Erro de cálculo das políticas de “empoderamento”

Se em uma sociedade, grupos como os negros, o LGBT e outras minorias enfrentam de fato discriminação sistêmica, a nomeação de indivíduos excepcionais, no sentido de terem adquirido por qualquer motivo evidência na Sociedade, desses grupos para cargos governamentais importantes, embora possa representar um avanço simbólico, não garante o empoderamento coletivo dessas comunidades, mas sim o reconhecimento e a ascensão dessas exceções individuais.

Embora, tais nomeações possam gerar efeitos indiretos, como inspirar outros membros do grupo ou desafiar estereótipos, mesmo que não eliminem as barreiras estruturais enfrentadas por essas populações como um todo, seu efeito será imperceptível, principalmente no curto e médio prazos.

Por exemplo, numa situação hipotética em que metade dos ministros de governo sejam escolhidos entre homens e mulheres negras e indivíduos do grupo LGBT, eles obrigatoriamente serão escolhidos entre pessoas que já tenham algum “peso” na sociedade, principalmente dentro da política, ou seja, na verdade eles não serão representativos dos grupos a que pertencem, mas de exceções dentro desses grupos.

Pelo exposto, o contorcionismo que pessoas “preocupadinhas com as minorias” fazem reivindicando quotas oficiais ou informais para integrantes dos grupos citados, não passam de arroubos ideológicos sem conexão com a realidade.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 05/03/2025
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