Bergman, suas mulheres, seus demônios e seus filmes

Ingmar Bergman, um dos grandes cineastas do século XX.

Oriundo do teatro, se apaixonou pelo cinema, mas nunca abandonou o primeiro.

O menino que teve um pai pastor, cuja rigorozade o levava a prender seu filho no armário como castigo cresceu se perguntando sobre a existência de Deus e seu silêncio frente ao sofrimento do mundo.

Era ateu? Talvez, seus filmes traziam uma grande espiritualidade.

Em " A fonte da donzela " a cena final remete a um milagre: aquela água que jorra como uma resposta ao sofrimento paterno.

Bergman era antes de tudo um profundo conhecedor da alma humana.

Seus medos, sonhos, vaidades, enganos e o medo da inevitável finitude.

Era principalmente um homem que conheciam as mulheres como poucos, o que o levou a privilegiar as mesmas em seus filmes.

A adolescente Mônika descobre o sexo e o confunde com amor. Não está preparada para ser mãe e abandona sua filha. Porém o olhar que quebra a quarta parede na cena final nos encara e diz que também se despreza pelo que fez.

Em " Gritos e Sussurros " duas irmãs que deveriam estar cuidando da caçula que está morrendo não conseguem olhá-la, não conseguem tocá-la .Estão absorvidas com suas próprias vidas e quem tem alguma piedade para com ela é uma empregada.

A burguesia é retratada como indiferente enquanto a classe mais baixa tem amor para dar. Um amor que não é reconhecido após a morte da doente, tão pouco a moça faz questão de nada.

Questões universais perpassam essa obra vasta e repleta de cenas chocantes, perturbadoras e reflexivas.

O sueco merece ser conhecido. Mestre atemporal.

Natasha Maya
Enviado por Natasha Maya em 03/01/2025
Reeditado em 03/01/2025
Código do texto: T8233135
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