ELEMENTOS INTERNOS
Na descoberta do eu, surge o inconsciente... uma instância perturbadora, misteriosa, que carrega em seu bojo possibilidades ilimitadas para o ser humano promover o real encontro consigo mesmo e com o outro. Partindo do desejo... é permitir que a energia libidinal seja direcionada para a condução da vida; amar, sonhar, estabelecer relações sadias, conhecer e transcender.
Nesse contexto, o prazer é esteio, o fermento, o sal, que impulsiona a nós, sujeitos desejantes, não apenas a “estar no mundo”, mas “ser com o mundo”; com todas as demandas de significantes e significados que potencializam os processos de cada um. Nesse árduo, belo, mágico, precioso caminho, a aprendizagem acontece ressignificada, podendo desenvolver no sujeito a autonomia, o auto-encontro e o respeito entre pares.
Num movimento dialético o consciente “faz o convite” e o inconsciente se deixa “escapar”, “precipitar-se” simbolizado ou não, pois antecipa “e sabe” que será lido, relido, reelaborado, acolhido, reeditado num vir-a-ser constante e ininterrupto... ad infinitum!
Com o outro se concretiza o vínculo e no “com viver” a transferência acontece – inconscientes confabulando com inconscientes – e o ser consciente revive, rir, chora, sofre, redimensiona conteúdos do devir numa explosão contraditória de energia errante, pulsante, porém, vívida, bela, assombrosa... fazendo-nos buscar múltiplos sentidos no existir.