"Escrever com liberdade"

Escrever com racionalidade e eficácia é primazia de quem possui a virtude de ver o mundo com o olhar de um aprendiz. Reger a própria vida tendo como guia apenas o conhecimento que lhe é direito; não utilizo o “apenas” de forma fútil e nem muito menos desprezando os pormenores que a vida nos impõe amargamente.

Estabelecer metas e cumpri-las é tarefa de cidadão consciente, ainda mais quando se está inserido em um universo totalmente “globalizado”. E a globalização, o que tem a ver com esta história? Tem a ver com o nosso modo de encarar as mudanças. Sabê-las filtrar e, como no processo de “purificação” torná-las límpida e de bom uso.

A Literatura, antes de ser definida como a “arte da palavra”, é também conhecida como veículo de reflexão e sabedoria. Já é sabido, desde os tempos de Aristóteles, que a arte literária possibilita o aprendizado, levando qualquer cidadão a refletir sobre suas atitudes através de linhas escritas e reescritas. “A arte imita a vida” e imitando-a trará à tona ações inócuas e, se bem ministrada, de alto teor pedagógico.

Cabe ao educador – e é esta a tarefa que tanto luto para ver perpetuada – instigar (e porque não utilizar o termo “seduzir”) o educando ao mundo encantado das letras. Traduzindo em expressão miúda, mas de grande teor significativo: levá-lo ao hábito da leitura.

Seria exagero se eu dissesse que um poeta teve sua sentença de morte revogada após fazer seu último pedido? Seria ainda mais espetaculoso se eu contasse a vocês que este desejo era a leitura de um de seus “reflexivos” textos? E, quão boquiaberto ficariam se eu revelasse a vocês que esta leitura, com toda configuração expressiva do contexto, fez ao rei – mandante da sua execução – rever a condenação e torná-lo um cidadão livre?

Tais perguntas batem à mente e geram outras indagações. E estas sempre serão direcionadas ao questionamento eterno sobre a importância da aquisição de conhecimentos filosóficos e reflexivos.

Mas se, no caso específico, do poeta à beira da morte; este teve a vida salva pelas letras, ou melhor, pelo conteúdo que haveria de tocar um coração tirano e levá-lo a racionalizar suas emoções e fazê-las justas.

Assim a leitura é tomada como eficaz remédio para combater doenças como: a ignorância, o desafeto, a injustiça e maledicência. E se ministrada regularmente, conduzirá, a passos rápidos e determinados; todo e qualquer homem à luz plena.

Vocês devem sugerir à vida muito mais do que motivos. Devem dar a ela o sentido de vivê-la sabiamente, e para isso é preciso exteriorizar e textualizar o que a vida nos ensina.

Assim, ao iniciarmos a Oficina de Literatura, tomamos como ponto de partida o ato de “escrever com liberdade”, e escrever com liberdade é dar vazão às nossas facetas (dentre elas, as sentimentais), não as deixando decantar no nosso inconsciente, não as limitando apenas ao que nos parece útil.

Escritores da Liberdade é a inspiração inicial àqueles que creditam na Literatura o elemento probatório para a salvação de homens cujos destinos, certamente, o eliminariam do difícil jogo da vida.

A seqüência desta tarefa dar-se-á gradativamente, e os resultados serão sentidos e comprovados no decorrer da vida. Assim como a escrita é decorrência da própria vida.

* Texto elaborado para a abertura da Oficina literária, desenvolvida em um dos colégio onde leciono.

Não houve correção, favor "perdoar" os erros, pois os mesmos escapam aos meus olhares.

O filme "Escritores da liberdade" foi o objeto de discussão, e a partir da análise do filme discorremos sobre a importância da Literatura em nossas vidas.