DEIXEI DE FUMAR NUMA BOA

     Minha história, bem sucedida, de ex-fumante.

     Quando deixei de fumar, 1969, muitos daqui nem haviam nascido.

     Deixei de fumar porque quando voltava para a casa, após um dia de trabalho e de faculdade, à hora que me sentava para ver um pouco TV, ao buscar o maço de cigarros, este estava vazio, por causa dos filantes.

     Saía para comprar a 5 quadras distantes. Havia interrupção do ócio e o gasto.

     Comecei a perceber que não era algo inteligente tudo isso de fumar e suas conseqüências, sem falar no dano à saúde.

     Foi então com decidi largar tal vício.

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        ¿Deixar de fumar?!!!

     Para largar de fumar passei a imaginar quais seriam as vantagens do fumar, uma vez que eu fumava e tanta gente fuma.

     Fumar envolve um ritual. Tal ritual é compartilhado com outros fumantes.

     — Você tem um cigarro?

     — Tenho. Quer um?

     O possuidor de cigarros tira do bolso, quase solenemente, o maço e oferece a seu “amigo”.

     Depois é acender o cigarro um a outro e tragar. Gostosamente.

     Pois bem. Qual outra vantagem do fumar?

     Outra vantagem do fumar é que o fumante ao expirar, no tragar, o faz de maneira alongada e arranca a fumaça o mais possível do baixo ventre.  este jeito de expiração é calmante! Quando alguém se propõe a lagar de fumar é disto que sente falta: expirar profundo e alongado. Respirações curtas, superficiais.

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     Caminho Suave: tragar sem cigarro.

     O judô, que quer dizer caminho suave, usa a força do oponente para o vencer, não é verdade?

     Vamos aplicar o caminho suave no vício de fumar. O fumar pratica uma expiração profunda e alongada. Vamos fazer isso, sem o cigarro.

     Cada vez que der vontade de fumar, praticar a expiração profunda e longa, esvasiando o máximo o baixo ventre, expulsado o máximo de ar residual. Sem formar. Suavemente. Isto acalma, gera tranquilidade.

     Depois de 15 minutos desta vontade de fumar, aí: fumar, esteja ou não com vontade de fumar!

     Prosseguir fazendo assim. Em cerca de 30 dias, a pessoa estará fumando 5 cigarros por dia e se sentindo com foca para abandonar o vício de uma vez por todas. Não deixar. Continuar fumando os 5 cigarros diários e marcar um dia da semana adiante para deixar de fumar.

     Quando chegado o dia da semana adiante ter um maço cheinho no bolso e tomar a decisão: não fumar mais. Continuar com as expirações, sempre a se lembrar das expirações.

     Uma vez deixado o vício de fumar, NUNCA MAIS pôr cigarro na boca. Continuar praticando a expiração consciente longa e profunda.

     Quando uma pessoa não faz assim e pretende deixar de fumar, ela confronta o vício; o vício não é pra ser confrontado; é para ser pego com jeito e posto para fora.

     Quando uma pessoa pretende deixar de fumar, sem praticar a respiração, ela começa a respirar diferentemente de quando fumava: sua respiração se faz no alto, abdominal e a respiração de tal pessoa lembra a respiração de um cão cansado: é ofegante.

     O problema de deixar de fumar não é que o fumante esteja viciado em nicotina; o desafio para quem buscar largar o vício é continuar praticando as expirações conforme acima.

     Para confirmar que o fumante não é viciado em nicotina, basta saber que todo ex-fumante tem mais ojeriza pelo cheiro de nicotina que a pessoa que nunca fumou..

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Escandir x Fumar

     Todos respiramos do mesmo ar. Toda humanidade está debaixo de um oceano de ar, daquele ar que se polui, uns mais outros menos.

     Agora vou escrever um pouco sobre as diferenças entre o fumar e o escandir.

     Escandir é decompor (um verso) em seus elementos métricos e/ou
destacar bem na pronúncia as sílabas de (um verso) ou de (uma palavra).

     O escandir quando feito em voz alta regulariza a respiração. Em suas duas modalidade o escandir tem a ver com ritmo e faz uma evocação da pulsação.

     De onde vem a pulsação do coração e de todo organismo e de todos os seres vivos? Aí é que está: assim como estamos ligados a toda humanidade pelo oceano do ar, estamos ligados ao autor da vida e da pulsação.

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     Comparações entre o escandir e o fumar:


     Enquanto

o hábito de fumar começou por imitação – houve um ato de vontade ou desejo -

o ESCANDIR é um ato de vontade, pioneiro;

Enquanto

o ato de fumar pretende para alguns fazer a pessoa se sentir já adulta

o hábito de escandir pretende fazer a pessoa sentir-se um pouco criança no tocante a viver de maneira mais vibrante, com interesse por tudo, alerta, atenta, participativa, sonhadora;

Enquanto

o ato de fumar pretendia uma autoafirmação

o ato de escandir, enquanto possibilita mais autoconhecimento, autoestima e, enquanto se constitui em pequeno ideal, aumenta, por isso, um pouco, o sentido da vida e traz felicidade.

Enquanto

o ato de fumar polui um pouco o ar comum a toda humanidade do qual que todos respiram,

o ato de escandir, porque considera o ritmo e a pulsação do poema, leva as pessoas a refletirem um pouco sobre a origem comum da pulsação de todo ser vivo.

Fumar ataca o organismo, provocando várias doenças e alteração genética.

Escandir aumenta a consciência do próprio ser, de maneira integral: espiritual, psíquico e corporal.


Fumar provoca uma expiração mais prolongada, eliminando parte maior do ar residual..

Escandir na modalidade de ler em voz alta possibilita a correção da respiração como um todo.

O cigarro fez que se criassem indústrias e empregos.

Escandir poderá ajudar os professores a motivarem seus alunos e fazer surgir mais vocações, por exemplo, para o teatro.

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Algo tão pequeno, um cigarro, provoca tanto mal;
um pequena prática, o escandir, poderá trazer pequeno bem.
      
     Questão dde educação, de educar-se.





 
Diógenes Pereira de Araújo
Enviado por Diógenes Pereira de Araújo em 24/03/2008
Reeditado em 29/04/2020
Código do texto: T915046
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