Aula 8 - Abordagem Econômica
Aula 8 - Dia 16 de maio – 14:00-18:00
Abordagem econômica
1. COASE, R. H. The nature of the firm. Economica, v.4, 16, p.386-405, 1937.
2. WILLIAMSON, Oliver E. Economics and organization: a primer. Califórnia Management Review, v.38, n.2, p.131-146, 1996.
3. ALCHIAN, Armen A.; DEMSETZ, Harold. Produção, custos de informação e organização econômica. Revista de Administração de Empresas - RAE, v.45, n.3, p. 70-92-108, 2005.
4. BARNEY, Jay B.; HESTERLY, W. Economia das organizações: entendendo a relação entre organizações e a análise econômica. In: Nota técnica In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD, D. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2004. v.3, p.131-179
5. ZAWISLAK, Paulo. In: Nota técnica In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD, D. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2004. v.3, p.180-185
6. MADHOK, Anoop. The organization of economic activity: transaction costs, firm capabilities, and the nature of governance. Organization Science, v.7, n.5, p.577-590, 1996.
7. LANGLOIS, Richard N. The vanishing hand: the changing dynamics of industrial capitalism. Industrial and Corporate Change, v.12, n.2, p.351-885, 203.
8. SWEDBERG, Richard. Economic versus sociological approaches to organization theory. In: TSOUKAS, Haridimo; KNUDSEN, Christian (Eds). The Oxford handbook of organization theory. Oxford: Oxford University Press, 2003. p.373-391
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Professor Paulo Zawislak
- "Lucro" não é só financeiro. Resultados além do proposto (resolução do problema)
- Organização dos melhores meios (fatores) até o momento (dinâmica) para atingir os objetivos, gerando lucro - isso a firma faz (não a organização, nem a empresa)
- Exemplo: uma ONG que recolhe lixo urbano para a Gerdau ajuda a Gerdau a se legitimar como empresa socialmente responsável - seu consumidor é a Gerdau
- Economia: entender a mecânica dos fenômenos com o método e o rigor - teoria "geral"
- As curvas de demanda e oferta e custo e tal (toda a lógica do capitalismo, a Lei dos Rendimentos Decrescentes) e suas decorrências (exploração do trabalho pelo capital) são um fenômeno. Então Marx, intelectual, estudou o problema e explicou como a coisa funciona. E viu que tudo era mau... :-(
- Oferta é da firma; demanda é do consumidor (tanto na microeconomia como na macroeconomia) - (firmas e consumidores funcionam parecido: +1 e -1)
- Explicação "geral" é estudada na micro para generalizar para a macro :-)
- "Valor" vem da escassez, da UTILIDADE, da necessidade, conforme a situação e os problemas que precisam ser resolvidos
- Economia - estudo da alocação ótima de recursos escassos (porque o mundo é fisicamente limitado de recursos)
- Economia é AMORAL - não tem certo e errado definidos "a priori" - são definidos conforme a curva de utilidade de CADA agente econômico
- Escassez só se define para recursos considerados ÚTEIS para um agente econômico
- Exemplo: pode-se matar passarinhos (abundantes e inúteis), mas não cachorros (escassos e úteis)
- "Valor" é conferido à coisa por cada agente conforme o seu contexto
- a utilidade, a funcionalidade e o conhecimento de como ajustar a funcionalidade de modo a ter utilidade (para resolver algum problema)
- Quando se domina (mais que os outros) o modo de adequar a funcionalidade à utilidade, tem-se o conhecimento e então - se opta por produzir em vez de comprar (ser FIRMA em vez de ser CONSUMIDOR)
- Caso contrário (se é mais barato - se representa menos custo), vale mais a pena comprar (não se tem conhecimento do modo de organizar MAIS EFICIENTE que os outros)
- Não pode existir "organização" de um só - mas pode existir FIRMA de um só
- Exemplo: Alunos são fatores de produção de uma aula - Alunos são consumidores depois da aula (onde buscam recursos úteis e escassos para resolver um problema)
- Consumidor: quem não tem os conhecimentos para organizar os fatores (funcionalidades) para atingir os objetivos que resolvem suas necessidades
- Decisão de ser FIRMA: quando se consegue AVALIAR se o conhecimento que se tem para produzir é mais eficiente que o de todos os outros (senão, é melhor comprar - ser CONSUMIDOR)
- Seria antieconômico não fazer uma FIRMA quando se sabe mais que os outros como orquestrar (arranjar) os recursos para atingir os objetivos - não seria racional (alocação ótima) comprar dos outros!
- Quando o conhecimento de todos se emparelha, desaparece o "plus" que fazia valer a pena ser FIRMA
- Quando um agente econômico que é CONSUMIDOR se apropria do conhecimento de "como arranjar as coisas" de modo que consegue produzir mais eficientemente, ele adquiriu as condições (o leitmotiv) de tornar-se FIRMA: o arranjo (orquestração) dos fatores do modo mais eficiente!
- nesses arranjos, usam-se pessoas porque são baratas e trazem conhecimento
- Exemplo: uma aula poderia ser filmada e retransmitida (custos decrescentes)
- Orquestração dos fatores - coordenação
- Coordenação deve decidir reorganizar para obter melhores custos (maior eficiência) hoje e no futuro (MANTER a firma)
- o "plus" é o desequilíbrio entre os conhecimentos dos agentes econômicos
- para continuar a ser firma, tem que se coordenar - há uma "sacada" para orquestrar bem os fatores - hierarquia (burocracia) é o modo melhor (mais eficiente) para fazer isso (Graaande Vovô Weber!) - o administrador é um subcontratado que coordena a EMPRESA
- Exemplo: o organograma reflete a estrutura da EMPRESA - MAS quem "manda" de fato na ORGANIZAÇÃO pode ser um segundo escalão que tem CONHECIMENTO e reorganizou (reorquestrou - coordenou) os fatores de modo diferente e mais eficiente - aí mexeu na FIRMA! :-)
- FIRMA como agente econômico coordenado decide permanecer como FIRMA, resolvendo os problemas, quando a coordenação acha (incerteza) que vale a pena (tem MAIS CONHECIMENTO (delta K) do que os outros agentes)
- se outro agente aprendeu algo ("plus") (ou se eu ACHO (risco! informação incompleta) que ele aprendeu), então eu tenho que mudar para achar outro "plus"
- aprendizado - capacidade de aplicação - apropriação do novo conhecimento a ponto de aplicar
- racionalidade limitada (as curvas de utilidade são diferentes)
- custo de transação - meter a cara como FIRMA e não ser o mais eficiente, e perceber que o mais eficiente seria ser CONSUMIDOR - "paga mico" e pode falir
- Limite da firma é o conhecimento que ela tem para alocar os recursos ou coordenar e tal, sempre em relação aos outros agentes
- Para continuar a ser FIRMA, tem que aprender (apropriar o "delta") para meter a cara. Se se der bem nessa rodada, então se diz que gerou INOVAÇÃO
- A EMPRESA deve criar CONDIÇÕES para que a FIRMA aprenda. Setores/funções de uma EMPRESA são todos instrumentos para a FIRMA se manter
- Dinheiro só serve para quando a firma decide ser CONSUMIDORA. A receita, para a FIRMA, é a mais-valia, a marginal!
- Empresa pode "fazer de conta" que é FIRMA e meter a cara (e pagar mico) quando age de modo que os custos e o que sobra (receita marginal) não superam o rendimento do mercado financeiro, por exemplo
- FIRMAS (e miniensaios) geralmente apresentam produtos e serviços repetidos, sem o tal "delta" do conhecimento... Devem buscar inovar para se dar bem!