A Agressividade natural dos “revolucionários”

Os “movimentos revolucionários”, ao longo da História, tendem a ser conduzidos por pequenas elites ideológicas cujas ideias raramente refletem o desejo da maioria da população. Esse descompasso entre a vanguarda revolucionária e o povo gera a necessidade de imposição forçada, que pode ocorrer de forma sutil, como pela manipulação do discurso e pela supressão do debate, ou de maneira direta, por meio da violência.

A dinâmica revolucionária se baseia na crença de que há um grupo esclarecido, capaz de interpretar as reais necessidades da sociedade, mesmo que essa sociedade não compartilhe da mesma visão. Quando a maioria da população não adere voluntariamente às premissas revolucionárias, os líderes “revolucionários” recorrem a táticas coercitivas para consolidar seu poder. Historicamente, revoluções emblemáticas, como a Francesa e a Russa, demonstram como a violência se tornou uma ferramenta essencial para a consolidação do novo regime.

Uma das características marcantes dos “movimentos revolucionários” é a intolerância com a discordância. Qualquer oposição é frequentemente rotulada como reacionária ou traidora, justificando a supressão do debate e o uso da força contra aqueles que discordam. Essa agressividade se manifesta tanto na perseguição política de opositores quanto na imposição de censura para garantir a hegemonia ideológica.

Além da violência explícita, há também a violência simbólica e psicológica, usada para moldar consciências e evitar resistências. A destruição de símbolos do passado, a revisão histórica seletiva e a educação ideologicamente dirigida são métodos comuns para reconfigurar a sociedade de acordo com os interesses dos “revolucionários”.

Os revolucionários franceses levaram a revisão histórica até as últimas consequências, destruindo obras de arte, igrejas, museus e até mudando o calendário.

N'O Livro Negro da Revolução Francesa encontramos uma frase que sintetiza bem a desordem revolucionária: “O vandalismo da Revolução parece ser evidente por si mesmo. Não há um monumento, uma cidade que não ostente os traços de destruições operadas durante este período capital.”.

Segundo O Livro Negro do Comunismo, de 1825 a 1917, 6.360 pessoas foram condenadas à morte na Rússia, por sua opinião ou ação política. Com a tomada do poder pelos bolcheviques esse número foi ultrapassado em março de 1919, após somente quatro meses o golpe de estado.

Mesmo Karl Marx, que não pegou em armas, não abriu mão de violência através das palavras, se referindo a seus “contrários” como “sagazes, ávidos de lucro, enfadonhos, presunçosos e medíocres epígonos”.

Essa tática de luta é imitada até hoje pelos marxistas tradicionais, neomarxistas e esquerdistas em geral, quando focam seu ativismo não nas ideias diferentes, mas nas pessoas de seus opositores, usando os enfadonhos termos “extremistas de direita, nazistas, fascistas, nazifascistas, neo escravagistas, racistas, neo pentecostais, reacionários, etc.”.

Dessa forma, a agressividade dos revolucionários não é um acidente, mas uma característica inerente aos movimentos que buscam transformar radicalmente a ordem social. Como suas ideias raramente representam a maioria, a imposição pela força se torna necessária para garantir o sucesso da revolução, ainda que isso signifique ignorar debates, suprimir oposições e recorrer à violência para atingir seus objetivos.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 22/02/2025
Reeditado em 22/02/2025
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