Doenças cardiovasculares estão associadas à obesidade, afirma cardiologista

População obesa cresce, e relatório da OMS faz previsões preocupantes sobre doenças cardíacas

Jornal O PIONEIRO, Linhares, E.S., 10/07/2008

Por Franklin Cirino - franklin@jornalopioneiro.com.br

A obesidade tem sido tratada como um problema grave da sociedade contemporânea. Já se foi o tempo em que sobrepeso era considerado indício de saúde. Hoje, ao contrário, pesquisas científicas apontam o excesso de peso como responsável pela origem e desdobramentos de várias moléstias, entre elas, as doenças cardiovasculares, que são a terceira causa de mortes no Brasil. Como saber, porém, quando nos enquadramos na faixa de risco? A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu uma medida padrão para que as pessoas se auto-averigúem: se a circunferência da cintura medir mais de 80 cm, deve-se rever a própria dieta. Se a circunferência passar de 88 cm, é hora de procurar um cardiologista. “O acúmulo de gordura na cintura e dentro da barriga (visceral) aumenta o risco de doenças cardiovasculares como infarto ou derrame”, endossa o Dr. Dielson Storch de Almeida, especialista em cardiologia.

As causas que levam à obesidade são muitas. Um informativo da Weight Control Information Network explica que elas podem variar de pessoa para pessoa. Segundo a Organização, fatores genéticos, ambientais e psicológicos, entre outros, podem causar a obesidade. Problemas como hipotireoidismo e depressão também podem originá-la.

De acordo com a OMS, medidas emergenciais devem ser tomadas. Caso contrário, 50% da população mundial será obesa. Para o Brasil, a Organização Mundial de Saúde faz uma previsão alarmante: até 2040 o índice de doenças coronárias deve crescer 250%.

Para não recorrer a meios drásticos de vencer a obesidade, como lipoaspiração e cirurgias de redução estomacal, por exemplo, melhor é prevenir a doença. O equilíbrio da dieta e a prática sistemática de esportes, segundo o Hospital Albert Einstein e o Programa Nacional de Educação do Colesterol – EUA, são as principais formas de prevenção, mesmo que disfunções ou a hereditariedade sejam as causas. O Dr. Dielson Storch recomenda também a “Dieta do Mediterrâneo” como forma de prevenção. Essa dieta consiste em consumir alimentos e produtos corriqueiros às regiões européia e asiática (azeite de oliva, frutos, cereais, folhas, peixes, aves e vinho), tudo com moderação. Estudos realizados na Europa e nos EUA revelaram que a alta expectativa de vida dos europeus e asiáticos se deve à dieta daquelas regiões.

Recomendações Médicas

Dielson Storch de Almeida nos forneceu uma tabela com recomendações que evitam o desenvolvimento da síndrome:

Diminuir a ingestão de açúcares simples;

Evitar o excesso de sal e reduzir o consumo de frituras e de gorduras saturadas e trans;

Ingerir um cardápio composto por 25% de proteínas, 60% de carboidratos e 20/25% de gorduras;

Apostar na atividade física, após uma avaliação médica;

Ir ao médico periodicamente e se submeter a diversos exames laboratoriais;

Seguir uma alimentação balanceada, que traga prazer e satisfação, mas que seja controlada;

Evitar modismos e nunca tomar medicamentos sem prescrição médica;

Comer mais frutas, verduras e alimentos ricos em nutrientes, com efeito, antioxidante (como tomate, abóbora, cenoura, mamão ou espinafre) e com redutor de colesterol (soja ou peixes, estes de águas frias e profundas, por conterem elevados conteúdos de Ômega 3, gordura que ajuda na proteção da circulação e contra o câncer).