Eros e Thánatos
Na mitologia grega fomos buscar inspiração. Então, descobrimos Eros, o deus do amor e da sensualidade; também Thánatos, o deus da morte e de tudo que lhe diz respeito.
Eros nos ensina a amar, a cultivar amizades autênticas, a apreciar as artes, as ciências, e tudo de bom e belo que existe no mundo. Ele nos dá a energia necessária para sentir-nos motivados, cheios de entusiasmo e alegria, para conduzir a vida com sentido, e contribuir com nossa parcela de talento para o progresso da humanidade.
Por sua vez, Thánatos nos atrai para a morte. Ele extrai do nosso ser toda energia, toda vitalidade. Vivemos nossa existência sem propósito, sentimo-nos apáticos, carentes de motivação. Não achamos graça em nada. Tudo é fastio, tristeza, insatisfação, constrangimento. Experimentamos uma existência de cor cinza, vendo os dias e as noites passarem, sentindo o final inevitável se aproximar.
Eros nos convida a festas, para dançar, encontrar pessoas alegres, beber um bom vinho, saborear gostosas comidas. E, depois, quem sabe, em companhia de alguém muito especial, passar o resto da noite, com muito amor, sensualidade e aconchego.
Thánatos nos induz à solidão e à tristeza. Por que motivo haveríamos de sair de casa, ir ao cinema, ao teatro, ou a um jogo de futebol? Para ele, nada disso faz sentido. Em sua ótica, é preferível permanecer impassível, remoendo ressentimentos ou preocupando-se com o futuro, suas vicissitudes, ou a provável chegada da morte, a qualquer momento.
Eros estimula-nos a encontrar os amigos, a desfrutar seus talentos, a compartilhar a vida, em toda sua plenitude. Ele incentiva-nos a buscar o prazer, a alegria, a felicidade. Proporciona-nos a inspiração para compor versos, escrever contos ou romances, cantar alegres melodias, ou tocar algum instrumento musical.
A quem devemos procurar? Eros? Thánatos? Cada um de nós, de acordo com a própria inclinação, saberá decidir, com livre arbítrio. De minha parte, devo contar sempre com a prazerosa companhia de Eros, o deus do amor, da sensualidade, da alegria, do prazer, da felicidade.
Do livro: "A Arte de Viver"