Inteligência artificial
A inteligência artificial emerge na sociedade como uma espécie de conto do gênio da lâmpada, uma representação da realização de vários desejos voltados principalmente para as interações sociais. Por exemplo, em nenhum outro momento da história da humanidade foi possível emular o comportamento humano de forma artificial. Atualmente, mesmo que de maneira ainda rudimentar, torna-se, pela primeira vez, possível criar o homem além do homem, realizando a vida fora da vida, que interage de forma visual, auditiva e tátil, respondendo a estímulos de forma personalizada. Em meio à possibilidade de se possuir o "homem além do homem", surge um comportamento interessante, visto anteriormente por faces distintas. Nós, humanos, criamos técnicas e tecnologias para nos servir, isso desde o início da civilização. Todavia, nenhuma tecnologia até hoje foi capaz de nos superar. Quando afirmo isso, não me refiro a aspectos específicos como força ou agilidade. Há, por exemplo, máquinas muito mais fortes e ágeis do que nós. Mas não há nenhuma máquina capaz de pensar, nem mesmo agora. Entretanto, a inteligência artificial, apesar de não conseguir derivar raciocínios abstratos de forma autônoma como nós, consegue gerar respostas interativas de forma personalizada. Consegue criar imagens de pessoas que não existem. Consegue emular vozes, trejeitos e tudo o mais. Não estamos mais diante de uma simples tecnologia, mas de uma tentativa de reprodução humana na matéria morta. E o resultado dessa projeção é a "escravidão". Curiosamente, o homem além do homem tornou-se, além de uma simples ferramenta de execução de tarefas, um objeto de desejo diferente de todos os outros. Se eu desejo um carro, por mais "apaixonado" que eu esteja pela ideia de possuir o objeto, não o desejo de forma afetuosa, tal qual a uma pessoa. A única ferramenta que pode reproduzir esse desejo humano e ser recíproca é a inteligência artificial, que, cada vez mais "humanizada", é utilizada para suprir ausências ilícitas, que outros seres humanos não poderiam realizar ou não deveriam.