Aula 3 - Administração Científica

(OBS.: a professora não gostou nada deste texto...) :-(

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

LIBERTAM O TRABALHADOR DO SERVIÇO MAQUINAL

A chamada Administração Científica teve início com os estudos realizados por Taylor a respeito dos tempos e movimentos do modo como os trabalhadores industriais executavam suas tarefas, detalhando cada ato simples e descrevendo minuciosamente cada etapa do seu trabalho, mensurando cada detalhe das atividades desempenhadas pelos empregados, para maximizar seu rendimento e evitar a fadiga com pausas necessárias. O objetivo dessa administração científica era o de conseguir melhores resultados, melhorar a eficiência e a produtividade da indústria, na época da estabilização da chamada revolução industrial, para permitir maiores lucros e ganhos para o capitalista dono da fábrica.

Esse objetivo era atingido, segundo os princípios da administração científica, por meio da utilização – a palavra correta é exploração – da força de trabalho humana treinada e controlada por administradores que mediam seu desempenho. Hoje em dia, a melhor eficiência das empresas está dependente do uso criativo e racional dos sistemas automatizados que realizam todo o processamento mecânico, repetitivo e antes sujeito a atrasos e erros humanos. Os princípios científicos de administração são, assim, aplicados mais adequadamente aos sistemas de gestão e de engenharia de produção, e não a pessoas.

A “engenharia de produção via humanos” de Taylor ajustava os trabalhadores às tarefas necessárias promovendo treinamentos específicos dos melhores métodos já friamente calculados para aplicar sua energia a cada tarefa com a máxima eficiência e o mínimo desperdício, o que incluía incentivos para maior – não melhor – produção. O grupo privilegiado de competência diretiva, considerado o único com criatividade e iniciativa, tinha a tarefa complexa de administrar a produção da organização, e selecionava, treinava, vigiava e avaliava em números o rendimento dos operários, considerados como máquinas executoras de tarefas repetitivas previamente programadas, sem a possibilidade de propor alterações ou melhorias aos métodos de trabalho.

Esse modo de administrar a produção da organização, com seus princípios mecanicistas, valorizou a tarefa ou a função em detrimento do ser humano que a desempenhava. Percebe-se um posicionamento ideológico do pesquisador que hoje em dia teria sido considerado politicamente incorreto, pois aplicou a pessoas princípios ditos científicos que são adequados apenas a máquinas, reduzindo seres inteligentes e criativos a meros repetidores de tarefas planejadas por outros, “cientificamente” considerados mais capazes.

Outras abordagens ou escolas da administração foram propostas posteriormente, algumas das quais valorizaram as funções e cargos na organização da empresa, e outras que muito depois passaram a valorizar as relações humanas. Até então, foi tida como “científica” a noção original de que os trabalhadores poderiam ser considerados como extensões das máquinas que operavam nas fábricas.

Somente a partir dessa valorização dos chamados recursos humanos, e do desenvolvimento das ciências de computação e das engenharias, o enfoque da administração por tarefas controladas inaugurado por Taylor foi retomado, mas direcionado para o seu “devido lugar”: as máquinas e sistemas de informação e automação. Hoje em dia, os sistemas de informação auxiliam e apóiam o trabalho criativo, e, quando bem aplicados, liberam os trabalhadores das tarefas mecânicas, monótonas e repetitivas que, no decorrer dos dois séculos precedentes, eram exercidas por humanos nas organizações.

A automação do serviço repetitivo e o uso de sistemas de computação para gerir informações permitiram às organizações a objetividade, exatidão e eficiência desejadas pela administração científica de Taylor, com a redução da ocorrência de erros, a definição exata do fluxo de trabalho a ser seguido pelas máquinas, e a rapidez com que os sistemas automatizados executam tarefas mecânicas e não-criativas. O desempenho da organização torna-se mais ágil e mais bem administrado, pois os humanos de todos níveis hierárquicos puderam passar a usar suas capacidades intelectuais e criativas para identificar melhorias no processo de execução do serviço, avaliando, eles próprios, o seu desempenho e o das máquinas e sistemas que apóiam as suas atividades no serviço.

Percebe-se, com isso, que os princípios mecanicistas da organização permanecem influenciando a administração das organizações, mas se aplica agora recontextualizado para as presentes condições de uso generalizado de sistemas e tecnologias de informação nas organizações, pois todas precisam ser geridas por humanos com criatividade e eficiência.

Uma questão que poderia principiar um debate a respeito do tema é: Quais fatores permitem que os princípios mecanicistas da Administração Científica permaneçam influentes?

23/03/08

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Notas da aula de 04/04/08

Comentários gerais:

* Importância de ler os clássicos no original.

* "Modas" editoriais fazem e destroem gurus.

* Por conta disso, Taylor e Fayol surgiram e sumiram; Follet nem isso.

* Eles não são teóricos, mas sim organizadores; Ela é teórica!

* É preciso conhecer Taylor, Fayol, Relações Humanas, Motivação, Sistemas, Contingência para poder compreender o mundo em que se vive.

* O uso "objetivo" dos modelos e teorias acabou mutilando-os

* Respeitar a história do autor durante a leitura.

Comentários sobre Taylor & Fayol:

* Hoje mudaram as condições da mão-de-obra em relação ao tempo de Taylor - hoje se explora a capacidade intelectual!

* O PADRÃO define a qualidade do processo.

* Ação sindical não contesta o modelo de dominação; apenas propõe ajustes nele.

* Texto "fads" (modas) mostra os perigos e a perversidade dos estereótipos.

Comentários sobre Maslow, Relações Humanas e Motivação:

* "Perrow. Complex Organizations: a critical essay." - livrão bem bom - visão geral dos teóricos - posicionado!

* Fragilidades encontradas por Maslow: exige-se padronização nas atividades de trabalho, mas os humanos necessitam se autodesenvolver!

* A pirâmide de Maslow era só o método de agrupar as pessoas estudadas conforme o seu grau de autodesenvolvimento.

* Maslow "bobinho", autoajuda, mas baseia TODAS as práticas de RH.

* Todas essas práticas servem para dominação (legitimar o poder) sem que o trabalhador perceba... para que ele "vista a camiseta" e "dê a sua alma de presente, voluntariamente, para os objetivos da empresa".

* Maslow é o mais FDP de todos... muito perverso! :-(