A Pobreza Intelectual e a Poluição Visual

A pobreza intelectual a que me refiro nada tem a ver com a deficiência intelectual, que é uma condição neurológica que causa desiquilíbrio no cérebro.

Chamo aqui de pobreza intelectual a superficialidade e a futilidade de informações deflagrada pelos meios de comunicação (rádio, TV, mídia impressas, internet, aplicativos de mensagens etc).

São informações sensacionalistas/banais/desnecessárias/pueris, que por um lado causam inúmeras visualizações, curtidas, comentários, momento leviano de entretenimento e que por outro não agregam conhecimento, a troca rica de ideias e conexões significativas.

O sensacionalismo é uma coisa séria, estrategicamente ele abusa de um público cujo perfil têm gosto por excessos, dramas e polêmicas diversas. Desta forma, estamos vivendo uma época onde temos o lixo digital por companheiro. São dados e conteúdos digitais desnecessários e/ou de baixíssima qualidade que abarrotam nossas caixas de entrada de e-mail, resultados de pesquisas que fazemos, feeds de redes sociais altamente impostas (Facebook, Instagram, etc.) e outros canais de comunicação. Comumente encontramos por aí vídeos curtos de uma pessoa trolando a outra; memes supostamente divertidos e que muitas vezes não tem graça alguma; imagens de coração com frases repetitivas, noticias ludibriosas, imagens de pensamentos e reflexões duvidosas, Fakenews… muito fakenews.

Esse excesso de postagens audiovisuais inúteis acabam desviando maleficamente a atenção de coisas que realmente importam. Pois é, enquanto nossa atenção é consumida por conteúdos efêmeros, o tempo que poderíamos estar dedicando à leitura de um bom livro/artigo/crônica; assistindo a bom filme, ou a fazer reflexões profundas tem se tornado uma rareza para a grande massa.

A pobreza intelectual se faz evidente quando muitos se satisfazem com a superficialidade e futilidades das informações em detrimento do consumo de bons conteúdos que estão à disposição de todos. Na web, as opiniões tornam-se tendenciosas; simplistas, polarizadas e inúmeras vezes carregadas de hostilidade e preconceitos mil. Nas maiores plataformas, onde deveria ser um espaço de diálogo proveitoso se converte em um campo de batalha onde os pensamentos extremistas, quando não numa ponta na outra, se perpetuam, dificultando qualquer tipo de debate saudável.

A obsessão por elaborar publicações que tragam curtidas, seguidores e comentários estrategicamente positivos revelam personas que muitas vezes não refletem o verdadeiro Eu. Ao priorizarmos a plasticidade em desfavor da substância, abrimos mão do valor inestimável da transformação pessoal e da troca de ideias autênticas.

Com tudo isso fica o pensamento: -De que forma podemos interromper esse ciclo de pobreza intelectual, sensacionalista e fútil que estamos todos envoltos, pergunto. Penso eu que a resposta poderia estar na educação digital e mediática, ou será que não?

MarcoBueno
Enviado por MarcoBueno em 18/01/2025
Código do texto: T8244184
Classificação de conteúdo: seguro