Estamos assistindo o fim do Conhecimento?

É frequente deparamos com situações em que nos parece estranho a forma como a sociedade interage com o conhecimento atualmente. Parece que estamos em um estagio em que as pessoas em geral estão perdendo a noção da existência do Conhecimento, então nessa condição, elas não procuram o que não sabem que existe.

Em vista desse comportamento, podemos levantar alguns aspectos:

1. Superabundância de Informação - Vivemos em uma era de acesso imediato a um volume massivo de informações. Esse ambiente pode induzir a sensação de que todo o conhecimento é superficialmente acessível com poucos cliques. Como consequência, muitas pessoas podem não perceber a existência de conhecimentos mais profundos, pois se acomodam com respostas rápidas e simplificadas obtidas de fontes triviais.

2. Economia Cognitiva e Consumo de Conteúdo - Nosso cérebro, buscando economizar energia, prefere consumir informações que demandem menos esforço para serem digeridas. Esse hábito de buscar a “solução rápida” pode levar a uma valorização maior do que é simples e superficial, em detrimento de um engajamento mais profundo com ideias complexas. Assim, se a percepção do conhecimento se reduz a dados fragmentados e facilmente consumíveis, o estímulo para investigar aquilo que é desconhecido diminui drasticamente.

3. Modelos Educacionais e Culturais - Muitas vezes, o sistema educacional atual valoriza a memorização e a resolução imediata de problemas, em vez do desenvolvimento de um pensamento crítico e de uma curiosidade sistemática pelos saberes. Essa abordagem pode fazer com que o processo de aprendizagem seja visto como algo pontual e voltado para resultados imediatos, e não como uma busca contínua mesmo para temas que, à primeira vista, parecem distantes ou irrelevantes para o cotidiano.

Como exemplo temos o “estudar para fazer vestibular”.

4. Cultura da Instantaneidade - Redes sociais e plataformas digitais promovem uma interação rápida e descomplicada com conteúdos, em que a velocidade e a aparência de entendimento imediato são muito valorizadas. Essa dinâmica pode obscurecer a conclusão de que o verdadeiro conhecimento é um processo contínuo e profundo, levando à ideia de que, se aquilo que é mais complexo não é de fácil acesso, simplesmente não faz parte do repertório necessário para o dia a dia.

Em suma, quando as pessoas perdem a noção da profundidade e da existência de um conhecimento mais complexo, tendem a não buscar aquilo que desconhecem, pois seus hábitos e sistemas de recompensa intelectual já foram ajustados para lidar com o que é superficial.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 08/04/2025
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