"Ascensão"
Então é assim...
Primeiro a sede... Em seguida, água;
Primeiro o perfume... Depois a pétala;
Primeiro o presente... Adiante o incerto;
É como em um dia de outono em que se senta ao portão, assistindo ao tempo seguir e se permite admirar o que realmente quer pra si mesmo: tempo.
E calado, aprecia devagar cada novo som, cada nova brisa.
As folhas que caem e as que ficam bem como cada novo bater de asas que suas, levam a qualquer lugar, todo e qualquer lugar ao mesmo tempo e em todos os tempos...
E dessa maneira ele se faz, se constrói belo e tímido, caminhando junto ao seu senhor, o tempo...
Para saber pensar, ouvir e calar...
Para saber viver, dizer e cantar...
Para saber traduzir o que há de mais sincero e sensato nessa sua longa e infinita caminhada, ora ditosa ora descontente:
As pegadas que deixou... Ele e o tempo.
(Bruno Mariano Cavina)