBJE, ao acaso, pela Internet e participei de algumas de suas Antologias, antes de publicar o meu livro “DE POEMAS E SONETOS” ao qual, todos os que o tiveram em mãos – Escritores, inclusive – elogiaram a sua boa apresentação, o trabalho de esmero da Editora.  Não tenho a menor dúvida de que a CBJE teve – e tem – um papel fundamental em meu crescimento como Autora. Através de suas Antologias e, agora, com a edição desse Livro, tornei-me mais conhecida, como Escritora, Poetisa e como pessoa. O seu compromisso de ajudar novos Autores a publicarem suas Obras, mesmo sem maiores condições financeiras para tanto, é louvável.
Agradeço a cada dia aos idealizadores e às pessoas que lá trabalham.
 
Aos novos Autores:
Sempre digo aos que estão começando que nunca deixem de estudar, que procurem se aprimorar, leiam bons Autores, estudem a Gramática, pois não é raro lermos bons textos por aí, com graves erros gramaticais, de concordância verbal, inclusive. E, como eu disse no início, o Escritor é um formador de opiniões e deve ter muito cuidado com o que passa aos seus leitores. E, principalmente, cultivem a humildade de não se acharem os melhores, onde quer que escrevam, respeitando os seus colegas de letras. A humildade abre mais portas do que se possa imaginar. Deixe que os outros os elogiem, mas não faça isso. Além de soar extremamente antipático, caracteriza falta de ética.
 
Deixo, para terminar essa grata Entrevista – a que agradeço aos Diretores da CBJE, o gentil convite – um de meus últimos textos escritos - um pouco auto-biográfico:


 
O TEMPO PASSA!
 
O tempo passa...
Ao revés de nossa vontade
Contrapondo-se aos nossos sonhos
Caminhando contra o vento
Combatendo as tempestades.
O que ontem tinha o doce sabor do mel
Hoje, em nossa boca, amarga como fel!
 
O tempo passa...
Segue por trilhas estranhas
Ao inverso de nossos planos.
Passa por nossos acertos,
Por nossos erros e enganos!
 
Quisera eu...
Segurar o tempo em minhas mãos
Qual se me fora possível
Como um deus, ou um mágico!
Que ele se estagnasse em mim
Em bons momentos vividos

Em sentimentos repetidos
E aí, encontrasse o meu fim!
 
Enquanto o tempo passa
Posso ouvir meu coração
Cantar essa doce canção
- El tiempo pasa... –
Sem que eu pudesse conhecer
O lado obscuro de minha existência
Que não encontrei, na ausência
De todo o meu ser!
 
O tempo passa...
Arrastando-se, lentamente
Quando tenho pressa de chegar
E corre, frio e implacável
Porquanto necessito pensar.
Contudo, o tempo urge,
Sem que eu possa detê-lo,
Sem piedade, inexorável
Quando eu preciso tê-lo!
 
O tempo passa...
E eu colherei os frutos de meu plantio
No sol, na chuva, no frio!
Passa o tempo...passam os amores.
As emoções permanecem
A saudade se eterniza
Provocando, em mim,
Todas as dores!
 
O tempo passa...
Tenho que correr
Se quiser alcançá-lo.
Não posso ficar aqui, sentar-me...
Para esperá-lo.

Entrevista publicada no Site da Editora CBJE –
na íntegra:
(http://www.camarabrasileira.com/entrevista302.htm)
 
Agradeço aos senhores Editores e à Direção da CBJE
o honroso convite para esta Entrevista.
- Milla Pereira -