QUARTO DE HOTEL
Dizem que a noite é uma criança,
e a madrugada o peito acalenta
com suaves toques de ninar.
Mas bem posso recordar
daquela menina, que sempre
bem próximo a uma esquina
já se encontrava a me esperar.
De olhos amendoados,
seus cabelos encaracolados,
em qualquer quarto de hotel
suas histórias me contava.
Da sua boca vertia palavras
suavemente adocicadas
que desprendiam de um néctar 
que me excitava.