Há Lábios para Todos!
- Essas malditas estão roubando nosso espaço! Vagabundas, malditas!
Um homem gritou em um escritório, quando descobriu que foi demitido, para ser substituído por uma mulher!
Estava certo? Estava errado?
É justificável ser cada vez maior o número de gays entre nós. Porque não trata-se de vocação, mas inveja. Já que elas sempre são elegantes, fazem quase tudo que um homem faz, e ainda usando salto-alto. Quando trata-se de uma festa de gala então, é bem maior a possibilidade de trajes sociais para as mulheres do que para os homens. Elas colocam pinturas na cara e disfarçam imperfeições... O atual gay se cria por inveja, não é vocação!
- Ela também vai falhar seus otários! Ela não é mais do que ninguém!
Quase já na saída do prédio, o homem ainda inconformado porque perdera o emprego para uma mulher gritou isto.
Estava certo? Estava errado?
Era também bastante machismo. Pois era uma mulher, não era mais do que ninguém como ele bem dissera, mas ele queria ser... Estas palavras valiam para qualquer sexo, mas ele era machista! Ou simplesmente estava nervoso!
Elas tem falhas sim, aquela especificamente também erraria. Era bonita e acabaria se env0lvendo descontroladamente com alguém do escritório... Era frígida, e se transformaria num animal louco por sexo eterno. E não sabia beijar... Era como toda mulher, complexa com beijos...
Quando bebê oferecia o rostinho para os outros beijarem. Depois maiorzinha, melava a todos com seu inocente beijo na face.
Já menina sempre dava um beijinho na mãe antes de sair, coisa rápida, nem sentir o lábio na pela não dava. Também um afago da boca na porta do colégio antes de despedir-se. Mas tinha nojo dos meninos, e era inteligente: fazia chantagem com todos eles, em troca de um beijo... Que nunca acontecia.
Depois mocinha, via as garotas se beijando e já tinha a mesma idade que elas, será que um menino nunca ia pedir para lhe dar um beijo na boca com boca, como os outros faziam com as outras? E a chantagem não funcionava mais porque tinha vergonha. Mesmo assim treinava o sonhado beijo com um rapaz, na palma da mão, ou pedaço de laranja. Não beijava mais a mãe antes de sair, e nem na frente das amigas, tinha vergonha e pedia para que a mãe não fizesse isso.
Chegou o dia do primeiro beijo, dali então virou uma vassoura, galinha... Chegava a pagar para ser beijada.
Mais adolescente ainda, descobriu o sexo, e pedia para ser beijada na orelha, no pescoço, nos seios, e claro... Na vagina! Beijava quem fosse em qualquer lugar... Inda assim era frígida.
Agora voltara a dar beijos na mãe que estava mais velha, e necessitava de carinho, adquirira também o vício da pedolatria: exigia no ato sexual para lhe ser beijado os pés.
Quando mais velha , tudo iria cair, e teria de implorar para alguém lhe beijar em todos estes lugares.
Quando idosa ninguém a beijará, pois nem o batom mais vai disfarçar os lábios cheios de pregas e retorcidos. Ganhará beijos sim, dos filhos e conhecidos, mesmo assim de leve, para não “encostar-se muito na idosa”.Beijará apenas seu ‘pintcher’ de estimação, e ficará na saudade para o resto da vida... Até algum conhecido beijar sua testa no velório, e seu caixão antes do enterro.
E de algum lugar, sua alma vai desejar: “a todos, até mesmo os machistas, e aquele infeliz que me xingou no escritório quando jovem... Um beijo!
Douglas Tedesco – 01/2008