Moisés versus Aquiles.

Moisés versus Aquiles.

Por que esta disparidade entre um povo e outro? O que faz parecer a uma nação que ela seja superior a outra? Se é do senso comum que Deus criou os homens que hoje habitam a face da terra da mesma essência, do mesmo barro? É deste pensamento de supremacia que surgem as guerras, os conflitos mais absurdos, que pretendem separar tribos e etnias diferentes nos costumes, mas, que psicologicamente não possuem nenhuma superioridade visível.

Há que admitir, que alguns povos tiveram de fato acesso à educação, ao passo que outros continuam excluídos, mas não podem dizer que por isso sejam por natureza, superiores a outros. Veja, por exemplo, a noção de liberdade que há entre o povo grego, que querendo ou não os romanos, são eles o povo mais avançado no que tange à cultura, às artes como um todo. Sem levar em conta que Homero não possa vir a publico para dizer qual é de fato a sua pátria. Foram os gregos que o pegaram e o adotaram como o maior homem de cultura, que sem dúvida influenciou o mundo ocidental. Que dizer de Sócrates? Mesmo Platão, com sua doutrina fraca do retorno das almas e com seus discursos plagiados do seu Mestre-mor, são reconhecidos como cultura obrigatória para todo o mundo. Então, concernente aos judeus, é de se entender seu orgulho, pois que nação foi capaz de produzir tamanha teologia monoteísta?

Que povo foi tão protegido por seu Deus supremo como foi os judeus em sua epopéia incomparável? Imaginem o que isto produziu no escopo psicológico deste povo magnífico. Claro que esta postura de alta nobreza tem explicação plausível. Um povo que passou de escravo a senhor de modo milagroso e espetacular, como foi o resgate através do mar vermelho, sobre o comando divino às mãos de um líder humano, de força moral e pulso de um deus. Moisés descansa nos anais da história como o maior líder que já existiu.

Nenhum Aquiles ou outro herói qualquer, nem mesmo os deuses do Olimpo, que não se entendiam entre si, e, não raro, demonstravam qualidades e vícios humanos, nunca serão capazes de superar aquele que, não era deus, mas falava e representava diante do seu povo a força de um Deus que não precisava aparecer aos mortais para comandá-los.

É aí que reside justamente esta percepção superior, ante outras nações, sobretudo aos gregos, que, concernente aos seus deuses, não se sabe se são deuses-homens ou homens-deuses que, se sentiam superiores. Portanto, são sós os judeus quem nos apresentam de modo mais coerente a influência divina sobre suas magníficas conquista territoriais... Sem se Levar em conta, é claro, o que dizem seus críticos mais ferrenhos, como Voltaire e Harold Bloom.

Há um símbolo que representa de maneira irrefutável a origem do ideal de supremacia judaica, sobretudo concernente à nação grega, é sem dúvida o seu maior herói, Aquiles. Isso, portanto, se deve ao fato de que ele seja de origem híbrida, filho de uma deusa e de um mortal. Comparando Aquiles a Moisés, que não se portou como um deus nem mesmo como um guerreiro implacável e justiceiro; é gritante a diferença moral entre um e outro, ao passo que Aquiles, um semideus teve que partir para o confronto armado, direto contra seus inimigos, conduzido por um sentimento nada nobre, a ira, com objetivo de vingança para remir o sangue de um homem, Pátroclo, seu maior amigo. É por isso que não se pode dizer que sua causa de luta tenha sido movida por patriotismo ou para defender uma ideologia ou interesses divinos como fora no caso de Moisés.

Moisés, um homem de origem natural, filho apenas de um homem e uma mulher, embora seja ele chamado de príncipe do Egito, e por isso poderia também se quisesse, se comportar como um semideus, fora na verdade um simples pastor de ovelhas, depois que foge para não ser morto às mãos de sua “própria gente”, os egípcios, uma vez que fora criado como filho da filha de faraó. Moisés depois de receber uma ordem divina dos lábios do próprio Jeová, se porta como alguém menor e diz que não tem qualificação oratória para convencer o “todo-poderoso” Faraó para que liberte o povo judeu.

Depois de ser convencido por Deus de que não precisaria lutar que apenas devia confiar nas palavras do seu Deus e dos seus antepassados, Abrão, Izaque e Jacó, parte para aquela que seria a maior vitória vencida sem a força das espadas, portanto, reside aí toda revelação possível para se compreender a distancia entre um herói e outro, embora tenha sido Moisés quem conduzira o povo, o mérito foi atribuído apenas ao poder de Deus, através das dez pragas e da abertura do mar vermelho, evento este que até hoje não se repetiu na história nem tampouco na literatura. Os dois heróis são forjados de essência bem distintas: um foi levantado para resgatar uma nação das mãos da tirania escravagista, e o outro foi despertado por sentimentos comuns apenas aos mortais, que é ira e a vingança. Qual fora o motivo da guerra dos gregos contra os troianos? Aquiles entra em um combate de terceiros, tendo em vista o motivo que levou os gregos a lutarem contra os troianos: o rapto de Helena esposa do rei de Esparta, Menelau, por Paris, filho do rei Príamo, de Tróia

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 14/04/2008
Reeditado em 21/03/2009
Código do texto: T944904