Coisas simples que vivemos.

Quem nunca cometeu a sua extravagância ou várias na vida.

Daquelas que deixam marcas, saudades.

Um dia comi marmelo, frutinha do interior, doce como mel. Depois, uma dor de barriga de dias.

Na escola: -Fessora. -Sim. -Banheiro. -Só no recreio. -Ai, minhas calças já eram!

E o dia em que comi jaca manteiga. Comi até o talo. Fui parar no hospital para desintoxicar. Não consigo mais comer jaca manteiga.

Tem o dia em que o trator abriu uma rua. O monte de terra fez uma ladeira. Em Cachoeiro do Itapemirim, tudo é morro e alto.

Pegamos tábuas de obra. Passamos gosma de planta no fundo. E deslizávamos o morro a mil por hora. Conclusão: entrei num matagal fechado, cortei-me todo, tenho uma cicatriz, quase sumida, que atravessou o meu braço de cima a baixo.

E o dia em que quebrei o dedo jogando bola...

Puxa.

Diga aí alguma extravagância sua também.

Dessas que deixam saudades das coisas da vida, tão simples e tão eternas.

Que bom viver!

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 25/12/2005
Código do texto: T90429