O agora eterno

Estamos geralmente com o pensamento voltado para o passado ou preocupados com o futuro. Acontece, assim, que o tempo presente não é plenamente vivido.

Os constantes retornos ao passado, com censuras sobre nossas ações e omissões, aborrecem-nos, entristecem-nos, afetando-nos negativamente. O passado tem seu valor na medida em que nos serve de experiência; este é o lado positivo de uma revisão do tempo pretérito, para de lá colher os ensinamentos que possam servir de subsídio para uma vida mais perfeita.

A permanente preocupação com o futuro é outro grande problema que nos causa um constante estado de aflição e insegurança.

Portanto, é imprescindível que não nos preocupemos com o tempo vindouro; tampouco nos fixemos no passado, que não volta mais. O que realmente importa é o tempo que flui no momento presente.

Importa viver o dia de hoje com serenidade, sem pressa, com amor no coração. Cada gesto, cada ato, cada palavra proferida, cada olhar, cada abraço, cada aperto de mão têm, cada um, seu significado próprio, um valor inestimável, pois jamais se repetirão. Devemos vivenciar cada minuto de nossas vidas com intenso prazer, saboreando cada gesto, cada palavra pronunciada, cada palavra ouvida: é provável que estas oportunidades não se repitam. É preciso que nos encantemos com o sorriso que nos é ofertado, com o olhar profundo e cálido que nos é dirigido. É preciso sentir o suave toque da mão que nos acaricia. É importante estremecer profundamente com o abraço da pessoa querida. É fundamental vivermos intensamente o beijo que nos é ofertado. Esses momentos gratificantes devem ser profundamente vivenciados e gravados em nosso subconsciente, pois haverão de nos acalentar, quando for assim preciso.

A vida no presente é plenamente desfrutada e estruturada na realidade do momento. O trabalho que executamos é feito com amor, dedicação, entusiasmo; a produtividade e a qualidade crescem. No final do dia, certamente, sobrarão algumas horas para outras ocupações. Teremos ainda energia para o lazer, para a leitura, para audições musicais, para nos entretermos com os amigos e familiares.

O "agora eterno" deve ser plenamente desfrutado. Isto só é possível na ausência de pressa, preocupações, ansiedades, tensões, medos infundados. Somente se tivermos amor por nossa vida, se compreendermos seu verdadeiro sentido, se soubermos amar a nós mesmos e ao nosso próximo da mesma forma, é que será possível vivenciarmos o tempo presente.

(Do livro "O Despertar para o Amor", do autor.)

Ramiro Sápiras
Enviado por Ramiro Sápiras em 08/12/2005
Reeditado em 08/12/2005
Código do texto: T82463