"soneto de tentar viver (mais um. pouco)"
"(...)Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida não passa de uma sombra que caminha, um pobre ator que se pavoneia e se aflige sobre o palco - faz isso por uma hora e, depois, não se escuta mais sua voz. É uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria e vazia de significado."
(Macbeth)
...
Às minhas lentes estão confinadas em círculos
De novo, e outra vez, carrego minha fé com as mãos
Na esperança desfiada, parede deixada e hoje, não.
Não ao mesmo conceito, livre defeito, eu não decido.
Eu não quero empurrar esse chão, esse degrau
Por contagem que não nego, nem insisto, afinal
Não é a hora da minha queda, e nem agora, será
Os meus passos são desertos, e meu sopro, ainda há
Todos os olhos estão fechados, não os quero ver
Todas as espécies em que me devoro para descer
Eu caminho entre os nomes que tanto quis
E não sobram essas trevas, onde voo, onde me fiz
Na contagem de outro dia que desejei esquecer
E agora, serei apenas a palavra que quer viver,
por ora, e.
sim