EMENDA MARIDO - Pergunte ao Doutor! - 5
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Fui a uma recepção recentemente em Campinas e, conversando com uma pessoa a quem fui apresentado, percebi que a cada afirmativa dele, um emérito empresário, a esposa reforçava tudo que ele dizia, com expressões do tipo: “O fulano é muito experiente”, ”O fulano é muito perspicaz, ele enxerga longe”, “Desconheço alguém tão honesto como o fulano”, “É impossível, para o fulano, ser enganado”. A conversa me constrangeu tanto, que desculpei-me e saí de fininho. Perguntei ao amigo comum que nos apresentara: “Dona fulana é por acaso deficiente mental?” A resposta me surpreendeu: “Pelo contrário, é uma excelente executiva, já tendo dirigido com sucesso muitas empresas”. Até agora duvido do que ouvi, apesar da seriedade do meu amigo. Por que isto acontece com certas mulheres? É exigência do homem? Se for, estamos muito mal. P.H.
Já vi isto acontecer muitas vezes, caro leitor. Certas mulheres exibem uma submissão e fazem tanto o papel de claque do esposo, que acabam causando desconforto nos ouvintes. A atriz Consuelo Leandro fazia uma personagem assim, a “mulher do meu marido Oscar”. Normalmente este papel é feito pelas submissas, inferiorizadas em profissão quanto ao esposo. Raramente ocorre nas mais intelectualizadas.
As causas remontam à formação das pessoas, e quero aqui dizer, que certos homens também fazem este papel, demonstrando incessantemente os dotes da cara metade, como a reforçar: “vejam como sou bom, a ponto de escolher uma mulher portentosa. Com relação às mulheres, Freud já dizia, que muitas crescem com o complexo de castração, isto é, sentem-se inferiorizadas desde pequenas, por não serem completas, com um pênis e se colocam em posição de desvantagem diante do homem, valorizando, quando adultas, os filhos em detrimento às filhas, exaltando o esposo, anulandose para viver apenas dos feitos deles. Verdadeiras claquetes, como você observou.
Muitos homens passam a desprezar as esposas com este comportamento, outros não, precisam dos elogios. Estas atitudes são desagradáveis, pois o auto elogio (entenda-se aqui o elogio a si e aos seus) demonstra um reforço típico dos inseguros.
A psiquiatria valoriza esse sintoma, para reforçar o diagnóstico de insegurança.
Os redatores do antigo testamento, em inúmeras situações, criaram normas de condutas para as mulheres, colocando-as em conflito com certas atitudes, exatamente para não se superporem aos homens. Era-lhes vedado vestirem como os homens, cortarem o cabelo e viam se obrigadas a terem o esposo como senhor absoluto. Talvez este comportamento por você observado seja um remanescente desses costumes.
Não sei como estão hoje os costumes no Japão, mas lá a submissão, pelo menos aparente, era tão grande, que a mulher andava pelas ruas, alguns passos atrás do marido. Os mais abastados, para mostrar status, tinham que tirar férias conjugais em companhia de uma jovem e era a esposa quem escolhia a companheira. Muitas escolhiam moças de comportamento insuportável pelo esposo. Depois de dois ou três dias de férias, muitos esposos deixavam as companheiras trancadas nos hotéis ou casas de veraneio e voltavam em surdina para casa, ficando o restante dos dias escondidos dos amigos, que o criam se divertindo a valer com a acompanhante.
Creio que o começo da desigualdade iniciou, quando Moisés idealizou a criação da mulher como um ato acessório de uma “costela macacóide”. Esta idéia foi imposta e aceita por acomodação, por muitos anos. Graças a Deus está caindo em desuso, a ponto de você se irritar com a passividade da mulher do amigo. Estaríamos pior, se você admirasse isto!
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